A EJA, vista numa perspectiva de resgate de dividas sócio-cultural e politicas



A EJA, VISTA NUMA PERSPECTIVA DE RESGATE DE DIVIDAS SÓCIO-CULTURAL E POLITICAS.

 

PROBLEMÁTICA

 

O interesse na elaboração dessa pesquisa, surgiu após tomar conhecimento na Secretaria de Educação do Estado de Mato-Grosso sobre o grande número de jovens e adultos que por diversos motivos não tiveram acesso à educação formal apresenta a necessidade de adequação e ajustes mesmo tardia da sua conclusão educacional. Nesse sentido a educação de jovens e adultos (EJA), usualmente hoje já chamada de (CEJA), sistema que vem sendo adequado por algumas escolas na sua melhor razão de existência. Vem garantindo esse direito constitucional, que lhes fora de algum modo perdido durante o período de educação básica obrigatória. Esta modalidade de ensino é regulamentada pelo artigo 37, da lei nº. 9394 de 20 de Dezembro de 1996 (LDB).

 É uma educação que passou por várias críticas por parte de muitos políticos e professores que tinham um pré-conceito, quanto à defasagem da idade correta de ensino-aprendizagem e ainda, apoiados por autores que defendiam cruelmente uma idade ou etapa correta de desenvolvimento cognitivo, pois acreditavam que a eliminação do analfabetismo se limitava apenas em proporcionar uma educação de qualidade para as crianças, jovens em idade convencional cabendo os adultos procurarem as escolas especializadas e privadas de ensino para se adequarem, tirando assim, a obrigação do governo.

Hoje as concepções já mudaram em relação à modalidade de ensino (EJA) à medida que vem proporcionando novas oportunidades a quem antes estava a margem da sociedade vivendo em condições desumanas, pois os condicionamentos da produção de existência humana haviam lhe usurpado o direito à dignidade, motivos estes por questão de sobrevivência e sustentabilidade familiar. Nesse sentido, os que por questões já citada razão problema, optavam em atrasar seus estudos em detrimento de dar assistência a sua vida, o governo e a sociedade perceberam em tempo através de alguns representantes políticos a divida social com esses cidadãos e resolveram buscar resgatar parte dessas dividas político-social que presenciamos atualmente com maior proximidade no Estado de Mato Grosso.  

         Esses pré-conceitos em relação à capacidade de construção do conhecimento na fase adulta se fazem presente na cultura em geral porque teve inicio nos órgãos norteadores das políticas educacionais, e é na condição de co-participante da elaboração desses projetos de formação que se faz a necessidade de aclarar as duvidas e pré-conceitos que ainda pairam quanto o significado e importância social para essa modalidade de ensino, até mesmo porque vivemos hoje sobre a égide de tempos tecnológicos e faz-se necessária a qualificação profissional da grande massa e sua inclusão.

 

JUSTIFICATIVA

 

A educação de jovens e adultos exige uma proposta curricular diferenciada, haja vista, que tem por objetivo atender aos educandos que estão engajados no mundo do trabalho, objetivando oportunizar a esses alunos condições de aprendizagem para atender suas necessidades imediatas e futuras. Outro aspecto que sem dúvida é da maior relevância em se tratando de ensino básico dirigido a jovens e adultos. Selecionamos como exemplos são essas limitações de caráter mais geral como o tempo limitado para a aprendizagem pois estão buscando conciliar condições de trabalho e tempo de estudo para atingir seus objetivos e ascensão profissional futuras, são essas iniciativas do gênero que mostra o verdadeiro sentido da educação.

 

Que a educação seja o processo através do qual o indivíduo toma a história em suas próprias mãos, a fim de mudar o rumo da mesma. Como? Acreditando no educando, na sua capacidade de aprender, descobrir, criar soluções, desafiar, enfrentar, propor, escolher e assumir as conseqüências de sua escolha. Mas isso não será possível se continuarmos bitolando os alfabetizando com desenhos pré-formulados para colorir, com textos criados por outros para copiarem, com caminhos pontilhados para seguir, com histórias que alienam, com métodos que não levam em conta a lógica de quem aprende. (FUCK, 1994, p. 14 - 15)

            É importante salientar que apesar das necessidades de uma proposta pedagógica que atenda suas limitações de horário e metodologias adequadas devemos considerar as matrizes curriculares na busca de métodos e práticas educativas adequadas à realidade cultural e ao nível de subjetividade dos jovens e adultos. Aqui se busca investigar as práticas pedagógicas utilizadas na educação básica e sua adequação ao contexto dos alunos salientando os benefícios sociais e econômicos dessa modalidade de ensino.

Os estudos perpassam a história e o parâmetro legal da Educação de Jovens e Adultos e se fundamentam com Freire em Educação e Mudança (1979) e A experiência do MOVA (1996), Fuck em Alfabetização de Adultos (1994) e Ferreiro em Reflexões sobre alfabetização (2001), que possibilitam um conhecimento teórico da prática pedagógica de jovens e adultos.  A base teórica perpassa os estudos dos teóricos aqui  citados e as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e um histórico da EJA. Estas questões e estudos aqui colocados perpassam pela questão da construção humana enquanto sujeitos culturais e políticos responsáveis pela construção da realidade que vivemos como nos coloca Paulo Freire em uma de suas obras sobre a beleza e a necessidade de estarmos nos construindo como seres humanos e lutarmos pela humanização dos nossos semelhantes, não importando a idade.

  É preciso que saibamos que, sem certas qualidades ou virtudes como amorosidade, respeito aos outros, tolerância, humildade, gosto pela alegria, gosto pela vida, abertura ao novo, disponibilidade à mudanças, persistência na luta, recusa aos fatalismos, identificação com a esperança, abertura à justiça, não é possível a prática pedagógica progressista, que não se faz apenas com ciência e técnica (Freire, 1997, p. 136), ainda completa: o preparo científico da professara deve coincidir com sua retidão ética.

Hoje na era contemporânea mudara-se as formas de pensar a produção da cultura humana, é nesse sentido que necessitamos de uma formação acadêmica destinada a educadores que tenham Como princípios valores humanos indispensáveis a uma educação inclusiva como vimos nas palavavras de Freire. Estes novos princípios filosóficos visam construir uma sociedade solidária rompendo com paradigmas individualistas que as pessoas egoístas e deterministas possuem em detrimento à EJA.

A educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade de alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos. Os alunos que estão na modalidade de ensino EJA, sofrem diversos preconceitos e na maioria das vezes são tratados como vitima que são das politicas sociais de ensino nos paises de terceiro mundo.

Portanto, segundo Moreira a Aprendizagem Significativa Crítica evidencia a importância, em dias atuais, proporcionar ao educando condições para a construção de conhecimentos numa perspectiva de criticidade, de perceber o que é relevante para a sua participação efetiva num mundo em constante e acelerada transformação de conceitos e valores. Importante ressaltar que é preciso subverter, permitir ao sujeito aprendiz receber/perceber/construir e reconstruir seu conhecimento sempre.

Embasados nas teorias atuais que dão ênfase a aprendizagem consciente, encontramos na educação de jovens e adultos plena aplicabilidade, pois permite dar ênfase nas responsabilidades do aluno enquanto sujeito construtor do próprio conhecimento. Que ainda encontramos respaldo para essas considerações num dos mais atuais epstemólogo que trata da construção humana do conhecimento “De máquinas y seres vivos (1972); El árbol del conocimiento (1984); Emociones y Lenguaje en Educación y Política (1990); El Sentido de lo Humano (1991); Desdela Biologíaala Psicología(1993);La Realidad¿Objetiva o Construida? (1996); Biología del Emocionar y Alba Emoting (1996); Objetividad: un argumento para obligar (1997); Transformación enla Convivencia(1999).”

Estas novas concepções de educação estão presentes intensamente na formação do aluno adulto, pois o mesmo já tem consciência da necessidade de transformar suas visões de mundo em conhecimento cientifico sendo este visto como um meio para alcançar os seus objetivos para a vida.       Este estudo busca compreender teórica e empiricamente as metodologias e recursos didáticos utilizados na EJA, visando a atender o princípio da adequação destes à realidade cultural e subjetiva dos jovens e adultos.

 Atendendo esse princípio, as propostas metodológicas da EJA devem ser diferenciadas das turmas do Ensino Regular considerando que os jovens e adultos têm uma realidade cultural e um nível de subjetividade bastante diferente em relação às crianças, sendo necessária, então, a adequação das metodologias empregadas nessa modalidade de ensino. Este estudo tem por finalidade contribuir para um repensar do educador atuante nas classes de EJA, fazendo o mesmo refletir sobre sua prática pedagógica, especialmente como formadora de cidadãos cônscios de seu papel na sociedade. Também pretende, na medida em que analisa profundamente o material utilizado, servir de subsídio a um repensar dessa escolha, relacionando-a aos objetivos da EJA previstos na legislação e no pensamento pedagógico e cultural vigente onde muito se evidencia uma visão distorcida do real sentido da EJA,

A EJA muitas vezes é criticada quanto seu verdadeiro sentido de existência sendo atribuída a ela o papel apenas de conceder certificados, mas o que se objetiva neste, é mostrar que a recíproca não é verdadeira na maioria das críticas feitas por desconhecedores das tendências didáticos – metodológicas que os profissionais da educação buscam fundamentar o seu trabalho trazendo sim o currículo para esses alunos que conseguem aprender satisfatoriamente com aplicabilidade no presente e prosseguir nos seus objetivos futuros.
OBJETIVO GERAL:

Verificar que na modalidade de ensino EJA, a certificação não é aleatória como o preconceito social vigente, mas o mesmo conta com capacitação de educadores para atender a real necessidade desta modalidade sendo o diferencial presente nesta meta de resgate da divida política e social.

 

OBJETIVO ESPECIFICO:

Caracterizar a educação básica da EJA, buscando compreender suas especificidades;

Compreender a EJA sob o ponto de vista legal;

Traçar o percurso histórico da EJA;

 Destacar as concepções teóricas de Freire (1979), Fuck (1994) e Ferreiro (2001) e outros já citados  como principal enfoque na EJA;

Realizar um levantamento do material didático utilizado na EJA nas escolas públicas (estadual da cidade de Cuiabá)

 

METODOLOGIA

 

    Nos utilizaremos de pesquisa qualiquantitativa como: a documental e a de campo.  Será feito um estudo teórico aprofundado da EJA, seguido de uma observação , com objetivo de confrontar a teoria e a prática dos professores desta modalidade e realizar um raio X com os alunos quanto a satisfação pessoal deste com a conclusão de seus estudos, entrevistando seus chefes e familiares.

 

 

 

 

 

 

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Autor: Anderson Antonio Da Serra Herane


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