Maquiagem pikachu



Dizem por aí que rir é sempre o melhor remédio e deve ser mesmo, principalmente para dentistas especializados em implante, que ganham ( e muito bem) para restaurar sorrisos alheios, brincadeirinha, amigos do motorzinho do pavor...  Mas, dentro da filosofia do rir, tenho me lembrado de algumas histórias absolutamente verdadeiras, mas que de tão inusitadas e engraçadas parecem mentira.  Vamos tentar contá-las sem perder a intensidade de humor que as mesmas provocaram na época e olha que algumas ocorreram há décadas.

Explicado isso, vamos ao caso. Uma tia (já falecida) muito estimada chega em minha casa e não tenho outra expressão, senão dizer: “Tia, o que é isso? A senhora está andando igual a um palhaço?” É que as duas maçãs do rosto tinham pintadas duas bolas vermelhas de maquiagem (acho que rouge mal espalhada) e ela tinha vindo do centro da cidade até ao bairro em que eu morava daquele jeito.  Lembrando hoje, ela estava parecendo o Pikachu, aquele bichinho simpático do desenho Pokémon.

Ela correu ao espelho, ficou horrorizada com a cena e gritou: “Aquelas cachorras me pagam, me maquiaram e disseram que eu estava linda...”  Só depois de algum tempo, com minha tia tomando um copo de água, ficando mais calma e até rindo da situação é que soube o que aconteceu.  Sem um espelho sequer em casa, ela teve a infeliz idéia de pedir para duas de minhas primas ( então adolescentes e muito brincalhonas) para acertarem a maquiagem dela.

Elas deram mesmo um jeitinho, mas pensavam que a tia só andaria alguns metros de sua casa até a banca  de jornais e revistas (no centro) e não ia pegar um ônibus, cruzar toda a cidade e vir na casa de meus pais.  Antes de eu e minha falecida mãe darmos mais gargalhadas, minha tia, que era uma mulher até bonitona, lembrava que estava se achando o máximo nas ruas e no “busão”, pois todos (homens, mulheres e crianças) a olhavam admirados. “Que ódio, pensaram que  sou maluca... Aquelas cachorras vão ver quando eu chegar...”, ameaçava minha tia.  Sinceramente não sei qual o castigo minhas primas receberam pela traquinagem...


Autor: Edson Terto Da Silva


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