O Nível De Aprendizagem De Alunos Filhos De Pais Separados No 9°. Ano Do Ensino Fundamental.



O NÍVEL DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS FILHOS DE PAIS SEPARADOS NO 9°. ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.

JOSÉ ROGÉCIO DE SOUSA ALMEIDA

Graduado em Letras pela UECE, estudante de Pedagogia na UECE e pós-graduando em Gestão Escolar pelaSelvíria - MT

INTRODUÇÃO

Nos deteremos neste trabalho a pesquisar o nível de aprendizagem dos alunos do 9°. Ano do Ensino Fundamental filhos de pais separados da rede pública e privada. Faremos uma análise do seu rendimento escolar a fim de sabermos se a família, nos moldes tradicionais, é realmente um segmento indispensável na formação pedagógica dos discentes.

Hoje temos uma visão mais ampla quanto ao processo de aprendizagem, pois até pouco tempo era atribuída somente a criança a responsabilidade pelo seu sucesso ou insucesso escolar. Não podemos mais discutir estas questões sem levar em consideração os contextos situacionais e interpessoais os quais as crianças e os adolescentes estão inseridos.

Assim sendo, deve-se analisar a sociedade, a família, a escola e o modelo educacional presentes, ou ausentes, na vida do educando.

Aprofundaremos nosso estudo sobre famílias conjugadas e separadas e o nível de aprendizagem dos seus filhos. Queremos saber se há diferenças significativas de aprendizagem nos dois modelos de família, e se esta é relevante ou não no processo de aprendizagem dos seus filhos.

A família nuclear, constituída de pai, mãe e filhos, ainda é considerada como amenor unidade social, a célula que reunida às outras formará o tecido social. Assim, se esta não está bem estruturada poderá ou não comprometer a formação social tanto de seus filhos como dos demais.

Consideraremos ainda neste trabalho a situação educacional que as crianças estão inseridas, bem como a visão de avaliação e aprendizagem escolar, pois sem estes mecanismos, não poderíamos ter noção do nível de rendimento escolar dos entrevistados.

PROBLEMATIZAÇÃO

A fim de conhecermos o nível de aprendizagem dos alunos filhos de pais separados e qual a contribuição ou influência que a separação dos pais causa na aprendizagem dos filhos, pesquisaremos no 9°. Ano do Ensino Fundamental de escolas da rede pública e privada, para tentarmos descobrir até que ponto a família é essencial e responsável pelo bom ou mal resultado cognitivo dos seus "filhos alunos".

Sendo a família a primeira a despertar nas crianças a atividade de aprendizagem, e que estas "imitam" o modelo educacional dos pais, o que pode acontecer na aprendizagem de crianças ausentes deste ambiente familiar? A presença deste ambiente é sinal de uma aprendizagem realmente significativa?

Todos os alunos filhos de pais separados obtêm êxitos satisfatórios na aprendizagem ou será que também existem alunos com déficit de aprendizagem ocasionado pela separação dos seus pais? Será que a família tem realmente um papel decisivo neste processo ou poderá, em alguns casos, ser dispensada? O rendimento escolar dessas crianças-adolescentes depende única e exclusivamente da escola, dos pais e delas próprias?

Questionaremos ainda a visão dos pais sobre a sua função na aprendizagem de seus filhos, o modo como as crianças e os adolescentes reagem as dificuldades encontradas, se existem ações pedagógicas, na escola, voltadas para estas crianças e adolescentes e qual a visão e a contribuição da Psicologia sobre esta problemática.

Estas indagações e inquietações serão o nosso foco principal para respondermos a nossas inquietações quanto ao desenvolvimento cognitivo e nível de aprendizagem destes alunos.

JUSTIFICATIVA

Sabendo que o conceito e o modelo de família vêm mudando constantemente na sociedade mundial e brasileira, e que esta é um dos fatores primeiros e essenciais no processo educacional das crianças e adolescentes, procuraremos com esta pesquisa desvendar, ou ao menos entender se a família, conceituada nos moldes antigos, é realmente essencial na formação estudantil.

Inquieta-nos o fato de alguns "filhos alunos" de pais separados não ter um bom rendimento escolar enquanto outros também filhos de pais separados, lograrem tão excelente êxito.

Questiona-nos ainda o porquê de alunos filhos de pais com casamento estável, não conseguirem na sua totalidade rendimento favorável na escola.

Por estarmos inseridos no contexto educacional, contribuindo no desenvolvimento da aprendizagem e formação humana, esta problemática muito nos chama atenção, uma vez que observamos alunos de famílias diferenciadas se desenvolverem tão facilmente enquanto outros não.

A partir destas observações, nos dispomos a pesquisar e tentar encontrarmos possíveis repostas que nos satisfaçam ou nos acalmem em relação ao aprendizado desses filhos alunos.

OBJETIVOS

GERAL

·Conhecer e identificar diferenças no nível de aprendizagem dos alunos filhos de pais separados no 9°. Ano do Ensino Fundamental;

ESPECÍFICOS

·Compreender até que ponto a família bem estruturada influencia na aprendizagem dos filhos;

·Observar as dificuldades encontradas pelos filhos de pais separados;

·Discutir as dificuldades enfrentadas pela escola para desenvolver um rendimento satisfatório na aprendizagem de filhos de pais separados;

·Apontar métodos que ajudem na aprendizagem dessas crianças e adolescentes.

METODOLOGIA

No intuito de diagnosticar elementos que possibilitem respostas as nossas dúvidas, faremos uma pesquisa bibliográfica com aspectos quantitativos e qualitativos sobre diversos autores que narram sobre o tema e uma pesquisa de campo na escola com alunos, pais, professores, coordenadores e diretores.

Optamos por entrevistas e questionários objetivos com os professores, coordenadores pedagógicos, diretores, pais e alunos de famílias conjugadas e separadas.

Faremos ainda um levantamento da aprendizagem dos alunos de filhos de pais casados e separados através da aplicação de provas de Português e Matemática, disciplinas que consideramos básicas e essenciais.

O número de alunos estudados é indefinido, mas procuraremos fazer com todos os filhos alunos de pais separados e com a mesma quantidade de filhos de pais com casamento solidificado, todos os estudantes do 9°. Ano de escolas das redes privada e publica.

Não divulgaremos aos alunos entrevistados o tema da nossa pesquisa, pois julgamos que ao sabê-lo, poderiam alterar o resultado com propósitos pessoais e o resultado poderia não apresentar um resultado fiel sobe a realidade pesquisada.

REFERENCIAL TEÓRICO

Conhecer o nível de aprendizagem dos alunos filhos de pais separados, tema que nos propomos a pesquisar, é necessário antes de tudo entendermos o que é família, educação e aprendizagem escolar, uma vez que todos estes itens estão ligados ao processo de aprendizagem de qualquer indivíduo.

Segundo Piletti, as primeiras experiências educacionais da criança são,geralmente, proporcionadas no ambiente familiar. Através destas influências a criança vai moldando o seu comportamento.

Assim sendo, as crianças que são afastadas de um ambiente familiar estruturado terão, mais facilmente, dificuldades de relacionamento e assimilação no aprendizado.

Carlos Rodrigues Brandão, tentando responder o que é Educação, revela-nos a visão de Durkeim:

"Educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontra ainda preparadas para a vida social, tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais reclamados pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que aquela criança, particularmente se destina."

Seguindo este raciocínio a família deve estar presente na formação das crianças e torna-se relevante na sua formação moral e educacional.

Ressaltamos que a família não é o único "instrumento" responsável e capaz de fazer a educação, mas um dos segmentos mais importantes deste processo.

O meio de avaliar a criança implica no seu resultado de aprendizagem, assim é necessário entendermos o que é, como pode ser e se faz esta avaliação.

Para Marcos T. Masetto a avaliação é a capacidade de refletir sobre o processo de aprendizagem, buscando informações que ajude a perceber o que se está aprendendo, o que está faltando, o que merece ser corrigido, o que merece ser ampliado e completado.

Celidônio compreende a aprendizagem como um processo em que a personalidade da criança possa se desenvolver autonomamente e não como um reflexo de um certo modelo de indivíduo que a família ou a sociedade julgam ideal.

Enfatiza a questão de valores e as idealizações que cada membro do casal normalmente projeta sobre o outro e sobre cada um de seus filhos, como fenômeno constitutivo de conflitos e crises do sistema familiar. A autora constata que o processo de aprendizagem, ao invés de ser visto de forma mecânica e estática, deve ser visto como um processo ativo em que a aquisição de padrões e conteúdos, por parte de um indivíduo, envolve um processo de atribuição de significado àquilo que é aprendido.

Compreendemos que esta pesquisa pode não responder prontamente a todas as nossas inquietações, uma vez que o número de escolas é muito pequeno, mas poderá servir como ponto de partida para um estudo ainda mais aprofundado e significativo para pais, alunos e educadores.

BIBLIOGRAFIA

  • BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. 33ª. Edição. São Paulo: Brasiliense, 1995. Coleção Primeiros Passos.
  • CARVALHO, André e BARROCA, Alberto. Família. Belo Horizonte: Editora Lê, 1988. Coleção Pergunte ao José.
  • CELIDÔNIO, R. F. "Trilogia inevitável: família - aprendizagem- escola", in Revista Psicopedagogia. Vol. 17, São Paulo, Salesianas 1998.
  • MASSETO, Marcos T. Aulas vivas. São Paulo: MG, 1992.
  • PILETTI, N. Psicologia educacional. São Paulo, Ática, 1984, 273-87p.

Autor: JOSE ROGÉCIO DE SOUSA ALMEIDA


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