Educação para a morte: vivência sobre a morte em um grupo da terceira idade
EDUCAÇÃO PARA A MORTE: VIVÊNCIA SOBRE A MORTE EM UM GRUPO DA TERCEIRA IDADE
A questão da morte é encontrada como uma preocupação universal para o homem, em pessoas de várias crenças religiosas, níveis culturais e econômicos, em diversas sociedades e em distintas épocas, tal preocupação é uma construção sociocultural (KOVÁCS, 1991, p.79). Desta forma, assume as mais diversas formas e esta relacionada a vários fatos, encontrada entre homens e mulheres, desde a infância até a velhice. A consciência do homem de sua impotência frente à realidade da morte gera uma angústia, ou seja, o medo da morte, o que, segundo a citada autora, leva o homem a uma busca constante de significados para a vida, o sofrimento e a morte. Desta forma, esta pesquisa tem o objetivo de apresentar o desenvolvimento do projeto de intervenção realizado em um grupo de terceira idade, participantes de um programa de livre iniciativa realizado em uma universidade particular no município de Aracaju, Sergipe. As intervenções tiveram o objetivo de identificar os significados da morte dentro do contexto de convivência do grupo, visto como um sistema de apoio coletivo e mediador para aproximação, discussão e enfrentamento da temática da morte. Participaram deste estudo 50 mulheres, na faixa etária de 60 à 86 anos. Os materiais utilizados foram figuras recortadas de revistas velhas, caneta, lápis de cor, borrachas, micro system, CDs, DVDs, caixa de embalagem velha, papel de presente, data show, notebook, caixa de som. A partir de três intervenções com duração de duas horas cada, foi realizado a integração da pesquisadora no grupo, aproximação da temática a partir de produções manuais e enfrentamento e discussão do tema com um grupo reflexivo. Utilizou-se para este estudo a abordagem fenomenológica e a perspectiva da pesquisa participante como procedimento teórico para análise dos dados. Os resultados demonstraram que o significado central da morte não estava ligado ao fim das funções do corpo, à falência dos sinais vitais, nem mesmo ao medo da morte, mas sim, relacionados a perdas de relações, de afetos, do companheirismo, da autonomia, da presença de quem se ama e do apoio necessário na terceira idade. Percebeu-se que a atividade sistemática de convivência de grupo, conforme nos afirma Deps (1993), proporcionou significado e satisfação à existência, num momento em que o homem se vê ameaçado quanto as principais fontes de significado, tais como trabalho, status social e empreendimentos. Segundo o autor, a atividade é uma forma privilegiada de manter um bem-estar psicológico na terceira idade.
Palavras Chaves: Educação, morte, idosos.
SOBRE AS AUTORAS
Andréia Souza de Lemos Chagas é aluna do 9º período do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes, em Aracaju - SE. Este artigo foi apresentado pela aluna em 02 de dezembro de 2010, para obtenção de créditos na disciplina de Monografia – e-mail: [email protected].
Msc.Lígia Maria L. da S. Pires é Psicóloga, Psicodramatista, Mestre em Educação UFPr e Profª Adjunta da Unit, do Curso de Psicologia da Universidade Tiradentes, em Aracaju – SE. Supervisora da produção deste artigo - e-mail: [email protected].
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