O que são estilos de aprendizagem? Conceitos e teorias



O QUE SÃO ESTILOS DE APRENDIZAGEM?

CONCEITOS E TEORIAS

 

 

Daniel Rodrigues de Lima

Orientador: Profº. Esp. Júlio César Queiroz de Souza

Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI

História (HIDO167) – Prática do Módulo II

10/12/2011

 

 

RESUMO

 

Os estilos de aprendizagem são diferentes formas de perceber e processar as informações, é como nos comportamos durante o processo de aprendizagem, diante disso há três formas perceptivas de aprendizagem que são: a visual, a cinestésica ( corpo, sensação e movimento) e a auditiva. O objetivo geral de nosso artigo é conceituar o que são dos estilos de aprendizagem. A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma revisão bibliográfica, analisando o que foi produzido sobre o tema, onde seu cunho é de uma pesquisa qualitativa em que utilizaremos o método de amostragem, pois a partir da aplicação do teste de VAC (Visual, Auditivo e Cinestésico) baseado na teoria dos 6 estilos de aprendizagem de Markova podemos mensurar e identificar os estilos de aprendizagem predominantes da turma HID0167 de Licenciatura em História (UNIASSELVI). Acreditamos que hoje em nossa prática pedagógica não devemos apenas ensinar os nossos alunos a aprender, e sim, devemos é aprender as varias formas como ensinar, além de entender como estes melhor aprendem, e a teoria dos estilos de aprendizagem é uma excelente ferramenta se bem aplicada, para desenvolvermos práticas que norteiam tais condutas.

 

Palavras-chave: Estilos de aprendizagem, Conceitos, Teorias e Aprendizagem.

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

O paper tem como tema o que são estilos de aprendizagem, onde os analisaremos através de suas conceituações e principais teorias elaboradas.

A escolha do tema é pelo fato de dentro do Curso de Licenciatura em História do Centro Universitário Leonardo Da Vinci (UNIASSELVI) na modalidade de Educação à Distância (EAD), haver o componente curricular obrigatório denominado de prática, onde são formados grupos para elaborarem e produzirem suas pesquisas a partir de temas que nos foram propostos pelo professor tutor externo, onde estes estão relacionados as disciplinas cursadas durante nosso segundo módulo, cabendo aos discentes uma delimitação maior do objeto de pesquisa e a produção de forma individual de um paper.

O objetivo geral de nosso artigo é conceituar o que são estilos de aprendizagem, onde procuramos também entender o que é aprendizagem, compreender suas principais teorias e analisar os estilos de aprendizagem da turma HID0167 do curso de Licenciatura em História do Centro Universitário Leonardo Da Vinci (UNIASSELVI).

A relevância de nosso artigo encontramos no sentido de que com o entendimento dos estilos de aprendizagem dos alunos e professores no processo pedagógico, tal compreensão pode contribuir para que ocorra uma melhor qualidade no processo de ensino e aprendizagem.

O referencial teórico, fundamenta-se nos artigos disponibilizados na rede mundial de computadores, e com a contribuição destes autores pesquisados e citados poderemos analisar e compreender, como os etilos de aprendizagem podem contribuir no processo pedagógico.

Entre os artigos que encontramos esta o intitulado “Estilos de Aprendizagem” (ALMEIDA, 2007), onde a autora busca analisar como os indivíduos de forma individualizada preferem aprender, e como esse entendimento pode contribuir com uma educação de qualidade, além disso a autora identifica os vários estilos de aprendizagem e faz uma análise comparativa com a teoria de múltiplas inteligências.

O artigo “A teoria dos estilos de aprendizagem: convergência com as novas tecnologias” (BARROS, 2008), é importante pois possibilita entender o contexto histórico dessa teoria, onde a autora mostra as diversas formas como esta é conceituada, além de salientar sobre o papel central das novas tecnologias para melhor prática desta no campo didático pedagógico.

Bock, Furtado e Teixeira (1999) com a obra intitulada “Psicologias: Uma introdução ao estudo da Psicologia”, em seu capitulo oito com o seguinte título “ Psicologia da Aprendizagem” embasa nosso artigo no sentido de nos orientar a respeito do que é aprendizagem a partir das teorias do condicionamento e teorias cognitivas à luz de Lev Vygotsky e Jean Piaget, onde com isso conceituamos e entendemos o que é a aprendizagem.

Cerqueira (2006) em seu artigo “O professor em sala de aula: reflexão sobre os estilos de aprendizagem e a escuta sensível”, contribui com nossas discussões pois de acordo com suas analises sobre estilos de aprendizagem este nos orienta como alunos e professores podem contribuir com o aprendizado mutuamente, mostrando um dialogo entre o saber e conhecer, privilegiando com isso, o entendimento do aprender a aprender, ou seja, compreende-se quais as melhores formas de retenção da informação com intuito de transformá-la em conhecimento.

Em “ Descrição e análise de diferentes estilos de aprendizagem”, Almeida (2007), nos informa sobre as diferentes teorias produzidas acerca de estilos de aprendizagem mostrando as peculiaridades de cada uma, através de suas aproximações e distanciamentos, analisando os principais estilos de aprendizagem e suas teorias utilizados no ensino básico.

A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma revisão bibliográfica, analisando o que foi produzido sobre o tema, onde seu cunho é de uma pesquisa qualitativa através de método de amostragem onde podemos mensurar os estilos de aprendizagem predominantes da turma HID0167 de Licenciatura em História (UNIASSELVI).

O artigo segue com os seguintes itens: 2) conceitos sobre aprendizagem, 3) estilos de aprendizagem, 4) principais teorias de estilos de aprendizagem, 5) os estilos de aprendizagem da turma HID0167 do curso de Licenciatura em História do Centro Universitário Leonardo Da Vinci (UNIASSELVI) e, por fim, 6) considerações finais.

 

 

2 CONCEITOS SOBRE APRENDIZAGEM

2.1 TEORIA DO CONDICIONAMENTO OU AMBIENTALISTA DA APRENDIZAGEM



O processo de aprendizagem segundo a teoria do condicionamento esta relacionado à um processo onde o homem tem seu comportamento modificado, ou seja, é na sua experiência que se dá a aprendizagem, esta ocorre de acordo com estímulos e respostas através de um reforçador diante dos estados fisiológicos e psicológicos do ser.

Acerca do que expomos acima sobre da teoria do condicionamento Bock, Furtado e Texeira (1999), afirmam:

 

[…] a aprendizagem pelas suas consequências comportamentais enfatizam as condições ambientais como forças propulsoras da aprendizagem.

Aprendizagem é a conexão entre o estímulo e a resposta. Completada a aprendizagem, estímulo e resposta estão de tal modo unidos, que o aparecimento do estímulo evoca a resposta. (p. 150)



O objetivo dessa teoria do condicionamento no processo de aprendizagem na educação é a modificação comportamental dos seres, onde o comportamento é modificado pela experiência sensorial ou prática do ser, através de constantes repetições.

A teoria do condicionamento na prática educativa está de certa forma ultrapassada, pois entende os seres humanos como criaturas passivas, podendo estas serem manipuladas e controladas em seus comportamentos de acordo com o ambiente ao qual estão inseridos, ou seja, suas situações são planejadas e estruturadas previamente tirando dos aprendizes um processo de aprendizagem que poderia ser mais espontâneo.

2.2 TEORIA COGNITIVISTA DA APRENDIZAGEM

 

Mostramos nesse momento como a teoria cognitiva se posiciona e conceitua o que é aprendizagem, onde para os cognitivistas a aprendizagem é o processo de organização das informações e da integração do material a estrutura cognitivista, onde podemos afirmar o seguinte:

 

A aprendizagem é, portanto, um processo essencialmente social, que ocorre na interação com os adultos e os colegas. O desenvolvimento é resultado desse processo, e a escola, o lugar privilegiado para essa estimulação. A Educação passa, então, a ser vista como processo social sistemático de construção da humanidade. ( BOCK, FURTADO e TEXEIRA, 1999, p. 164)

 

 

A teoria cognitivista diferencia a aprendizagem em mecânica e aprendizagem significativa, onde segundo Bock, Furtado e Teixeira (1999):

 

a. Aprendizagem mecânica — refere-se à aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma associação com conceitos já existentes na estrutura cognitiva.[...]. O conhecimento assim adquirido fica arbitrariamente distribuído na estrutura cognitiva, sem se ligar a conceitos específicos.

b. Aprendizagem significativa — processa-se quando um novo conteúdo (ideias ou informações) relaciona-se com conceitos relevantes, claros e disponíveis na estrutura cognitiva, sendo assimilado por ela. Estes conceitos disponíveis são os pontos de ancoragem para a aprendizagem. Por exemplo, nós estamos aqui apresentando a você um novo conceito — o de aprendizagem significativa. Para que este conceito seja assimilado por sua estrutura cognitiva, é necessário que a noção de aprendizagem apresentada pelos cognitivistas já esteja lá, como ponto de ancoragem. E esta nova noção de aprendizagem significativa, sendo assimilada, servirá de ponto de ancoragem para o conteúdo que se seguirá. (p. 153-154, grifos dos autores).

 

 

Dessa forma estamos de acordo com a teoria cognitivista de aprendizagem, pois entendemos a aprendizagem como historicamente determinada, onde ocorre uma apropriação de cultura, devendo com isso ser compreendida em sua historicidade, ou seja, é a partir desta que nos apropriamos do conteúdo da experiência humana, ou seja, é na relação dos sujeitos que ocorre a aprendizagem, onde aprendemos formas culturais de agir, pensar, sentir e com isso nos desenvolvemos enquanto seres histórico-sociais.

 

 

3 ESTILOS DE APRENDIZAGEM.

 

Dentro do processo de aprendizagem uns aprendem melhor vendo, outros lendo e alguns ouvindo e também fazendo, sendo assim, foi desenvolvida a teoria dos estilos de aprendizagem que busca identificar como os sujeitos melhor se apropriam das informações para transformá-las em conhecimento.

No entendimento de Barros (2008) estilos de aprendizagem são: [...] maneiras pessoais de processar informação, os sentimentos e comportamentos em situações de aprendizagem.” (p. 15), ou seja, são formas de identificar como os sujeitos aprendem de uma maneira mais significativa, onde busca-se compreender qual o estilo predominante de cada um, havendo a intenção do desenvolvimento e aprimoramento dos demais.

A partir disso, Barros (2008) nos informa sobre o seguinte:

 

Essa teoria não tem por objetivo medir os estilos de cada indivíduo e rotulá-lo de forma estagnada, mas, identificar o estilo de maior predominância na forma de cada um aprender e, com isso, elaborar o que é necessário desenvolver nesses indivíduos, em relação aos outros estilos não predominantes. Esse processo deve ser realizado com base em um trabalho educativo que possibilite que os outros estilos também sejam presentes na formação do aluno. (p.19)

 

 

A teoria dos estilos de aprendizagem busca mostrar como os indivíduos se apropriam do conhecimento a partir de suas competências e habilidades no processo de aprender. Dessa forma segundo Cerqueira (2006):

 

O estilo de aprendizagem chama nossa atenção no sentido de compreender que cada um tem um jeito próprio de aprender e ensinar, no entanto, o professor ainda ensina segundo seu próprio estilo de aprendizagem sem levar em consideração que o aluno também tem um estilo de aprendizagem que é único. O que é uma ação natural do ser humano, pois às vezes queremos que as pessoas aprendam da forma como aprendemos, chegando até a mostrar passo a passo como se faz. (p. 35)

 

 

A partir do exposto buscamos entender que o papel do professor nesse processo é de mediador, onde ao identificar os estilos de aprendizagem dos alunos, o professor deve elaborar mecanismos que estimulem o estilos menos desenvolvidos do indivíduo no processo de aprender. Pois, segundo Barros (2010):

 

Queremos ampliar a capacidade de aprendizagem por meio da vivência em diferentes situações, da colaboração efetiva entre pessoas de estilos diferentes, da consciência de que é possível nos tornarmos aprendizes mais competentes e do desenvolvimento efetivo de novas competências para isso. Queremos também tornar as situações de aprendizagem mais adequadas às diversas formas de aprender, propiciando experiências mais significativas e prazerosas tanto para os docentes quanto para os alunos. Acreditamos que dessa forma, contribuiremos para a melhoria da qualidade do ensino e do processo de aprendizagem. (p.8)

 

 

Ainda sobre o papel do professor, segundo Cathólico (2010):

 

De acordo com Blanc (1996), os estudantes aprendem mais por si mesmos e os professores não poderão transmitir conhecimentos previamente estruturados, mas orientar na seleção, ordenação e avaliação do conhecimento disponível, auxiliando os estudantes a pensar e organizar seus próprios caminhos de aprendizagem, ou seja, mediar. (p. 3)

 

 

O que são estilos de aprendizagem?, tal questão nos trouxe a seguinte resposta, onde entendemos que são diferentes maneiras de perceber e processar as informações, sendo formas individuais como cada um aprende, ou seja, não é o que se aprende, mas, é como nos comportamos durante o processo de aprendizagem, sendo assim, existem os que melhor aprendem vendo, outros lendo e alguns ouvindo, ou então, fazendo. Diante disso, há três formas perceptivas de aprendizagem que são: a visual, a cinestésica (corpo, sensação e movimento) e a auditiva, em que os indivíduos no processo de aprender possuem uma em caráter dominante.

 

 

4 PRINCIPAIS TEORIAS DE ESTILOS DE APRENDIZAGEM.

 

Vários foram os modelos e teorias criadas acerca dos estilos de aprendizagem sendo propostas por educadores e psicólogos, em sua maioria, contudo o eixo básico de tais teorias ou modelos partem do seguinte: existem três caminhos perceptivos sendo estes o visual, o cinestésico e o auditivo. Além de três estados de consciência que são o consciente, o subconsciente e o inconsciente. Onde a partir da combinação de tais fatores pode-se determinar os etilos de aprendizagem.

Neste momento buscamos mostrar as principais teorias sobre estilos de aprendizagem onde destacamos as seguintes: a de David Kolb; Myers e Briggs; Herrman; Felder e Silverman; além da de Mawna Markova .

 

 

4.1 TEORIA DE DAVID KOLB

 

David Kolb, em 1976, elabora um instrumento chamado Inventário de Estilos de Aprendizagem, com o objetivo de identificar o estilo de aprendizagem preferencial dos estudantes.

De acordo com Kolb, em sua teoria de estilos de aprendizagem existem duas dimensões, onde são a percepção e processamento da informação.

A combinação das duas dimensões origina quatro tipos de estilos de aprendizagem: o Divergente (concreto e reflexivo) tendo como ponto forte a imaginação, o Assimilador (abstrato e reflexivo) tendo como ponto forte a criação de modelos teóricos através de um raciocínio indutivo, o Convergente (concreto e reflexivo) sua a aprendizagem se dá a partir da aplicação de ideias a prática e o Acomodador (concreto e ativo) que aprende melhor experimentando e executando aquilo que é ensinado para melhor aprender.

Acerca disso, segundo Barros (2008):

 

Ainda nos estudos sobre Kolb podemos destacar que o ciclo de aprendizagem se organiza pela experiência concreta, passando pela observação reflexiva, pela conceitualização abstrata e, por fim, pela experimentação ativa. (p. 3)

 

 

Kolb salienta que para um melhor aprendizado ou aprendizagem mais significativa deve-se explorar os quatro estilos apesar dos aprendizes possuírem maior afinidade com um deles.

 

 

4.2 TEORIA DE MYERS E BRIGGS

 

Myers e Briggs acreditam nos estilos de aprendizagem como reflexos psicológicos, em sua teoria estabelecem quatro dimensões de estilos de aprendizagem: orientação para a vida (extrovertidos e introvertidos), percepção (sensoriais e intuitivos), julgamentos de ideias (objetivos e subjetivos) e orientação para o mundo externo ( julgadores e perceptivos). Onde podemos afirmar o seguinte acerca do exposto:

 

Estudantes extrovertidos focam no mundo externo, experimentam as coisas e buscam interação em grupos, enquanto introvertidos focam no mundo interno e das ideias, pensam sobre as coisas e preferem trabalhar sozinhos.

Estudantes sensoriais são práticos, seu foco está direcionado para os fatos e produtos. Mostram-se mais confortáveis com a rotina. Já estudantes intuitivos são imaginativos, seu foco está voltado para significados e possibilidades. Preferem trabalhar mais em nível conceitual. Mostram-se avessos à rotina.

Estudantes objetivos e com tendência a tomar decisões baseadas na lógica e regras são denominados reflexivos. Estudantes subjetivos e com tendência a tomar decisões baseadas em considerações pessoais e humanísticas são denominados sentimentais.

Julgadores são estudantes que preferem seguir agendas e possuem ações planejadas e controladas; perceptivos são estudantes que possuem ações espontâneas e procuram adaptar-se de acordo com as circunstâncias. (ALMEIDA, 2010, p. 43, grifos da autora)



Os estilos de Myers e Briggs foram elaborados com intuito de indicar os estilos de aprendizagem dos estudantes, e assim, definir as preferencias dos estudantes no processo de aprendizagem.

 

 

4.3 TEORIA DE HERRMAN

 

A teoria de aprendizagem desenvolvida por Herrman busca mostrar como as pessoas solucionam problemas a partir do pensamento, sendo mais uma forma de estilos de pensamento do que de estilos de aprendizagem.

Herrman dividiu a mente física em quatro quadrantes cada um responsável por uma maneira de pensar: o quadrante A, são indivíduos que possuem como características caráter analítico, quantitativo, crítico, factual e lógico. O quadrante B, os sujeitos com esta atividade cerebral que tem como peculiaridades a preferência de aprender de maneira sequencial, sendo organizados, detalhistas e com grande habilidade de planejamento. Os sujeitos com predominância em atividade cerebral do quadrante C, possuem como características: emotividade, cenestesia, trabalham melhor com relações interpessoais e simbologias, e por fim, o quadrante D de atividade cerebral são indivíduos que possuem habilidades visuais, holísticas e inovadoras.

Diante disso, sobre a teoria proposta por Herrman segundo Almeida (2010):

 

Os estilos de aprendizagem são vistos como habilidades capazes de serem desenvolvidas e, portanto, os educadores devem elaborar aulas que explorem os estilos de aprendizagem preferenciais dos estudantes, e que possibilitem desenvolver também os estilos não preferenciais. (p. 46)



Para Herrman, os estilos de pensamento não são inferiores ou superiores uns aos outros apenas diferentes, onde quanto mais estilos um indivíduo conseguir desenvolver melhor e maior será sua capacidade de assimilação da informação ensinada, e com isso, a tomada de decisões e a solução dos problemas surgidos.

 

 

4.4 TEORIA DE FELDER E SILVERMAN

 

Felder e Silverman propõe sua teoria de estilos de aprendizagem a partir de cinco dimensões: 1) visual e verbal que estão relacionados a captação da informação, onde os visuais a captam melhor vendo e os verbais através de palavras faladas ou escritas. 2) Os intuitivos e sensoriais são as formas de perceber a informação, em que os intuitivos possuem grande capacidade de interpretar textos e símbolos com facilidade. 3) Os indutivos e dedutivos, os primeiros partem de ideias particulares a gerais, enquanto, os segundos partem de leis gerais a particulares, ou seja, uns partem de conhecimentos mais específicos para mais amplos, os outros partem de conhecimentos gerais para atingir conhecimentos mais particulares. 4) Os ativos e reflexivos, os ativos processam as informações passadas executando atividades, experimentando para melhor compreenderem e gostam de trabalhar em grupos, já os reflexivos antes de experimentar algo precisam compreender, demorando a iniciar atividades, onde acabam privilegiando a prática de atividades individuais. 5) Os sequenciais e globais, onde os sequenciais aprendem os conteúdos de forma linear e os globais analisando todo conteúdo exposto.

Segundo Almeida (2010):

 

Felder e Silverman sintetizaram descobertas de numerosos estudos para formular um modelo de estilos de aprendizagem, padronizado com estudantes de engenharia, que apresenta cinco dimensões: visual/verbal, ativo/reflexivo, sensorial/intuitivo, sequencial/global e intuitivo/dedutivo. (p. 40)

 

A ideia da descoberta dos estilos de aprendizagem de Felder e Silverman é a de educadores elaborarem aulas, onde procurem aprimorar os estilos preferenciais dos estudantes e desenvolver os não preferenciais

 

 

4.5 TEORIA DOS 6 ESTILOS DE MAWNA MARKOVA

 

Passamos agora a evidenciar Mawna Markova que desenvolveu sua teoria de estilos de aprendizagem onde conseguiu identificar 6 estilos que são: 1) Apresentadores/Narradores (V-A-C); 2) Intuitivos (V-C-A); 3) Lideres natos (A-C-V); 4) Oradores (A-V-C); 5) Gênios errantes (C-V-A); 6) Bichos carpinteiros (C-A-V).

Acerca disso podemos afirmar sobre tal teoria:

 

Os 6 padrões de aprendizagem trazidos por Markova estão relacionados com os 3 níveis de consciência (mente consciente, mente subconsciente e mente inconsciente) e com as 3 linguagens simbólicas que a mente usa para receber, organizar e processar informações (auditiva, visual e cinestésica). Cada estado de consciência usa uma das 3 linguagens simbólicas para processar as informações. (GROSSI e SANTOS, 2011, p.3)

 

 

Entendemos que a teoria dos seis estilos de Markova, busca identificar o perfil dos aprendizes a partir da identificação do estilo de aprendizagem dominante em conjunto com os não dominantes, onde com esta combinação de estilos nos possibilita compreender as características de aprendizado de cada um.

Tentamos apresentar um conjunto variado de teorias de estilos de aprendizagem, onde vimos as diferenças e aproximações das mesmas, contudo acreditamos que devemos salientar que todas compreendem os estilos de aprendizagem como formas de como cada um dos indivíduos aprendem no processo de ensino e aprendizagem.

 

 

5 OS ESTILOS DE APRENDIZAGEM DA TURMA HID0167 DO CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI (UNIASSELVI).

 

Na execução de nossa prática que foi a simulada apresentamos-a em forma de seminário, em que foi explicitado a turma o que são estilos de aprendizagem e suas principais teorias, onde logo em seguida aplicamos o Teste de VAC1 em 22 dos 35 alunos que estavam matriculados na disciplina de Educação Inclusiva, esse procedimento foi executado no dia 18 de novembro de 2011.

Diante disso, o quadro 1, pode exemplificar melhor os dados que foram colhidos, então vejamos:

 

Estilo de Aprendizagem Predominante

Resultados em %

Visual

27.2

Auditivo

31.8

Cinestésico

36.3

Equilíbrio entre os estilos de aprendizagem

4.5

QUADRO 1- ESTILOS DE APRENDIZAGEM PREDOMINANTES DA TURMA HID0167 DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA A PARTIR DO TESTE VAC.

Analisando os números, eles nos dizem que dos 22 alunos que mensuramos os dados num total de 35 temos o seguinte: o estilo predominante da turma é o cinestésico em que oito alunos apresentaram tal estilo, em seguida tivemos o auditivo com sete alunos, logo após vem o visual com seis, e por fim, houve um aluno que apresentou um equilíbrio entre os estilos de aprendizagem, onde na soma do resultado para identificação de seu estilo predominante este apresentou os mesmos percentuais para cada um dos estilos .

Apesar de mostrarmos esses dados elaboramos um outro quadro 2, que representa a aplicação da teoria de Markova acerca da identificação dos 6 estilos a partir do teste de VAC:

 

Estilos de aprendizagem

Resultados em %

V-C-A

4.5 ( 1 )

V-A-C

22.7 ( 5 )

A-C-V

13.6 ( 3 )

A-V-C

18.2 ( 4 )

C-A-V

18.2 ( 4 )

C-V-A

18.2 ( 4 )

Possui equilíbrio entre os estilos

4.5 ( 1 )

QUADRO 2- ESTILOS DE APRENDIZAGEM DA HID0167 DE ACORDO COM A TEORIA DOS 6 ESTILOS DE DAWNA MARKOVA.

Acerca do que esta explicito no quadro 2, podemos informar com mais detalhes a partir da teoria de estilos de aprendizagem de Markova: 1) Os indivíduos que são V-C-A tem como características grande empatia e aprendem melhor colocando questões e trabalhando em grupo; 2) os que são V-A-C possuem como características predominantes o grande poder de persuasão e aprendem melhor através da leitura; 3) os com estilo A-C-V tem como peculiaridades a liderança e preferem aprender ensinado, contudo possuem dificuldades na leitura e escrita; 4) os A-V-C são bons oradores e no processo de aprendizagem tende a verbalizar melhor para poderem compreender melhor; 5) os C-A-V são os que precisam utilizar todo corpo na aprendizagem podendo apresentar com frequência dificuldades na escrita e leitura; 6) os C-V-A preferem aprender sozinhos, onde conseguem resolver ou aprender tarefas sem instruções verbais; 7) os que possuem equilíbrio entre os estilos estes indivíduos possuem um nível de desenvolvimento significativo, pois conseguem aprender sem dificuldades por qualquer um dos canais perceptivos em questão.

 

 

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A aprendizagem é o processo de apropriação da cultura humana através das relações interdependentes das quais os sujeitos participam em sua interação com outros, e em seu processo histórico.

Os estilos de aprendizagem são as formas ou maneiras individuais como cada sujeito prefere aprender no processo de ensino e aprendizagem.

Acreditamos que hoje em nossa prática pedagógica não devemos apenas ensinar os nossos alunos a aprender, e sim, devemos é aprender as varias formas como ensinar, além de entender como estes melhor aprendem, e a teoria dos estilos de aprendizagem é uma excelente ferramenta se bem aplicada, para desenvolvermos práticas que norteiam tais condutas.

Por fim, é de se salientar que não esgotamos o assunto e que muito ainda deve ser pesquisado sobre o tema para uma melhor prática educativa, e por conseguinte, uma melhoria na qualidade da educação através do processo didático pedagógico de ensino e aprendizagem.

 

 

REFERÊNCIAS

 

ALMEIDA, Marina da silveira Rodrigues. Estilos de Aprendizagem. 2007. Disponível em http://www.smec.salvador.ba.gov.br. Acessado em: 09/09/2011.

 

 

ALMEIDA, Karine Ribeiro de. Descrição e análise de diferentes tipos de aprendizagem.Revista Interlocução, v.3, n.3, p.38-49, publicação semestral, março-outubro/2010. Disponível em http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Arquivos_senept/anais/terca_tema1/TerxaTema1Artigo21.pdf. Acessado em: 10/09/2011.

 

 

AMADI, Rogéria Gasparim; OLIVEIRA, Kátya Luciane de; SANTOS, Acácia Aparecida Angeli dos. Estilos de aprendizagem e solução de problemas: um estudo com pré-escolares.Interação em Psicologia, vol. 1, p. 1-9, jan-jun, 2005. Disponível em http://www.ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/psicologia/article/viewArticle/3281. Acessado em: 10/09/2011.

 

 

BARROS, Daniela Melaré Vieira.A Teoria dos Estilos de Aprendizagem: convergência com as tecnologias digitais. Revista SER: Saber, Educação e Reflexão, Agudos/SP , v.1, n.2, Jul. - Dez./ 2008. Disponível em http://www.revistafaag.br-web.com/revistas/index.php/ser/article/view/70. Acessado em: 20/09/2011.

 

 

BARROS, Daniela Melaré Vieira (org.). Estilos de Aprendizagem e Educação a Distância: Algumas Perguntas e Respostas?!. Revista de Estilos de Aprendizagem, nº5, Vol. 5, abril de 2010. Disponível em http://www.uned.es/revistaestilosdeaprendizaje/numero_5/articulos/lsr_5_articulo_9.pdf. Acessado em: 23/09/2011.

 

 

BOCK, Ana Maria; FURTADO, Odair; TEXEIRA, Maria Lourdes. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. Saraiva: São Paulo, 1999.

 

 

CATHÓLICO, Roberval Aparecido. Mediação da aprendizagem de Feuerstein à luz dos estilos de aprendizagem de Felder. Revista Eletrônica de Educação e Tecnologia do SENAI-SP, v.4, n.8, mar. 2010. Disponível em http://revistaeletronica.sp.senai.br/index.php/seer/article/view/117. Acessado em 25/09/2011.

 

 

CERQUEIRA, Teresa Cristina Siqueira.O professor em sala de aula: reflexão sobre os estilos de aprendizagem e a escuta sensível . Revista de Psicologia da Vetor Editora, v. 7, nº 1, p. 29-38, Jan./Jun. 2006. Disponível em http://www.unibarretos.edu.br/v3/faculdade/imagens/nucleo-apoio-docente/ESTILOS%20DE%20APRENDIZAGEM%204.pdf. Acessado em: 28/09/2011.

 

 

GROSSI, Márcia; SANTOS, Ademir. As contribuições de Paulo Freire e Howard Gardner e das novas tecnologias na Educação. Disponível em http:www.isapg.com.br/2011/ciepg/download.php?id=pdf. Acessado em: 28/09/2011.

 

 

RUB, Edith. A Presença da História na Construção do Estilo de Aprendizagem. Estilos da Clínica, Vol. X, no 18, p. 108-115, 2005. Disponível em http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/estic/v10n18/v10n18a09.pdf. Acessado em 01/09/2011..

 

 

SILVA, Élen Cristina Lopes da; SILVA, Walkíria Magno e. Investigação dos dados sobre estilos de aprendizagem dos alunos frequentadores da base de apoio ao aprendizado autônomo.2007.Disponível em:http://www.ufpa.br/rcientifica/artigos_cientificos/ed_08/pdf/elen_cristina.pdf. Acessado em: 05/09/2011.

1Este teste está disponível no site http://www.vark-learn.com/english/page.asp?p=helpsheets. Onde ao respondê-lo o aprendiz para reconhecer seu estilo de aprendizagem dominante tem 45 questões que deve qualificar as 3 respostas em cada uma representa um dos estilos com 0, 1 ou 2 pontos, sem repetir a mesma nota na questão e depois somar para obter o resultado de cada estilo.


Autor: Daniel Rodrigues De Lima


Artigos Relacionados


Estilos De Aprendizagem: Uma IntervenÇÃo PedagÓgica Na Conquista Da AlfabetizaÇÃo E Letramento

Uma Abordagem Sobre Vygotsky E As Teorias Da Aprendizagem

Estilos De Aprendizagem.

A ImportÂncia Das RelaÇÕes Familiares No Processo Ensino-aprendizagem

O Processo Avaliativo Do Ensino E Aprendiz EducaÇÃo Infantil

Em Busca Da AlfabetizaÇÃo E Letramento AtravÉs Das DiferenÇas Pessoais

A Importância Da Família Na Aprendizagem