Cheiro De Merchandising



Com o intuito de impulsionar o cliente a comprar seu produto em meio aos concorrentes ou fazê-lo ficar mais tempo em seu ponto de venda conhecendo sua linha de produtos, o marketing usa os cinco sentidos do corpo humano. Mas existe um, em especial, que não pode ser aproveitado eficientemente por todos pontos de venda, nem por todos os produtos.

 

O mais explorado, sem dúvida, é a visão. Investe-se muito em banners, móbiles, displays, embalagem, posicionamentio na gôndola, entre outros. A força deste sentido é inquestionável.

 

Através do paladar, a empresa permite a degustação gratuita, para que o prospect se interesse pelo produto e passe a consumi-lo.

 

Pelo tato, o PDV pode permitir que o cliente sinta a qualidade e a funcionalidade do produto, como em colchões e eletrônicos.

 

A audição é usada, geralmente, para ambientalizar o local com músicas para os clientes. Mas principalmente para o uso de displays auto-explicativos e anúncio de ofertas ao microfone, como fazem os supermercados.

 

E por último, o aparentemente ineficiente, olfato. Alguns PDVs usam perfumes ou colocam flores para tornar o ambiente mais agradável e aumentar o tempo de permanência do consumidor no local. Mas isso não é o bastante.

 

Não falo de algo que influencie na compra ou no ambiente. Falo de algo que, de fato, impulsione o cliente a adquirir o produto. Mesmo em um momento em que ele não estava à procura daquele e nem de nenhum outro. Falo do que podemos chamar de “efeito pipoca”.

 

O olfato, o sentido menos explorado pelo merchandising é também um dos mais poderosos, pois trabalha com uma persuasão subliminar. Faz com que o consumidor abra a carteira em um momento no qual ele não estava pensando, sequer, em consumir qualquer tipo de produto. E o melhor, tem custo zero para o vendedor.

 

Quem nunca comprou uma espiga de milho, que se encontrava a poucos metros de distância, por não ter resistido ao cheiro do produto? O merchandising do olfato entra pelo seu nariz e age como uma hipnose. Atinge rapidamente a sua mente tirando parte de sua capacidade de raciocínio e, em pouco tempo, você está pegando o seu dinheiro e satisfazendo aquele desejo que não possuía há instantes atrás.

 

O mesmo ocorre, e como ocorre, com o derivado do milho, a pipoca. Conversando com “pipoqueiros”, descobri que muitos, sabendo do poder de sua ferramenta de merchandising, mesmo sem ter idéia do que isto significa, chegam a posicionar seu carrinho estrategicamente.

 

Fazem com que a fumaça siga em direção aos prospects que trafegam próximos ao local e que seu cheiro, faça o approach e traga estas pessoas até seu ponto de venda para consumir.

 

À propósito, esta é a única exibtécnica que usam. Visto que a embalagem não passa de um saco de papel fino e barato, além disso, não contém nenhuma informação sobre o produto, que aliás, fica exposto a poeira e ainda é necessário comê-lo com as mãos. As opções são apenas duas, os básicos salgado ou doce. O dono/vendedor é, em sua maioria, uma pessoa não muito bem afeiçoada, vestida com roupas humildes e baixa ou nenhuma escolaridade. Mesmo assim, atrai, tanto executivos quanto a classe operária com o atraente cheiro de seu produto. O baixo preço faz com que as pessoas não precisem lutar contra seu desejo, apenas se entregarem a ele.

 

Milhares de reais são investidos por grandes empresas e não se consegue atingir um efeito de venda por impulso tão grande. Imaginem, uma guerra de cheiros em um supermercado, com embalagens puxando os consumidores para seus produtos através do olfato. Infelizmente, são poucos os produtos que podem fazer uso desta, ou de outra tão magnífica ferramenta de merchandising, como o milho e seu derivado, a pipoca. E o melhor: por custo zero.


Autor: Nilson Maranhao Moreira


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