As crônicas de Táviano



                              As crônicas de Táviano                            

 

                                                          

                                                            RCO

 

Este causo acunteceu cumigo há algum tempo atrás, eu tava trabalhano lá no Liandro capinando uma roça de feijão, tava tudo tranqüilo ate que numa manham uma coisa na estrada mi chamo a atenção. Eu sai da minha casa aquiem Nova Serranamuntado na moto nova que compre semana passada, ia na estrada todo, todo quando que prara das areis, quase na fazenda do tio zito tinha uma placa na beira da estrada com uma seta apontada para uma estradinha de terra batida que eu não sabia onde ia para. A placa era um pedaço de taba pregada em um moirão com o siguinte dizer:

                          VENDE SE 

                               ESTE

                                      RCO

Vende se este rco, o que será isso eu pensei. No dia siguinte eu passei de novo e a placa ainda tava lá, fui pro serviço e fiquei matudano na quilo. Vende se este rco, será que é rosca com ovos? Não, e que tão rio com ondas? Tamem não, rancho completo organizado, o dia passou e eu não conseguia tira o rco da cabeça. “Chegando lá em casa eu vô pirgunta pro Orélio”, pensei, mas quando cheguei a coisa ficou foi pior, eu peguei o dicionário e não encontrei nada,” se o Orélio não sabe ora, quem vai saber?”

Fartando cinco pra cinco da madrugada eu levantei, não queria dormir mais, na verdade eu nem dormi a noite, passei ela toda sonhando com o rco, o rco corria atrás de mim e quando ele tava quase pega ou não pega eu cordava, e quando conseguia dormir de novo o danado do trem voltava a corre atrás de mim.

Sai de casa um pouquinho mais sedo para poder para lá de frente a placa e tenta descobrir o que era o rco, quando cheguei o dia já tinha clareado e eu fiquei oiano pra placa e procurando ao redor se ali tinha alguma coisa que pudesse ser o danado do negoço. Depois de mais de uma hora que eu tava lá uma caminhonete veio pela estada de terra e passou por mim, ela estava carregada com sacos e mais sacos de alguma coisa. Só pode ser o rco, finquei atrás dela já que ela ia pro mermo lado que eu, o rco estava coberto por uma lona azul, seja lá o que for e uma coisa volumosa. Tentei chegar perto, mas a caminhonete entrou em uma otra estradinha e sumiu, então eu segui direto pro liandro, quando cheguei lá joguei minha traia no chão e voltei na carreira para trás, eu tinha que descobrir o que era o rco.

Entrei na estrada de terra ate sem da seta, ela estava cheia de buracos e eu tinha que ficar disviano e passando bem divagarzinho, três quilometro depois vi um pequeno sitio com uma casinha simples e a portera aberta, entrei e fui ricibido pelos cachorro que me rudiaram e ficaram latindo.

_Ou, vai deita. Gritou um homem que pareceu na porta. Desci da moto, tirei o capacete e fui logo dizendo:

_ Opa bão?

_Bao. Ele rispondeu.

_Então ta bão então.

_U que u sinhor ta quereno? Pirguntou o homem. Ai eu me dei conta que não havia pensado em nada para dizer, então dicidi da uma de esperto e falei:

_Eu queria compra um pouco de rco.

_U que?

_A quilo que ta lá na placa.

_ A ta. Quando ocê vai querer?

_Só essa sacolinha.

_ só isso aqui?

_Eu preciso de poço. Quanto vai custa? Ele pegou a sacola da minha mão e disse de novo: _ nada, vô cobra isso não. “Que beleza ainda vai sair de graça.” Fiquei todo animado ou pensar. Ele saiu e foi lá pro fundo da casa, não demorou nada  ele vorto com a sacola cheia e me deu. Montei na minha moto, agradeci e acelerei ela ate o no talo, fui passando por cima dos buracos não sai de nem um, quando cheguei no asfarto, parei a moto, peguei um pedaço de carvão que tava jogado ali no chão, fui ate a placa e fiz um traçinho completando a frase. Dei alguns passos para trás e lhi ela novamente bem alto.

                                             VENDE SE 

                                                  ESTE-

                                                    RCO                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         Betinho

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Autor: Herbert Silva Rosa


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