A Ambição Desenfreada!



De uns tempos para cá, somos levados a reclamar, contra tudo e contra todos, em razão da ambição que tem nos grassado em nosso meio vivencial, com uma cobiça generalizada sem a partilha divisional da sobra do que nos é abundante.
Todos querendo Tudo! Com a maioria dos deserdados reclamando a sua discriminação no quinhão pretendido, ocasião em que esperneiam e vociferam, em todas as direções, num reclame constante e difundido ao seu derredor.
Nós temos transitado pelos caminhos das benesses, às vezes e, muita das vezes... Imerecidas! Porem, sempre almejadas, como se Elas fossem um prêmio, do qual, não disputamos com os nossos méritos e, nem tivemos antagonistas! Se conseguimos o desejado, Dele tomamos posse unitária e o utilizamos no nosso bel-prazer, sem dividir com outrem, mas, ao nos ser negado, nos delinqüimos a “quatro ventos” num reclame voraz e ofensivo.
No meu empírico entender, pelos caminhos da minha existência de setuagenário, aprendi que: Ninguém  é de ninguém! Se não se esforçar para ter alguém ao seu lado trocando amparo mútuo! Também, percebi que: Todos os bens materiais, por mais rico que a pessoa seja, não lhe pertence! Pois, quando ir embora deste planeta para o Céu ou, Inferno! Tudo restante ficará na terra e, o viajante estelar Irá como nasceu! Assim, para que tanta luta ingente para se ter bens materiais, além do que precise para viver? Para que quebrar os laços emotivos, amigos e maritais se, poucos anos depois irá, sozinho e pelado para o infinito?
O Criador do Universo nos deu as emoções e, igualmente, nos deu o livre-arbítrio para a nossa vida terrena. As emoções, desde que, controladas, nos ajuda na difícil vida terráquea na sociedade, todavia, o livre-arbítrio é a forma, pela qual, dirigimos o nosso destino, para o Bem ou, para o Mal, pois, Ele, apenas, nos estará esperando quando da nossa délivrance terrena.
Sendo assim, procurando analisar o que, até aqui, escrevi, cheguei à seguinte conclusão:A nossa ambição desregrada e acumulativa, muita das vezes, nos leva a procurar além, o que temos de sobra ao nosso redor ou, em nós implantados.
A título de exemplo, talvez opaco ou imprestável, apresento, a seguir, alguns tópicos do que temos em abundância, mas, procuramos em outras pessoas ou lugares:

—O carinho, a franqueza sincera e singela, o sorriso voluntário e a dedicação das nossas Crianças, primordialmente, os nossos netos!
—O nosso teto residencial com roupas, camas e cômodos da nossa casa, os desvalorizando na ambição de uma casa maior, nova e melhor situada.
—O Amor recíproco do Par, envelhecendo juntos e com honorabilidade e, aspiração moderada, cobiçando a outros, além da sua companheira (o) por ser mais rico, belo, didático ou novo, se esquecendo do que o envelhecer com o companheiro (a) é uma reunião de eventos que, juntos, conviveram com pequenas arestas.
—Cobiçar cargos elevados em relação ao seu, simplesmente, para ter comandamento e maiores salários, se esquecendo de que, o que ocupas, é condizente com a sua capacidade e, lhe dá o sustento meritório e conseqüente; por isso, ao em vez da ambição, deveria fazer por onde, paulatinamente e, sequentemente, merecer e, só galgar à posição cobiçada com estribo nos seus méritos sem pisotear a ninguém.
—É preferível morar na roça, grotões e córregos, conhecendo e, sendo conhecido por todos, do que ir para a cidade grande residir em favelas ou nichos mal afamados, com a ambição a flor da pele a esperar uma melhor oportunidade em benesses que lhe corroem os anos sem lhe dar a ventura de viver como um nababo.
—Várias Religiões sendo seguidas, constantemente, à procura de Deus, Jeová ou, o Arquiteto do universo, de forma beata e exclusivista, quando, a bem da verdade, Deus só estará em nosso coração individual e receptivo aos seus mandamentos. A cobiça por Deus, sem os méritos de recebê-lo, é como o ciscar de galinhas no asfalto do merecimento eficaz, ou seja: Nada conseguiremos de produtivo se nos faltar a Fé verdadeira.
—A ambição de chegar ao bacharelado perderá todo o seu valor se, não houver a apreensão das matérias recebidas, e o seu dispersar para todos ao seu derredor, portanto, receber o diploma sem o mérito conseqüente e, a sua dispersão é como colocá-lo nos sanitários públicos, aonde, só terá homenagem com o balançar das cabeças dos pênis segregando o xixi dos rins.
—Cobiçar o Amor sem o retribuir mutuamente, é como a asa do urinol que está agregada a ele, mas, sem alçar vôo, sendo, apenas, complemento meramente figurativo e, de empunhadura.

Resumindo: A Ambição é como o desejo, porém, não pode ferir a honradez e os princípios éticos da receptividade almejada, em prejuízo de outrem. Sendo a cobiça uma maestrina de o Bom proceder, Ela, por si só, se justifica como válida para o Bem comum da sociedade, que não se justifica ficando imobilizada nos portais do desenvolvimento.

A Seguir, parte de uma poesia minha e, inédita!

Os prazeres terrenos,
Acalanto de infelizes,
São cantos de meretrizes
Que te fazem... Acenos!

No apartamento dos inválidos
O florescimento da sedução,
No desequilíbrio dos anseios
O plantio da... Ambição!

A inveja governa
Em todo recanto,
A mentira supera
O temor do pranto,
A traição aflora
Do lodaçal da ação,
Ela, ao bem, explora,
Usando a ambição!

Sebastião Antônio Baracho.
[email protected]
Fone: (31) 3846-6195


Autor: Sebastião Antônio Baracho


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