A questão histórica da mulher na escola e na sociedade



Resumo

               Este artigo aborda a questão histórica do processo de escolarização da mulher no Brasil desde a chegada dos jesuítas até hoje e sua problemática na sociedade. Essa problemática circunda a respeito da discriminação do sexo feminino no contexto escolar tanto na questão da aprendizagem quanto aos salários destinados às professoras. O país desde a sua colonização desprezou a inserção das mulheres no sistema educacional, essas não podiam frequentar a educação formal e, aquelas que quisessem aprender a ler, iam aos conventos. O ensino começou a ser disponibilizado às mulheres no período do Império Brasileiro. Aqui remota a uma época em que no Brasil, as meninas eram educadas em casa, principalmente, para aprender tarefas domésticas e não tinham direito à instrução escolar. Sobre a trajetória de exclusão e pouca inserção da mulher na educação formal, podemos dizer que houve uma luta incessante e historicamente vivida até pouco tempo. A mulher ao longo de sua trajetória vem percorrendo e conquistando muitos espaços, espaços esses que lhe custaram uma problemática sócio político, cultural e econômica na situação da sociedade brasileira. Mas, foi uma caminhada longa até os dias de hoje, no entanto, ainda em algumas empresas o salário da mulher é inferior em alguns casos. Mas, a história de pouca inserção da mulher na escola não se aplica tanto aos dias de hoje, felizmente, há uma quantidade relativamente positiva de mulheres na escola. E isso talvez se deva ao fato das mudanças ocorridas na sociedade contemporânea, onde essas estão mais voltadas à educação, numa sonhada boa colocação do mercado de trabalho. Hoje também muitas famílias são sustentadas por mães, uma sociedade verdadeiramente matriarcal, e esse fato histórico tem mudado e muito a questão da mulher no sistema educacional e na sociedade.

Palavras-chave: Mulher. escola. sociedade. Brasil. História.

 

Abstract

The historical question of women in school and society

            This article addresses the question of the historical process of enrollment of women in Brazil since the arrival of the Jesuits and their problems today in society. That issue surrounds on discrimination of females in the school both in learning about the issue of salaries for the teachers. The country since its colonization despised the inclusion of women in the educational system, this could not attend formal education and those who wanted to learn to read, went to the convents. The teaching began to be made available to women during the Brazilian Empire. Here the remote a time in Brazil, the girls were educated at home, mainly to learn household chores and had no right to schooling. About the history of exclusion and inclusion of women in little formal education, we can say that there was a constant struggle and historically lived until recently. The woman throughout her career has been touring and winning many spaces, spaces that cost him a problematic socio-political, cultural and economic situation of the Brazilian society. But it was a long walk up to the present day, however, some companies still in the woman's salary is lower in some cases. But the story of little women entering the school does not apply to both days, thankfully, there is a relatively positive women in school. And this may be because of changes in contemporary society, where these are more focused on education, dreamed a good placement in the labor market. Today, too many families are supported by mothers, a truly matriarchal society, and this historical fact has changed and much the issue of women in education and society.

 

Keywords: Female. School. society. Brazil. history

 

 

            A questão histórica da mulher na escola e na sociedade

 

            Desde a chegada dos “ditos” colonizadores, a educação concentrou-se sob a orientação dos jesuítas, a igreja sempre teve certo poder sobre a sociedade, e dessa forma, não era diferente no que diz respeito ao ensino formal. Este ensino ministrado pelas ordens religiosas nas missões e nos colégios era voltado à catequese e à formação das elites no Brasil.

            A partir da primeira escola de ler e escrever, fundada em 1549, pelos primeiros jesuítas aqui chegados, tinham a intenção na formação cultural da elite branca e masculina, o que foi nítida na obra jesuítica. As mulheres logo ficaram à margem da escola estabelecida na colônia. Podiam, quando muito, educar-se na catequese ou em conventos, ou tendo um acesso restrito ou nulo à escolarização, podendo em alguns casos estudar em casa, com preceptores, ou em alguns conventos visando a vida religiosa. Estavam destinadas ao lar e aos afazeres domésticos, no papel de mãe, esposa e mulher e nunca podiam ter o mesmo acesso que os homens e isso se inclui principalmente à educação; estavam a mercê do casamento (Marido e filhos), trabalhos domésticos, cantos e orações, sob o controle de pais e maridos. Não só as mulheres brancas, mas também as índias foram consideradas dispensadas do sistema educacional. Naquela época, a mulher era destinada apenas ao casamento, e quando não conseguiam se casar (preocupação na colônia era com a honra, que na concepção da época, dependia da castidade feminina, tanto para a mulher como para o homem que ‘a guardava’), fez dos conventos e casas de recolhimento femininas, uma prática para as mulheres desamparadas ou solteiras.  

            A inclusão restrita das mulheres na escola começou a partir de 1758 e esta situação foi aos poucos se transformando com a permissão para a frequência às salas de aula para as meninas; a abertura e instalação de escolas régias para o público feminino (embora o ensino fosse feito separadamente por sexo), somente educadores do sexo feminino podiam dar aulas às meninas e educadores do sexo masculino aos meninos, e, portanto, jamais as meninas estariam ao lado dos meninos na mesma sala de aula.

            Mesmo ainda com a chegada da Corte ao Brasil, em 1808, o maior interesse do governo recém instalado no Rio de Janeiro, em relação ao ensino, foi com a formação de quadros para a administração e o exército. Eram também preconizados cursos de ensino superior, para homens, na Corte e em alguns outros lugares do país. Para o ensino elementar, o número de escolas visavam o ato de ler e escrever apenas, pagas com o erário real, teve aumento em todas as províncias, contudo, isto não determinava que haveria escolarização para a maior parte da população, pois algumas dezenas de escolas abertas eram destinadas ainda ao sexo masculino, em sua maioria, e pouquíssimas vagas ao sexo feminino.

            A formação do educador (professor do sexo masculino) em nosso país começava exclusivamente direcionada a eles e totalmente ligada ao exército. Em relação ao ato legal, a nossa primeira legislação específica sobre o ensino primário, após a Independência do Brasil, foi a lei de 15 de outubro de 1827, conhecida como Lei Geral, que levou à padronização das escolas de primeiras letras no país, sobretudo, ainda contemplava a discriminação da mulher. Elas não aprendiam todas as matérias ensinadas aos meninos, principalmente as consideradas mais racionais como a geometria, e em compensação deveriam aprender as dedicadas ao lar, às prendas domésticas.

            Em relação ao salário, foi previsto na lei igualdade aos mestres e às mestras, contudo, a própria legislação posterior abriu brechas para que na prática, as profissionais mulheres ganhassem menos que os homens. Isso porque, se não havia escolas de formação para as meninas e não sendo em estas ministradas todas as matérias nas escolas de primeiras letras femininas, podemos entrever que as mulheres eram possivelmente as candidatas contratadas ganhando menos.

            No Brasil, a chamada “feminização” da profissão ocorre no momento em que o Estado conseguiu tomar a si a organização e o controle do ensino, através de uma legislação a princípio provincial e posteriormente estadual, e através da organização da rede escolar pública em estabelecimentos próprios em forma dos grupos escolares. Entretanto, neste processo a mulher ficou fora dos postos de comando, por muito tempo, nenhuma era nomeada supervisora, diretora (casos raros) ou para cargos equivalentes ao de secretário de educação: comando masculino, apesar de considerarem um trabalho feminino. Deixemos claro aqui que, no Brasil seguiu-se a tendência do mundo ocidental apenas a partir do século XIX, quando a mulher entra na escola como aluna e educadora, e dessa forma, faz do magistério uma profissão muito mais feminina. Na questão conceitual, o entendimento criado pela sociedade do século XIX, fez do ensino um trabalho voltado à natureza feminina e leva a mulher até a condição ideal no futuro papel de esposa e mãe de família.  Este processo realizou-se de forma semelhante em outros países bem mais desenvolvidos que o Brasil, o que nos leva a acreditar que, a questão da mulher na sociedade é algo maior que apenas econômico, mas histórico e cultural, partindo do pressuposto que Eva veio depois de Adão e possivelmente feita de sua costela. O que nos remete a ideia de sermos submissas desde o princípio e assim sendo, necessitaríamos de longos anos ainda para igualar as posições do homem e da mulher.

            A mulher ao longo de sua trajetória vem percorrendo e conquistando muitos espaços, espaços esses que lhe custaram uma problemática social, político, cultural e econômica na situação da sociedade brasileira. Mas, foi uma caminhada longa até os dias de hoje, no entanto, ainda em algumas empresas o salário da mulher é inferior em alguns casos.

           Contudo, "bons ventos" vem conduzindo a história da mulher nesses últimos anos, pois, sua pouca inserção na escola não se aplica tanto aos dias de hoje, felizmente, há uma quantidade relativamente positiva de mulheres na escola. E isso talvez se deva ao fato das mudanças ocorridas na sociedade contemporânea, onde essas estão mais voltadas à educação, essa constitui um degrau para uma sonhada boa colocação do mercado de trabalho. Atualmente, também muitas famílias são sustentadas por mães, tornando a sociedade em uma condição verdadeiramente matriarcal, e esse fato histórico tem mudado e muito a questão da mulher no sistema educacional e na sociedade.

            Mas, se levarmos em consideração a revolução da mulher a partir dos anos 60, podemos perceber que ela aproveitou-se muito bem das oportunidades lhes oferecidas. Pois, quando finalmente lhe é dado algum direito, a mulher se vale de uma revolução, e assim, se adianta “anos luz” e se iguala em muitas posições em relação ao homem, e isso não é uma questão aqui empregada de forma feminista, mas realista da história do poder da mulher em tão pouco tempo, cinquenta e poucos anos depois.

            A mulher é autoconfiante em sua capacidade por natureza e convém considerar isso, pois cada vez mais luta para estar no mercado de trabalho e por ter cargos de chefia e de maior responsabilidade. Trabalha fora, em casa (tomando conta da organização do lar), cuida dos filhos e marido, de si mesma (afinal, está também mais vaidosa), entre outras administrações, e isso, não deveria partir da consideração que a mulher é o sexo frágil da relação. Mas de que sexo frágil que tanto se fala, quando na verdade é capaz de realizar tantas tarefas concomitantemente? Por que ainda muitas sociedades nos faz com que acreditemos que as mulheres não são capazes de superação?

            Considerar que o lugar da mulher é apenas no matrimônio é renegar suas conquistas e vitórias em tão pouco tempo de história. Quem tão inferior aos homens conseguiria tão façanha, se não fosse um ser tão consideravelmente iluminado? Numa sociedade tão verazmente machista, temos hoje uma presidenta no governo federal e tantas outras autoridades mulheres e bem competentes. Acredito que dessa forma, é imprescindível reconsiderar a potencialidade da mulher e a forma que administra tantos ofícios, e isso, não é só uma questão de justiça, é de reconhecimento e valorização do potencial grandioso que é o ser “Mulher”.

 

 

 


Autor: Elizabeth De Jesus Santana


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