Recursos e possibilidades para acolher alunos com deficiência visual em sala de aula



1.      Introdução:

Inicialmente o presente texto fará uma breve apresentação da Associação Brasileira de Educadores de Deficientes Visuais (ABEDEV), associação civil que atua nas áreas da educação, reabilitação e assistência social de pessoas com deficiência visual.

Depois, serão abordadas duas das principais questões apresentadas no site da instituição sobre esse assunto e quais são as suas relações com os textos “Deficiência Visual”, escritos pelo professor Clayton dos Reis Marques.

Por fim, será analisada a importância da discussão sobre o tema no cotidiano escolar.

 2. ABEDEV e a Deficiência Visual:

A Associação Brasileira de Educadores Visuais, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e de duração indeterminada, é uma associação civil, localizadaem Campo Grande(MS), que reúne profissionais que atuam nas áreas educacionais, de reabilitação e assistência social às pessoas deficientes visuais.

A instituição foi fundada no dia 14 de novembro de 1968, durante a realização do II Congresso Brasileiro de Educação de Deficientes Visuais em Brasília e, desde então, desenvolve atividades nas áreas acima descritas com ações próprias, assessorias técnicas, instituições governamentais e organizações não governamentais.

A ABEDEV ainda oferece suporte operacional ao Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), que foi institucionalizado pelo Ministério da Educação através da Secretaria de Educação Especial e tem como objetivo garantir às pessoas cegas ou com visão subnormal, o acesso à literatura, pesquisa, cultura e conteúdo programático desenvolvido na escola regular, por meio da utilização de equipamentos da moderna tecnologia e da impressão em Braille.

Assim, com uma pesquisa realizada no site da associação, foi possível perceber que umas de suas prioridades é a assistência educacional ao aluno portador de deficiência visual e, para isto, conta com o apoio de diferentes órgãos e instituições. Tal aspecto também foi explorado no texto “Deficiência Visual”, escrito por Marques.

No texto, o autor trouxe de forma bem explicativa as várias possibilidades de materiais e recursos para desenvolver o trabalho pedagógico com alunos deficientes visuais ou com baixa visão. De maneira bastante didática e pontual, foi abordado como acontece na prática o auxilio da moderna tecnologia dentro da sala de aula e quais são os seus benefícios para o aluno, no que se refere à qualidade de acesso ao currículo. Dentre os recursos tecnológicos e acessórios disponíveis, podemos citar: lentes, lupas, o código Braille, carteira com mesa inclinada, lápis adequado, caderno com pauta preta espaçada, programas de computador com síntese de voz, sorobã e outros.

Nesse sentido, o autor orienta que a escola deve cadastrar o aluno com DV no censo escolar para receber do MEC estes equipamentos e fornece informações que permite compreender como pode ser oferecida a assistência educacional aos alunos deficientes visuais, fator que é citado e priorizado no site da ABEDEV.

Outra questão enfatizada pela associação é a formação profissional dos educadores, de modo a propiciá-los melhores condições de trabalho. A instituição aponta que foram realizados vários cursos de capacitação de professores, contemplando 8 estados e 60 municípios.

Este ponto também é considerado por Marques, uma vez que, ao longo de sua discussão o autor faz apontamentos essenciais que o professor deve considerar em sua prática pedagógica para a inclusão do aluno com deficiência visual na escola comum, que abrange desde a organização escolar, até ações a serem desempenhadas em sala de aula e possibilidades para que a criança seja avaliada.

Ele indica a importância de realizar experiências enriquecedoras com os alunos, em um ambiente estimulante e com atividades significativas, isto pode acontecer por meio dos diferentes recursos tecnológicos falados anteriormente.

Além disso, o autor orienta que algumas habilidades devem ser construídas desde a educação infantil para desenvolver a autonomia e a independência das pessoas cegas em práticas como comer e se vestir. Do mesmo modo, aptidões como percepção corporal e espacial, desenvolvimento de conceitos, motricidade fina, discriminação tátil e auditiva devem ser trabalhadas anteriormente para facilitar o processo de alfabetização do aluno no sistema Braille.

Marques salienta a necessidade de sempre buscar a orientação profissional para esclarecer as dúvidas e ajudar a encontrar o melhor caminho possível.

Sendo assim, de um modo geral, os textos vão ao encontro das propostas priorizadas pela associação e vão além, trazendo informações que complementam a página da internet analisada. Cabe ressaltar que, em se tratando de deficiência visual, os pontos mencionados pela instituição e pelo autor, são os que considero os mais relevantes para a inclusão e prática educativa junto aos alunos cegos ou com baixa visão.

 3. Conclusão:

Nesse momento vale salientar a relevância que a reflexão sobre o tema desempenha na realidade escolar, já que essa é uma das deficiências que exige por parte dos educadores a utilização de diferentes recursos em apoio ou substituição ao que frequentemente é usado em sala de aula: uma lousa e um giz.

Foi muito interessante verificar que existem iniciativas de algumas instituições quanto ao assunto. Bem como, ações governamentais para a aquisição de materiais e recursos pedagógicos para alunos deficientes visuais.

Em especial, o texto apresentou informações essenciais e muito ricas para auxiliar os professores e as organizações escolares no atendimento e acolhimento destes os alunos, tal como, a utilização dos recursos.

Quanto à página da internet, considero que seria importante promover uma discussão sobre a prevenção da deficiência visual, uma vez que a associação reúne profissionais das áreas educacionais, de reabilitação e assistência social e, muitas das causas desta deficiência poderiam ser evitadas se houvesse um serviço de prevenção e orientação junto às famílias.




 


Autor: Fernanda Simony Previero Ciarlo


Artigos Relacionados


A InclusÃo Do Aluno Com DeficiÊncia Visual No Ensino Superior

Ludicidade E Deficiência Visual

Ludicidade E Inclusão Visual

Educação Inclusiva No Ensino Regular

Estudo Comparativo Entre O Instituto Dos Cegos De JoÃo Pessoa...

Inclusão Escolar

O Professor Do Ensino Regular E O Aluno Deficiente Visual