Mas que diabos é a liberdade?



Mas que diabos é a liberdade?

Para muitas pessoas na atualidade e principalmente a juventude a liberdade é definida como “o ato ou efeito de eu fazer o que quiser!”. Neste sentido Montesquieu já dava uma resposta interessante dizendo que “a liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem” (156). Entender a liberdade é uma busca que está para além da simples compreensão particular de cada um, ou do senso comum.

Ser livre é ser responsável, é assumir um compromisso social e lutar por ele, também é um pedido uma exigência inerente em cada um de coerência. Ter a chance de se auto proclamar livre é a mais pura e preciosa oportunidade de mostrar o grande dom inerente em cada um chamado responsabilidade. Ser livre é ser profundamente comprometido com a educação das crianças desde a sua mais tenra idade, para que se humanizem todas as instituições a que um dia contarão com seus preciosos anos de doação. É também lutar por direitos iguais, por salários mais justos, enfim criar uma cultura da responsabilidade social em cada casa, em cada um. Isto é claro se crermos primeiro que “a liberdade de agir me confere a responsabilidade de agir” (pag. 129) também.

 

A liberdade também é uma forma de nos auto constituirmos como seres humanos, ela nos humaniza e carrega-nos para um novo patamar de seres mais elevados. Segundo o Compendio da Doutrina Social da Igreja, no numero 135, “a liberdade, com efeito, não só muda convenientemente o estado das coisas externas ao homem, mas determina o crescimento do seu ser pessoa, mediante escolhas conformes ao verdadeiro bem: desse modo, o homem gera-se a si próprio, é pai do próprio ser, constrói a ordem social”. O mesmo documento alerta ainda mais adiante no numero 137 que “a libertação das injustiças promove a liberdade e a dignidade humana: porém é necessário, antes de tudo, apelar para as capacidades espirituais e morais da pessoa e para a exigência permanente de conversão interior, se se quiserem obter mudanças econômicas e sociais que estejam realmente ao serviço do homem.

Na mesma perspectiva de mudança interior percebe-se que “não há nenhuma liberdade interior autentica que, mais cedo ou mais tarde, não afete e mude a história humana”, pelo menos é o que pensa Rollo May, um dos grandes nomes da psicologia mundial. Alias não é este o desejo primordial de qualquer pessoa de boa índole, o desejo de mudar o mundo?

Mas tal fato só irá ocorrer apartir do momento em que nos encararmos e assumirmos que somos seres criados para elaborarmos juntos a fraternidade universal, onde impera a paz, o amor, a justiça, a caridade e principalmente a verdade. Pois é este o nosso compromisso, nossa meta nosso destino. E “... a liberdade só começa quando se confronta o destino” (pag. 281). Liberdade, portanto, é um compromisso cuja meta primordial é nos levar a assumir quem somos de verdade.

 

Referencias:

Pontifício Conselho “Justiça e Paz”. Compendio da Doutrina Social da Igreja. São Paulo: Paulinas, 2005.

May, Rollo. Liberdade e Destino. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.

Coleção Os Pensadores. Montesquieu – Do Espírito das Leis. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

 


Autor: Ricardo Valim


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