Importância da libra no desenvolvimento sócio cognitivo de crianças surdas.



IMPORTÂNCIA DA LIBRA NO DESENVOLVIMENTO SÓCIO COGNITIVO DE CRIANÇAS SURDAS.






José Rômulo Machado Diogo  








Hoje, no Brasil o mundo dos surdos cada dia aumenta mais e mais. Porém ainda não está crescendo com deveria crescer, pois se os pais de crianças surdas recebessem orientações adequadas quanto à importância das LIBRAS para o desenvolvimento da criança, sobre as possibilidades que essa língua oferece para a criança se comunicar com eles de forma clara, contar-lhes sobre suas brincadeiras, aprender seus ensinamentos e adquirir conhecimento, com certeza pais e crianças seriam poupados dos transtornos e prejuízos, e principalmente os problemas emocionais a que estes são submetidos.
Quando a criança não recebe o suporte familiar, apresentará, muitas vezes, resultados insatisfatórios quanto ao desenvolvimento de linguagem e comunicação, o que irá afetá-la emocionalmente. A família é o alicerce para a criança e quando esta base não está firme advirão conseqüências para o desenvolvimento, gerando comportamentos agressivos e frustrações
É imprescindível para essa criança e para sua família que o contato com a língua de sinais seja estabelecido o mais rápido possível. Quando a família aceita a surdez e a LIBRAS como uma modalidade comunicativa importante e passa a utilizá-la com a criança, esta irá apresentar condição para realizar novas aquisições, impulsionando seu desenvolvimento lingüístico. A família, então, exerce papel determinante para o estabelecimento da língua de sinais, como língua funcionante no discurso da criança surda nos primeiros anos de vida.
Portanto é muito importante que as crianças surdas, filha de pais ouvintes ou não tenha acesso o mais rápido possível a Língua de sinais, pois quanto mais rápido a interação esse encontro mais acontecerá o desenvolvimento cognitivo da criança.

    De acordo Kyle (1999), ele nos revela que:

Língua de sinais é natural para o surdo, pois é adquirida de forma rápida e espontânea, por isso a criança surda precisa ter acesso à língua de sinais o mais cedo possível, antes mesmo do seu ingresso na escola. Daí a necessidade de a criança surda, filha de pais ouvintes, bem como de sua família terem contato com adultos surdos, usuários de língua de sinais. p. 15-26.
Então, de acordo com a defesa de Kyle, dizendo que a criança surda deve ter acesso o mais rápido possível a LIBRAS.
Cárnio et al. (2000) complementa ressaltando que não se pode negar que a crianças surdas filhas de pais ouvintes serão expostas constantemente à língua oral. Dessa forma algumas dessas crianças poderão adquirir simultaneamente a língua de sinais e a língua de seus pais.
    De acordo com o aumento de comunidades surdas, pois os mesmos hoje passaram a se reunir em escolas, associações para construir palavras, dialetos, sinais e etc., a partir desses encontros os surdos conquistaram um espaço favorável para o desenvolvimento ideológico da própria identidade.

    Garcia, 1999 deixa bem claro sua idéia sobre esses encontros:

A comunidade surda pode ser representada por associações, igrejas, escolas, clubes, ou seja, qualquer lugar onde um grupo de surdos se reúne e divulga sua cultura, troca idéias e experiências e usa a língua de sinais. Dessa forma ela exerce um papel construtor para a identidade surda, pois é por meio dela que ocorrem as identificações com seus pares e a aceitação da diferença, não como um deficiente ou não-normal, mas com uma cultura rica que possui valores e língua própria. Porém, esta é minoria diante da onipotente comunidade ouvinte, que, muitas vezes, vê os surdos e sua comunidade como "(...) parte da comunidade mais ampla de incapazes (...)”, p. 152.







CONCLUSÃO

Quando o sujeito surdo é levado a conviver apenas com uma comunidade ouvinte, sem contato com outros surdos, sua surdez tende a ser ocultada e depreciada. A sua deficiente agrava-se a cada dificuldade que essa pessoa irá encontrar para se igualar com o ouvinte. É importante que o surdo se mantenha integrado em sua comunidade, se relacione com seus pares, sem se isolar da sua língua materna. O objetivo dessa interação é a constituição da identidade surda, de se aceitar como uma pessoa normal, com potencialidades e limitações de pessoas apenas surdas, por esse motivo é importantes essa interação para que esse desenvolvimento aconteça espontaneamente, para que a libras possa contribuir no desenvolvimento cognitivo do mesmo.














REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


KYLE, J. O ambiente bilíngüe: alguns comentários sobre o desenvolvimento do bilingüismo para surdos. In: SKLIAR, C. (Org.). Atualidades da educação bilíngüe para surdos. Porto Alegre: Mediação, 1999. p. 15-26.  

CÁRNIO, M.S.; COUTO, M.I.V.; LICHYIG, I. Linguagem e surdez. In: LACERDA, C.B.F.; NAKAMURA, H.; LIMA, M.C. (Org.). Fonoaudiologia: surdez e abordagem bilíngüe. São Paulo: Plexus, 2000. p. 42-53.   

GARCIA, B.G. O multiculturalismo na educação dos surdos: a resistência e a relevância da diversidade para a educação de surdos. In: SKLIAR, C. (Org.). Atualidades da educação bilíngüe para surdos. Porto Alegre: Mediação, 1999. p. 149-162.  

Download do artigo
Autor: José Rômulo Machado Diogo


Artigos Relacionados


Cultura Surda E Sua Identidade

Cultura Surda

Ensino E Aprendizagem De Libras Na Educação Infantil

Ensino Bilingue: Língua Portuguesa Para Surdos

Surdez Em Sala De Aula: Reflexões Sobre O Ensino De Língua Portuguesa Para Alunos Surdos

Um Olhar Vygotskiano Sobre A Surdez.

Resumo: Ensino De LÍngua Portuguesa Para Alunos Surdos