Respeito é Bom E Todos Gostam…



Quero tratar de um assunto que vem me indignando há muito tempo!
É o feedback que os profissionais de Recursos Humanos (a grande maioria) insistem em não dar a candidatos a emprego e empresas prestadoras de serviço.
É claro que não são só os profissionais de RH que não dão feedback, mas como escrevo para essa seleta comunidade, não vou me ater ao que fazem os outros profissionais.
Quem de nós nunca enviou um currículo para concorrer a uma vaga?
Quantos receberam uma ligação ou um e-mail para informar:
- Sr(a) fulano de tal, concluímos o processo seletivo e vimos por bem não contratá-lo(a). Agradecemos sua participação, etc., etc.
Essa resposta nos deixaria felizes? Claro que não, até porque não explica as razões pelas quais nós fomos preteridos (será que o currículo estava mal redigido e não conseguimos atrair a atenção do recrutador? – será que faltou ou sobrou informação? – será, enfim que somos incompetentes? – será – será - … a dúvida e a angústia permanecerão), mas pelo menos houve uma iniciativa de nos informar que agora temos caminho livre para outros sonhos.
Mas o que ocorre na grande maioria das vezes é que nenhuma resposta é dada e quando o candidato liga para tentar obter alguma informação, muitas vezes sequer é atendido.
Eu me lembro bem de uma ocasião há mais de 20 anos, em que isso ocorreu comigo.
Participava de um processo seletivo para uma vaga de Gerente de Recursos Humanos para a América Latina de uma multinacional e após todo processo concluído, inclusive entrevista com o VP de RH da matriz alemã, simplesmente os contatos acabaram. Não conseguia mais ser atendido pelo headhunter (de uma das mais famosas e prestigiadas empresas ainda hoje em ação). Depois de muitas tentativas, por fim descobri um outro número de telefone e ele me deu a informação que eu precisava. A matriz na Alemanha havia decidido transferir as operações brasileiras para a Argentina por conta das conseqüências de mais um plano econômico no Brasil. Foi frustrante e principalmente saber que um profissional daquele nível só se interessava pelo seu cheque e naquele momento eu deixava de ser valioso para ele, então porque perder tempo comigo. Quem sabe no futuro…
Muitos vão dizer:- mas quando se anuncia uma vaga muitas vezes recebemos centenas ou milhares de currículos e não temos tempo de responder a todos.
E eu digo:- Quem não tem competência não se estabelece.
Vejam o exemplo de uma organização decente que valoriza o ser humano.
O Magazine Luiza deve abrir na capital de São Paulo, 50 lojas neste mês. Para isso precisou contratar cerca de 2 mil novos funcionários. Fez, e diga-se de passagem, excelente anúncio onde colocou o seu próprio currículo e recebeu mais de 100 mil currículos de candidatos. Parece impossível dar uma satisfação a todos, não é? Pois eles desenvolveram um website (http://www.magazineluiza.com.br/trabalheconosco/) onde além de dar as boas-vindas aos novos colaboradores, agradecem aos que não foram escolhidos e mais, a Telma, Diretora de RH e a Luiza Helena Trajano Superintendente do grupo,em um vídeo, dão dicas sobre as mudanças ocorridas no mercado de emprego para que esses candidatos que não foram selecionados nesta primeira etapa, possam aprimorar-se e virem a ser aproveitados para vagas futuras.
Além de demonstrarem respeito àqueles que sonharam em participar da sua organização, elas demonstraram ser muito inteligentes pois esses candidatos continuam sendo possíveis clientes do Magazine Luiza. Já imaginaram inaugurar 50 lojas com um contingente de mais de 100 mil pessoas (sem contar com os parentes e amigos) irritadas ou frustradas com sua empresa?
Infelizmente muitos profissionais de RH não se vêem como vendedores de suas organizações, ainda acreditam que seu papel é só por gente pra dentro e, se der tempo, tentar depois segurar para que elas não saiam.
O mesmo comportamento é repetido para com as empresas prestadoras de serviço para RH, quaisquer que sejam.

O profissional de RH muitas vezes tem seus fornecedores preferidos (o que não está errado) mas precisam por força do regulamento interno, apresentar 3 orçamentos. Então corre atrás de propostas só para cumprir tabela. E as empresas contatadas, gastam horas senão dias elaborando uma proposta que nem ao menos será lida. A única página que importa é a que tem o preço.
Sabe quando a empresa que se esmerou em preparar a proposta vai receber um feedback? NUNCA!
Vai ligar e ligar e ligar muitas vezes e aquele profissional que tão gentilmente lhe solicitou a proposta em caráter emergencial, estará sempre em alguma reunião e nunca retornará sua ligação até que o prazo expire.
Às vezes o profissional até atende, mas passa o mico para cima, para o chefe que está com a proposta mas que não decide.
Pior ainda é quando acontece o que certa ocasião aconteceu com a Vivencial.
Uma Analista de Treinamento de importante empresa produtora de equipamentos de movimentação vertical de pessoas em edifícios, solicitou-me uma proposta de treinamento de Team Building e Comunicação para a equipe do Departamento de Recursos Humanos de todas as suas unidades. Eles haviam constatado que o grupo não era unido e a comunicação dentro do grupo e para com a empresa estava falhando.
Esmerei-me como sempre em apresentar uma proposta totalmente desenhada para a necessidade dessa empresa.
Enviada a proposta começou a via-sacra…
Liga para saber se recebeu a proposta…
Liga para saber se ficou alguma dúvida pois há demora na resposta…
Envia e-mail colocando-se à disposição para discutir os pontos da proposta…
Recebe resposta que a partir daquele momento o “projeto” passa a ser coordenado diretamente pela Gerente de RH e copia a mesma…
Recebe cópia do e-mail da Gerente de RH para a Analista de Treinamento com os seguintes dizeres…- vai enrolando ele por mais quinze dias e depois diz que o projeto foi cancelado…
Como ficou claro, essa empresa tem problemas sérios de comunicação (e ética), pois a gerente ao responder o e-mail clicou em responder a todos e não percebeu que eu também estava copiado.
Então com muita educação, eu respondi (no mesmo e-mail), que para termos mais transparência em nossos negócios eu estava me retirando do processo já que era evidente que não havíamos sido a empresa escolhida e sempre é melhor ser objetivo e claro dando um feedback autêntico e ainda, que parando por ali, estaríamos economizando tempo precioso de ambos.
Desejei sucesso na empreitada pois os funcionários daquela empresa de fato precisavam de um RH melhor.

É minha gente Respeito é bom e todos gostam…


Autor: Orivaldo Andreazza Peres


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