O Saber... Sabatinado!



Muita das vezes fico pasmado, com os meus olhos circulando e, a mente vagando, a me espantar com a sabedoria sem a sabatina de recapitulação, da discussão minuciosa e da comprovação dos eventos, sem a evidência demonstrativa que, nos chegam aos borbotões liquefeitos, em forma de palavras orais e, escritas, como se fossem verdadeiras.

De alguns anos para cá, no aconchego da modernidade, o Homem passou a ser um mero seguidor de normas, lhes impostas de cima para baixo, sem o direito de às contestar ou, as esmiuçar e, portanto, às valorizando ou... Não! Tais determinações, as vezes, mascaradas de convites, conselhos, premiações etc., vindo do seu ápice, não lhe permite, estando nos rodas-pé da nomenclatura social, discutir, desobedecer ou...Ignorar! Assim, muitas das vezes, se transforma num mero propagandista dos engodos recebidos ou, um parvo a parvoejar o assunto recebido como se fosse uma verdade insofismável!

Pela milésima vez, tento esclarecer que: Tudo o que nos chegue ao conhecimento, vindo de qualquer fonte, deve ser analisado, criteriosamente, nos seus prós e contras e, sempre, com o contraditório atuando para confirmar ou, contrariar o que ouvimos, lemos ou... Vemos! Toda informação nova que nos chegue ao conhecimento, por qualquer meio de divulgação, principalmente oral, devemos dar o crédito inicial, todavia, em seguida, procurar a comprovação da sua veracidade e utilidade ilibada, sob pena de, com Ela, compactuar e a difundir, embora seja falsa ou, maléfica! Para isso, a sabatina verbal e mental é o primordial para que possamos tomar uma posição, face ao evento noticioso que Ela nos traga.

Muitos crimes de sangue, prejuízos financeiros e de amizades, desonra e, outros! Têm transcorrido por não ocorrer à sabatina detalhada das notícias chegadas ao conhecimento dos agentes (Ativos e passivos). Nunca aceite uma informação como verdade exata, pois, Ela, pode ser para o emissor, porém, também, pode ser verossímil, portanto, apenas parecendo ser!

Se estivermos com dificuldades de convivência com a sociedade, em seu todo ou, quase, devemos nos lembrar de que: O povo reunido tem a idade mental de uma criança! Se não conseguimos viver e, sobreviver! Com as intempéries morais e, imorais, ao nosso derredor, ao em vez de nos mancomunar com o Mal difundido, devemos nos fechar em ostra e, do nosso âmago analítico, retirar as nossas defesas morais, principalmente, analisando o que é Bom e, projetando o Mal, para debaixo dos capachos e, dos nossos pés!

A seguir, apresento alguns acontecimentos, Inseridos no meu livro inédito: DE RECRUTA A... CARDEAL! Aludidos ao acima inserido e, comigo transcorrido, como agente ou, observador dos fatos:

—Certa feita, minha mãe preparou uma grande panela com feijoada, quando ela foi pegar a vasilha, notou estarrecida, que um dos filhos, sorrateiramente, tinha comido a metade do alimento. Todos os filhos foram convocados para a cozinha e nenhum deles confessou a autoria. O meu pai pegou uma vara de marmelo e ameaçou-me dizendo: “Só pode ter sido você o autor!”
Naquele exato momento, um meu irmão, imediatamente mais novo, foi amarelecendo e, apoiando-se a uma mesa, vomitou no chão toda a feijoada que tinha comido escondido.
***
Tempos depois, fui elogiado pelo comando por ter me esforçado ao máximo na procura de dois corpos de crianças afogadas no Córrego da Prata, riacho em nível inferior aos fundos do quartel.
Tal elogio foi baseado no fato de, toda a tropa estar procurando os cadáveres logo abaixo do poço em que se afogaram, entretanto, Eu insistia em ficar naquele poço já vasculhado pelos seus colegas, isso, porque, às escondidas dos demais, jogara vários garranchos na correnteza e, nenhum deles, passara do poço,  fazendo redemoinhos perto de um dos barrancos da margem.
Em mergulhos constantes acabei por descobrir os pés de um dos meninos enterrado na areia do fundo, em seguida, o outro também foi localizado no mesmo local.
***
Em outra ocasião, discuti com um irmão, igualmente policial militar, graduado como sargento, meu superior hierárquico, em determinado momento, o meu irmão disse que rasgaria a minha túnica, no que, coloquei no interruptor da luz uma túnica, que foi prontamente rasgada pelo meu irado irmão, só, que, a túnica era... Dele!
***
... Planejaram uma fuga da cadeia, na calada da madrugada, quando não havia movimentos nas ruas e, dessa forma, iriam para o mato, cada um com o seu itinerário, porém, fugindo antes da metade da noite, tiveram que "malocarem-se" em locais na cidade, o que facilitou o trabalho da captura. Ao serem inquiridos da razão da antecedência da fuga, responderam em conjunto:
“Uai! Iríamos prejudicar o Baracho, único policial que nos dá atenção, nos compreende, respeita nossos familiares e ainda nos dá remédio quando adoecemos!”.
***
Num certo dia, garimpei um diamante de regular tamanho e, imitando os demais, dei Graças a Deus! Com um colega dizendo que o diamante não ficara bem no centro da peneira, como deveria ter ficado, se eu fosse mais experiente. Bazofiando, coloquei o diamante na peneira cheia de areia, cascalho e formações, peneirei na água e... O diamante desapareceu! Apesar de ter sido, por todos, procurado minuciosamente.
Naquele dia, fiquei sabendo, por um garimpeiro mais antigo, que a mão engordurada faz o diamante boiar e ultrapassar a peneira descendo o rio.
***
Numa tarde, dois soldados de uma cidade um pouco distante, estavam nadando no rio, comigo os observando da praia. De repente, um deles, começou a afogar-se não conseguindo chegar à margem em razão de um redemoinho entre a praia e o meio do rio. Pulei na água com um pedaço de pau e, ao invés de puxar o soldado, o empurrei para o meio do rio, onde ele conseguiu nadar rio abaixo comigo ao lado. Com a correnteza, o soldado descansou e conseguiu ganhar as margens em local sem redemoinho.
***
Transferido para a cidade de Arassuai, fiquei conhecendo um soldado que tomou cerca de quatorze facadas na zona boêmia, embora estivesse armado com dois revólveres sem atirar no seu oponente, no hospital, lhe perguntaram por que não reagira com as suas armas ao que ele respondera:
Uai! E como eu poderia ser promovido por valentia?
Foi promovido a cabo reclamando para os colegas que, pelo número de facadas recebidas, imaginava que teria direito a ser, pelo menos, um sargento.
***
Havia um indivíduo que desafiava a todos, a atirarem nele, dizendo que só tinha medo de fuzil por causa da cruzeta nele inserida, as demais armas saiam água pelo cano ao invés de balas. Um dia, um estranho lá chegou e, sendo provocado pelo fanfarrão, deu-lhe um tiro de garrucha no peito, matando-o instantaneamente, em seguida, arrebentou um cordão com "patuá" juntando-o a um seu e dizendo: "a minha oração é mais forte".

Sebastião Antônio Baracho
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Fone: (31) 3846-6195


Autor: Sebastião Antônio Baracho


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