Histórias jogadas ao vento sobre amores perdidos no tempo



A história que tenho para contar aconteceu há muitos anos, num tempo em que as meninas ainda eram bonitas. Não digo que as meninas de hoje sejam feias, mas não é possível ter certeza com toda essa maquiagem. Parece que as mulheres gostam de esconder o rosto.

Eu tinha dezoito anos e morava em um bairro tranquilo. Minha casa possuía uma janela que dava para a rua. Eu me apoiava no peitoril todas as manhãs às seis horas e tranquilamente observava a eterna calmaria. Foi assim que me apaixonei.

Certo dia passou diante da janela uma moça de olhos castanhos, pele morena, cabelos negros e lisos que escorriam pelos ombros. Eu a amei desde o primeiro instante em que a vi.

Você pode imaginar que nos dias que se seguiram tive um motivo especial para espiar pela janela. E minha amada sempre passava, exatamente no mesmo horário. Durante um mês permaneci namorando-a em segredo sem que ela ao menos suspeitasse de minha existência. Porém, em uma fria manhã a moça percebeu que alguém a admirava, ela virou-se para mim sorrindo bondosamente e exclamou:

-Bom dia!

Minha amada passou a cumprimentar-me. Os dias foram incrivelmente comuns por algum tempo, mas em uma manhã chuvosa eu reuni toda a coragem que havia em meu interior e perguntei:

-Você quer namorar comigo?

Sempre simpática ela sorriu intrigada.

-Eu não o conheço!

-Tudo o que precisa saber sobre mim é que eu a amo!

A moça não estava assustada e nem zangada, apenas exibia um olhar de curiosidade.

-Eu não quero namorá-lo!- ela disse carinhosamente como se tivesse medo de despertar em mim algum sofrimento.

-Aceita então a minha amizade?- eu perguntei.

-É claro!- ela respondeu- Sei reconhecer um bom amigo.

Dizendo isso a moça distanciou-se.

Quando voltei a encontrar a minha mais nova amiga perguntei se ela queria caminhar até o bosque para ver o pôr-do-sol. Ela aceitou. À tarde nos encontramos. Foi um passeio divertido.

Passamos a nos encontrar todos os dias para ver o pôr-do-sol. Em nossa trigésima excursão ela permitiu que eu a beijasse. Foi o beijo mais doce e apaixonado que se pode imaginar. Depois de um momento tão extraordinário minha amada observou ao redor e exclamou:

-Eu adoro esse bosque, é um lugar maravilhoso!

Eu concordei com um sorriso.

Ali nos casamos duas semanas depois.


Autor: Júlio César Gonsalves


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