A Esfinge E O Espiritismo



Acusam Allan Kardec e os espíritas de racistas e divulgam tanta besteira na web, que às vezes fico muito indignado, com estas mentes obtusas e medíocres, que usam de má fé.
Eu até pensei em criar um texto para defender o espiritismo e os espíritas, deste engano, mas lembrei que na verdade Francis Banco no Livro: A Sabedoria dos Antigos tenha um texto
que se encaixa perfeitamente nesta defesa.
Basta em vez de colocar Esfinge, ou Ciência fazer uma simples troca e colocar: A ESFINGE E O ESPIRITISMO.
Leia e faça sua analogia e veja se estou certo ou não.
Espero seu comentário.
Esfinge, ou Ciência
Segundo a história, a Esfinge era um monstro que combinava diversas formas em uma só. Tinha voz e rosto de donzela, asas de pássaro e unhas de grifo. Postava-se no cume de uma montanha perto de Tebas e assolava os caminhos, espreitando os viandantes a quem assaltava e dominava de súbito.

E após dominá-los, propunha-lhes enigmas obscuros e embaraçosos, que teria aprendi do das Musas. Se os míseros cativos não conseguissem solucioná-los e interpretá-los sem demora, e hesitassem confusos, ela os despedaçava cruelmente.
Como o tempo não suavizava a calamidade, os tebanos prometeram a quem resolves se os enigmas da Esfinge (pois esse era o único meio de derrotá-la) a soberania de Tebas.

O valor do prêmio induziu Édipo, homem de saber e penetração, mas coxo, a aceitar o desafio. Apresentou-se, pois, cheio de confiança e coragem diante da Esfinge; e, indagando ela qual era o animal que nascia com quatro pés, andava depois com dois, em segui da com três e, finalmente, outra vez com quatro, respondeu que era o homem – o qual, ao nascimento e na primeira infância, engatinha, tentando erguer-se; logo depois, consegue caminhar com os dois pés; na velhice, arrima-se a um bordão e, na extrema decrepitude, já sem força nos nervos, volta a ser quadrúpede e guarda o leito.

Era a resposta certa e lhe deu a vitória. Édipo matou a Esfinge, colocou-a no lombo de um burro e levou-a em triunfo.
Segundo o pacto, foi então feito rei de Tebas.
Eis uma fábula bela e sábia, inventada aparentemente em alusão à Ciência, sobre tudo quando esta é aplicada à vida prática.

A Ciência, que deixa perplexos os ignorantes e inábeis, pode muito bem ser considerada um monstro.
Na figura e no aspecto, representam-na como criatura multiforme, em referência à imensa variedade de assuntos com que se ocupa.

Diz-se que tinha o rosto e a voz de uma mulher, por sua beleza e loquacidade.
As asas foram acrescenta das por que as ciências e seus inventos se espalham e voam para longe sem de mora (a transferência do conhecimento, com efeito, dá-se como a da chama de uma vela que acende ou trás prontamente).
As garras, agudas e encurvadas, foram-lhe atribuídas com muita pertinência, pois os axiomas e argumentos da ciência penetram e aferram a mente de um modo que lhe não permite escapar. Também esse ponto foi bem notado pelo santo filósofo: As palavras do sábio são como espinhos, como pregos que se cravam.

Pode-se dizer, ainda, que o conhecimento ergue sua mora da no alto de uma montanha: ele é visto como coisa sublime e excelsa, que contempla do alto a ignorância e tem um vasto panorama de todos os lados, como os que se descortinam os píncaros. Assola os caminhos por que, a cada curva na jornada humana, somos espicaçados e assaltados por temas e oportunidades de estudo.

A Esfinge propõe aos homens inúmeros enigmas tortuosos, que ela colheu das Musas. Nestes, enquanto permanecem com as Musas, não existe provavelmente crueldade; pois, enquanto o objeto da meditação e da pesquisa consiste apenas em conhecer, o entendimento não é oprimido ou manietado por ele, podem do livremente vagar e dilatar-se; mas quando passam das Musas para a Esfinge – ou seja, da contemplação para a prática, suscitando a necessidade de agir, escolher e decidir –, então começam a mostrar-se penosos e cruéis.

A menos que sejam solucionados e explicados, atormentam e molestam a mente, empurrando-a de um lugar para outro e, por fim, despedaçando-a.
Além disso, os enigmas da Esfinge apresentam sempre dupla condição: laceração da mente, em caso de fracasso; um reino, em caso de vitória.

Pois aquele que sabe o que faz é senhor de seu objetivo e todo artífice é rei de sua obra.
São de dois tipos também os enigmas da Esfinge: um diz respeito à natureza das coisas; o outro, à natureza do homem. De igual modo, há duas espécies de rei nos oferecidos como prêmio de sua solução: o reino sobre a natureza e o reino sobre o homem.

De fato, o domínio das coisas naturais – corpos, remédios, forças mecânicas e tantas outras – é o fim próprio e último da verdadeira filosofia natural. No entanto, a Escola [peripatética], satisfeita com o que descobriu e cheia de garrulice, negligencia e condena a busca de fatos e fenômenos.

Mas o enigma proposto a Édipo, por cuja solução ele se tornou rei de Tebas, relacionava-se à natureza do homem: quem penetra essa natureza pode moldar a própria fortuna quase a seu talante e, em verdade, nasceu para reinar, do mesmo modo que se disse das artes dos romanos:
Tu, ó romano, lembra-te de governar os povos;
Estas serão tuas artes...
Assim, Augusto César andou bem, de propósito ou por acaso, em gravar uma esfinge em seu sinete, pois de certo a to dos excedia na arte da política e, no curso da vida, conseguiu resolver muitos outros enigmas concernentes à natureza do homem.
Caso não o fizesse com habilidade e prontidão, em diversas ocasiões teria provavelmente perecido.
A fábula vai adiante dizendo com sutileza que, venci da a Esfinge, seu corpo foi coloca do no lombo de um burro: é que qual quer problema intricado ou abstruso, uma vez resolvido e divulgado, pode ser entendido por qualquer papalvo.

Também não ignoremos o fato de a Esfinge ter sido subjugada por um coxo: os homens, em geral, se apressam a solucionar os enigmas propostos por ela; a Esfinge então prevalece e, em vez de obter a soberania por obras e feitos, os homens apenas dilaceram sua alma e intelecto com polêmicas.
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Autor: Francisco Amado


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