A máquina datilográfica e o computador



               _ Ei você! Psiu... Você aí em cima, como é o seu nome?
               _ Máquina datilográfica, por quê?
               _ O meu é computador.
               _ E por acaso eu lhe perguntei!?
               _ Você é sempre assim?
               _ como?
               _ Chata!
               _ Eu, chata! Você que é chato, eu aqui sossegada no meu canto tirando a minha soneca e chega você me perturbando fazendo um monte de perguntas, ora veja só!
               _ Claro! Eu tenho várias funções e a principal é armazenar informações, pesquisas, fazer downloads, impressões e etc. E você faz o quê?
               _ Eu só datilografo.
               _ Ah, ah, ah, ah... Só isso... Ah, ah, ah, ah... Nada mais... Coitadinha! É por isso que dorme tanto, mas de uma coisa eu não posso negar, você é bem conservada pra sua idade, mas é bem barulhenta!
               _ É... Sou! Ao contrário de você que é muito silencioso, fácil e barato, quase todo mundo vive lhe usando.
               _ Por isso mesmo eu sou importante, todo mundo têm um em casa, aliás, todo mundo precisa de um, já você... quase ninguém tem!
               _ Claro meu querido eu não sou fácil, agora eu custo mais caro do que você e o barulhinho das minhas teclas dizem que dá mais inspiração a grandes compositores, escritores, historiadores... Muita gente importante tem uma de nós em casa e não é todo mundo que mexe não, viu!
               _ É, mas você nem tem memória!
               _ E por acaso quem foi que lhe disse que eu preciso de memória? E quem lhe disse que eu preciso de impressora? Quem lhe disse que eu preciso de energia elétrica pra funcionar? E o pior! Não preciso de um rato pra me indicar o caminho, tá! Gostosão! Agora me deixe dormir que daqui á pouco eu vou trabalhar.
              _ E você só trabalha á noite, é?
              _ Claro! É a melhor hora para criar lindas histórias. E sempre á luz de vela... É tão romântico! Adoro quando falta energia.
              _ Você pegou pesado, viu!
              _ Bem pregado pra você! Quem mandou mexer comigo? Ah, e tem outra coisa, cuidado com esse menino por que ele não fica quieto, vive mexendo em tudo, já me deu duas quedas, é por isso que eu estou aqui em cima.
             _ Ah é? Eu pensei que você estivesse encostada.
             _ Se enganou redondamente! Ei olha lá o menino ele está perto de você!
             _ Onde? Cadê? Ei! Menino! Mexa aí não menino! Puxe não menino! Vá pra lá menino, puxe aí nãoooooooo...
             _ Oh, que pena! Esqueci de me despedir dele. Ele é muito esnobe, mas é um gato! Minha nossa! É muito lindo! Fica só entre nós.

                                                 FIM


Autor: José Wilson De Oliveira Cruz


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