A simplicidade de viver



Uma das expressões que mais ouvimos pela vida fora, é a de que "A vida é complicada..."

Sinceramente considero que este é um dos maiores enganos da humanidade. Verdadeiramente, a vida por si, nada tem de complicado. Quando um ser humano nasce e começa a viver, tudo o que precisa para ser feliz, é simples : alimento, casa, saúde, segurança, amor, sexo.

O que complica não é a vida, e sim o próprio ser humano moderno que tem vindo a construir uma sociedade, que realmente complica a todos os níveis, dificultando o acesso à felicidade e por vezes, impossibilitando a própria sobrevivência.

As grandes influências da nossa sociedade atual, são a religião, os interesses económicos e os interesses politicos, sendo que todos eles têm um objetivo comum : o poder sobre as pessoas, e claro, o lucro monetário! 

É apenas pelo fato de vivermos numa sociedade - neste caso - capitalista, que tudo gira à volta do dinheiro. Criou-se a necessidade de ter dinheiro para comprar tudo aquilo que precisamos para sobreviver : alimento, casa, saúde e sexo... Desengane-se quem acha, que o amor, a segurança e o sexo não são pagos, porque no final de contas, eles por vezes obrigam-nos a compromissos e sacrifícios, para que os possamos obter, inibindo a nossa total liberdade.  Pagamos pela segurança, porque o crime existe (e aumenta), de modo que ou somos vítimas ou, mesmo que não sejamos, por norma temos que agir de forma cuidadosa, para "evitar riscos". Quando pagamos impostos, pagamos também os policias que supostamente garantem (ou deviam garantir) a nossa segurança. Quando evitamos viver ou atravessar determinados locais, estamos a ter custos adicionais, para evitar o risco. Conclusão : temos que pagar pela segurança.

Quanto ao amor... Em teoria não se pagaria, mas na prática também implica custos. Para se conhecer alguém, é preciso algum tipo de iniciativa, que normalmente tem custos... Depois de se conhecer o amor, normalmente deve-se estimá-lo, comprando e fazendo coisas "amorosas", que quase sempre custam dinheiro...

Quanto ao sexo... Há quem diga que é mais barato pagar-se uma prostituta do que casar-se... Estas "más-linguas" sarcásticas, muitas vezes até têm razão... Basta pensar o que por vezes custa encontrar o parceiro certo, cuidá-lo, fazer o casamento, construir um lar, para depois- muitas vezes - começar a ter desentendimentos, chatices, que frequentemente acabam em divórcio... Tudo isto somado racionalmente - e nem estamos a falar de problemas de saúde relacionados com este tipo de stress -  daria por certo muitas horas de prazer profissional, com uma mais valia certa : maior variedade! Isto, claro, pressupondo que um eventual casamento seja monogâmico e fiel - o que é mais uma complicação que a religião inventou, para provocar problemas !

Qual o animal que é monogâmico ? O ser humano nunca o foi e nunca será. Se fosse, não existiriam tantos casos de infidelidade...

Em resumo : para se ser feliz, precisa-se essencialmente daquelas coisas que não se podem pagar com dinheiro. É tudo aquilo que a própria Terra nos dá naturalmente. Contudo, críamos uma sociedade, em que o que é natural, já não é salvaguardado, e pelo contrário, somos obrigados a submeter-nos às regras do dinheiro, para garantir a nossa sobrevivência... E quando queremos realmente usufruir de uma boa vida, então precisamos de muito dinheiro, para conseguir obter alguma liberdade verdadeira, o que na prática, só poucos conseguem. A larga maioria da população "civilizada" vive para trabalhar e ganhar o dinheiro suficiente para chegar ao final do mês e pagar os custos da sobrevivência. Por vezes, nem para isso chega...

Será esta a sociedade que vale a pena manter ?


Autor: Eduardo Catarino


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