RESENHA CRÍTICA DO LIVRO O DIREITO À CIDADE



 


UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

 

 José Carlos de Oliveira Ribeiro, 2006.

LEFEBVRE, Henri. O Direito Á Cidade. Tradução de Rubens Frias. Primeira Edição, Editora Moraes, São Paulo. 1991

Resenhado por José Carlos de Oliveira Ribeiro, acadêmico do curso de Licenciatura Plena em Geografia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

 

Henri Lefebvre nasceu na França em 1901 e faleceu em 1991, foi sociólogo, passou vida teorizando sobre a luta de classes investindo numa leitura não dogmática do marxismo. Reconhecido pela sua crítica não só no campo da filosófica e econômica, mas principalmente pela formação de uma vasta obra que analisa a problemática urbana e especial. Entre outras, sua contribuição ainda se tende á reflexão sobre a vida cotidiana, criticando os fundamentos das relações sociais neste ambiente, que de forma alguma são neutros ou desligados das relações produtivas gerais.

No livro de Lefebvre " O Direito Á Cidade""? trata de um tema bastante relevante que é a urbanização o resultado da industrialização e a propagação do capitalismo . Com a dinamização do comércio e da industrialização aumentou a divisão do trabalho bem como o crescimento de mais valia e lócus de capital nas cidades.

 

A partir daí ele traça o perfil da sociedade capitalista e com um novo pensamento da concepção do urbano, devido o crescimento das cidades não seria capaz de expandir a produção industrial e conquistar novos mercados e apropriar-se do espaço sem essa nova concepção de urbanização das cidades , pois as cidades no sistema capitalista adquiriu dimensões importantes e lócus onde circulam muito capital. Dessa forma a cidade assume cada vez mais o seu papel importante nessa nova concepção.

 

Por outro lado a cidade reproduz a segregação, porque a valorização por conta da apropriação de forma desigual, como por exemplo, a população pobre fica sem opção quando se refere a habitação para morar e com dignidade como não conseguem acabam segregando-se aos arredores da cidade próximo dos locais de trabalho quando é o caso.

 

O livro "O Direto Á Cidade", sobretudo, é uma crítica ao Estado que reproduz a segregação nas cidades através do próprio sistema que Ele imposta sobre a sociedade. Assim o tecido urbano foi se transformando em um espaço onde as diferenças de classes são bastante visíveis, pois muitos não possuem o direito de morar com dignidade.

 

Com base no livro de Henri Lefebvre, "O Direito Á Cidade”, a cidade não é o resultado apenas de matéria, mas sim, o resultado das relações dos seres humanos, tornando um espaço dinâmico onde há grande integração material e vida humana. Dessa forma, acontece e a cidade passa existir e corresponder às necessidades das pessoas que convivem nela, assim o espaço da cidade se materializa e recebe vida através das relações humanas que ocorrem.

 

A cidade um espaço das varias ações que acontecem pelos habitantes existentes. Assim ela cria os seus signos, a linguagem própria de acordo com os seus habitantes, agrega valores que faz cada vez mais atraem capitais e formação de redes urbanas, tudo que se cria é vendido, tornando o espaço dinâmico como se a cidade por se só tivesse vida própria. A análise semiológica ganha dimensões e o elo de ligações entre os habitantes.

 

A partir de quando as cidades começaram a desenvolverem e a população crescer em números quantitativos, atraídos em virtude do crescimento industrial, surgiu muitos problemas sociais. Assim o tecido urbano ficava cada vez mais desordenado, resultado do capitalismo que mesmo trazendo a divisão territorial do trabalho não foi suficiente para mudar a vida das pessoas pobres que vivem nas cidades. Daí então a segregação das cidades e a proliferação dos problemas sociais.

 

Segundo o autor, nos países considerados democráticos transforma isso em utopias no sentido mais desusado em demagogia, pois a segregação continuava e o Estado age como se fosse por cima e as empresas pó baixo transformando os habitantes dependentes da sociedade. A classe operária que ao longo do tempo se apropriou da vida na cidade de fato não convive nela, mas sim nos guetos da pobreza, nas favelas. Evidente que a filosofia e outras ciências não vão dar conta disso, na verdade esse é um modelo imposto pelo Estado.

O livro de Lefebvre "O Direito Á Cidade*"'e indicado a todos aqueles que se interessar por um tema tão relevante como é este e principalmente para os estudantes do curso de Geografia.


Autor: José Carlos De Oliveira Ribeiro


Artigos Relacionados


Resumo Do Livro De Yves Lacoste (p.59-94)

Classes Sociais Em Relação A Especulação Imobiliária Em Arapiraca - Al

Cidade E Urbano: Uma Abordagem TeÓrica E Conceitual

Uma Abordagem Sobre O Conceito De EspaÇo GeogrÁfico Na Contemporaneidade

Segregação Urbana

Jesus Perante Pilatos

Se Riscar Acende