Historiografia, livro didátido e o educador



Natanael Vieira de Souza[i]

 

 

 

Afetados e contaminados pelas leituras da historiadora Maria Lígia Coelho Prado e, sobretudo na obra “América Latina no Século XIX. Tramas, Telas e Textos”, busquem fazer uma análise dos manuais didáticos do ensino fundamental ou médio no que concerne à temática das independências da América Latina[ii].

 

Sim, este é o enunciado (mote) que ora me impulsiona a esta análise tão importante sobre os manuais didáticos. Porém, quero dizer de antemão que, não acredito que assunto tão complexo possa se resumir em determinar se, este ou aquele manual (livro didático) é menos ou mais importante, pois se acreditarmos nesta afirmação estaremos, também, assegurando que o manual didático é o único responsável por educar e também dando razão a um “seleto” grupo de teóricos que acreditam que “o documento fala por si mesmo[iii]”, o que não é o caso, não acredito que assim seja; o ser humano, o educador é determinante no manuseio dos manuais (quem fala, de onde fala, o que fala, para quem fala.) e ainda constantemente influenciado por vários outros fatores externos, tais como: a sua formação acadêmica; quais os autores que o influenciaram e/ou influencia; o quanto o Estado influencia no conteúdo a ser aplicado aos educando; quais pressões pessoais incidem sobre o educador; quais autores o educador esta lendo ou relendo, a que grupo social e político ele pertence...etc.

Não se trata de fazer uma simples comparação de um manual didático para ensino fundamental e médio e de um livro acadêmico, mas trata-se de fazer uma análise teórica de seus conteúdos e a sua relevância, tanto para o educando do ensino fundamental e médio e o educando que esta na faculdade preparando-se para (no caso de licenciatura) ser um educador.

A obra da historiadora Maria Lígia Coelho Prado “América Latina no Século XIX. Tramas, Telas e Textos.”, tem o mérito de trazer vários elementos que servem como norteadores para discussões de extrema relevância para as nossas vidas em nosso tempo (contemporaneidade), dado a gama de documentos apresentados pela autora (e mais adiante poderão constatar), vistos de diferentes perspectivas.

O manual didático, ora analisado, trata-se do LIVRO-TEXTO HISTÓRIA 2 - COLEÇÃO HISTÓRIA ANGLO - de Cláudio Vicentino e José Carlos Pires de Moura, indicado para o ensino médio[iv]. Grosso modo, o conteúdo da disciplina de HISTÓRIA, em grande maioria dos livros didáticos, são apresentados de forma factual e/ou superficial, há sempre as exceções, crescente por sinal; nos últimos anos alguns autores têm dado grande ênfase na quantidade de documentos descritos e apresentados nos manuais didáticos de forma que o educador pode dar diferentes enfoques, sob as mais variadas perspectivas teóricas enriquecendo, assim o discurso historiográfico, o que Keith Jenkins[v] chamaria de autonomia.

Analisando os gráficos do nosso objeto de análise, verificamos que as ilustrações são de boa qualidade, os mapas bem informativos, porém minha decepção, enquanto aspirante a educador, fica por conta do pouco conteúdo apresentado, bem como da forma como se apresenta. Forma e conteúdo, deveriam ser “uno”, ou seja, a forma já é conteúdo e, como podemos constatar no nosso objeto de análise, forma e conteúdo estão separados, a forma é boa, mas o conteúdo é pobre; fato corriqueiro que acontece com alguns escritores, “a forma como vou apresentar determinado conteúdo”, mas se a forma já é conteúdo, devemos fugir desta armadilha e inverter o enunciado, “sob quais perspectivas vou apresentar o conteúdo”, que também já contempla o enunciado, forma[vi].

Quando a beleza e a utilidade dos gráficos de um livro sobrepõem ao seu conteúdo e as discussões por ele suscitada, é porque chegou o momento de revermos os nossos conceitos quanto aos manuais didáticos.

O manual didático aqui analisado pode ser comparado com o texto jornalístico, onde a minimização do discurso é uma prática constante. É claro que no caso jornalístico trata-se de economia de espaço de discussão ideológico/filosófico, em favor do espaço comercial – anúncio de propagandas -, minimiza-se o discurso, também, em favor da gama de notícias que deverão ser apresentadas, é como se o jornal tivesse a incumbência de noticiar “todos os fatos”, abarcar o “todo” – uma prática iluminista que contamina grande parte dos veículos de comunicação – lembremos que o mesmo (o jornal) depende dos anunciantes e, para isso deve se tornar, sempre, informativo, atraente, ter boa circulação, etc.

No caso do manual didático não consigo ver uma explicação plausível para tal fato; será que tal formatação do livro/texto didático passa pelo crivo do autor ou esta decisão passa apenas pelo conselho editorial de tal empresa? Se o é, quais seriam as razões deste escritor em submeter-se a este fato? Qual a razão para tantas imagens e cores? Será que uma imagem diz mais que mil palavras? Por qual motivo os textos são tão reduzidos? Por acaso, esta não seria uma forma pouco criativa de minimizar o discurso?

O jornal; visto de forma pragmática e não filosófico-ideológica é uma ferramenta necessária e eficaz a serviço do capital/mercado (não deixando de ser intencionalmente filosófica/ideológica), portanto, dado o “lugar social” que esta ferramenta midiática ocupa, justifica-se a economia de espaço e a minimização do discurso, as notícias devem ser curtas e objetivas; já o manual didático, apesar de não veicular nenhuma propaganda comercial, deve acompanhar a mesma metodologia jornalística? Minimizar o discurso, por acaso, não seria uma forma de fugir do debate e, em poucas linhas instituir uma verdade inconteste? Toda vez que resumimos uma idéia em poucas linhas e não suscitamos o debate, instituímos a nossa verdade sobre toda e qualquer opinião.

Penso eu que, o manual didático deve estimular a conexão de um conteúdo com os demais já apresentados pelo educador; o livro de Maria Lígia Coelho Prado “América Latina no Século XIX. Tramas, Telas e Textos.”, permite que eu conecte os discursos dos defensores dos movimentos independentes, com os discursos dos filósofos iluministas liberais, este fato pode até parecer óbvio, porém se perguntarem a qualquer aluno do ensino médio - baseado nas informações deste manual (LIVRO-TEXTO HISTÓRIA 2 - COLEÇÃO HISTÓRIA ANGLO - de Cláudio Vicentino e José Carlos Pires de Moura) - se ele sabe qual a ligação dos independentes com os filósofos liberais franceses, a grande maioria não saberá responder, pois o manual não apresenta esta ligação (conexão), ou seja, você “aprende” iluminismo e história da América, mas não sabe pra que serve.

José Bonifácio, no Brasil afetado pelo pensamento iluminista, influencia tanto na escrita da constituição, como no pensamento vigente da época, é claro que a constituição “liberal” influenciada por ele nunca saiu do papel, mas o fato de a mesma ser rejeitada e provocar o “pedido” da sua volta a Portugal, é motivos de sobra para que o educador possa fazer as devidas conexões e estimular o debate em sala de aula, pois este fato, sobre José Bonifácio, causa ressonâncias e efeitos colaterais no meio político e nas ideologias vigentes da época e, o conceito de modernidade, naquele momento, fica deveras “contaminado”.

Neste caso, podemos verificar que: se o documento fala por si mesmo, o manual didático acima citado é inútil, pois o manual ora analisado não propõe tal discussão; porém se o educador evidenciar os fatos, o manual passa a ser de grande importância, visto que o educador, valendo-se de todo o seu arsenal teórico e fazendo uso da sua perspicácia, abordará o assunto, fazendo as conexões possíveis com conteúdos já, pressuponho, expostos em sala de aula.

Neste momento estará sendo respondida uma das perguntas mais freqüentes por parte dos educando: para que serve este conteúdo que estou aprendendo agora? E caberá a nós, nos perguntarmos, será que nós educadores/historiadores não estamos ensinando o “passado pelo passado”? Será que este educando esta aprendendo a conectar os conteúdos aprendidos na sala de aula à sua vida cotidiana? Portanto, não é só o manual didático que deve ser analisado, mas também as práticas do educador/historiador, pois o mesmo deve dar novos significados às falhas que possa haver, neste ou em outros manuais.

Ao ler o livro de Maria Lígia Coelho Prado “América Latina no Século XIX. Tramas, Telas e Textos.”, o leitor se depara com elementos que dificilmente serão abordados num livro didático, sem querer fazer uma comparação rasa, pois este ensaio se propõe apenas dissertar sobre este fato, cabe a nós educadores procurar saber quais são os motivos da ausência destas discussões no ensino fundamental e médio.

O que podemos constatar na grade curricular das escolas públicas e privadas é que o ensino da disciplina História, não tem a mesma prioridade/privilégio/horas/aula que outras disciplinas não mais e nem menos importantes, tais como: as disciplinas de português, matemática etc.

Ou seja, vemos aí que se trata também de um jogo político/educacional[vii], portanto nesta análise não podemos esquecer que além dos interesses, (intencionalidade) do Estado, há o interesse de quem escreve este manual didático ora discutido, há também a intencionalidade de quem adota e/ou referenda tal manual didático; há que se observar ainda sob qual prisma (matriz teórica) ele será abordado pelo educador, será o prisma da objetividade ou o prisma da subjetividade/multiplicidade?

Será a nossa prática (enquanto educadores) o fator determinante na formação de cada educando, temos a obrigação de dar aos mesmos, opções e, dar opções é dizer ao educando que um mesmo objeto pode ser interpretado de várias maneiras (matrizes teóricas) e que não existe apenas uma interpretação e que eu, educador/historiador, não sou o único caminho a verdade e a vida… e um objeto visto de várias perspectivas diferentes, proporcionará maior visibilidade que visto apenas de uma perspectiva só.

Ao ler o manual didático que ora analisamos, não detectamos a presença da mulher nos discursos dos autores, é como se a mulher, no período das independências, não existisse ou como se todas as mulheres se ausentassem da América Latina ou das Américas; confesso que não me surpreendi, pois até mesmo nos livros acadêmicos de renomados autores, esta prática tem sido uma constante. Esta forma de abordar a história é uma forma “contaminada” pelo discurso patriarcal (leia-se discurso da igreja) trazido para a América durante o período colonial pelos europeus e transplantado com êxito em terras tupiniquins, de forma que afeta, ainda hoje, a forma como os nossos valorosos historiadores aborda a história.

Tânia Navarro ressente este obscurecimento da presença e da ação das mulheres nos discursos historiográficos, na presente citação fica clara a sua preocupação quanto a esta prática.

 

No confronto de fontes e da produção historiográfica pode-se  observar o obscurecimento da presença e ação das mulheres no Brasil colônia, numa percepção que instituem sentidos binários e hierárquicos às organizações sociais indígenas e coloniais, instaurando cânones morais e assim criando gêneros, nos moldes eurocêntricos, em esquemas binários de pólos opostos e diferenciados” [viii].

 

É claro que a autora se refere ao período colonial anterior ao período da independência, principalmente os séculos XVI - XVIII, mas durante o período da independência não é diferente, aliás, observando alguns manuais didáticos e até algumas obras acadêmicas, resultado de dissertações e/ou teses, vemos que o gênero feminino começa a aparecer mais frequentemente nos discursos historiográficos nas três ou quatro últimas décadas (ausência, ainda e também sentida nos manuais didáticos).

Maria Lígia apresenta os protagonistas da independência como seres humanos, ou seja, cheio de virtudes e defeitos, ambíguos, paradoxais, mesmo os mais letrados, educados na Europa são apresentados como seres vivos e não seres endeusados… são seres de carne e osso. Grande parte dos livros didáticos apresentam estes mesmos protagonistas como grandes heróis, homens de muita coragem e moral ilibada acima de qualquer outro, até mesmo as cavalgaduras destes seres, são melhores que a dos outros (um segmento de escritores de manuais didáticos discute, acredita e apregoam que D. Pedro, quando da independência, montava um belo cavalo; enquanto que outros historiadores acreditam que pelo fato das viagens feitas por D. Pedro serem longas e exaustivas, possivelmente o príncipe regente, por ocasião da independência montaria uma mula[ix]).

Este fato parece ser de nenhuma relevância para a historiografia, talvez seja, mas se olharmos para este mero acontecimento com as lentes de Margareth Rago, quando a mesma escreve o texto, “Foucault e o Zoológico do Rei”, veremos que esta forma de apresentar os discursos “grandiloqüentes” é uma maneira de hierarquizar os acontecimentos históricos e os sujeitos de tais acontecimentos, ou seja, existe um propósito para que cada acontecimento seja demonstrado discursivamente, graficamente ou imageticamente da forma como o são apresentados, nada é inocente, em tudo há intencionalidade.

Porque existe a disputa sobre as duas versões deste acontecimento? Qual a importância do fato do príncipe viajar montando um cavalo ou uma mula? Parece que nenhuma, mas olhando mais atentamente podemos verificar que nas pinturas que retratam os grandes líderes do mundo raramente os veremos montados numa mula, mas os veremos sim, montados em belos e fogosos corcéis, em poses triunfais.

O educador ao fazer uso do manual didático deve estar ciente de toda esta carga teórica que o manual didático carrega, deve estar atento a toda intencionalidade contida em cada enunciado, o que nos leva a mais um questionamento; o educador/historiador em sala de aula tem competência teórica para tal? Se o educador/historiador tem a competência teórica, haverá por certo que fugir do “cientificismo”, a saber, da história com estatuto científico, também chamada de historicismo (no sentido de idéia, diferente de historicizar), história “verdade” e não historicizada e problematizada, agindo assim “cientificamente”, organizando os fatos de maneira linear ou hierarquizada.

A ciência, neste aspecto é muito competente, em se tratando de colocar cada coisa no seu lugar, a biologia vai colocar a mula e o cavalo respectivamente cada um em suas “jaulas” (muares e eqüinos) e, neste imenso “Zoológico do Rei”, tudo e todos tem o seu lugar, poderia até ser admitido que o escudeiro do príncipe estivesse montado na mula, mas o príncipe, jamais! Por mais bravo e valoroso que o escudeiro for, a sua história e a de sua mula jamais será contada por este modelo de história grandiloquente, pois este segmento historiográfico só escreve a história dos “grandes” e dos vencedores.

Concluindo, deixo explícita a minha opinião quanto aos manuais didáticos. Até este momento posso ter deixado a impressão de que não aprovo o excesso, se é que posso dizer assim, das imagens nos manuais didáticos, o que não é verdade. Sou favorável às imagens, porém sou contra a economia de texto que pode ser verificada no nosso objeto de análise (LIVRO-TEXTO HISTÓRIA 2 - COLEÇÃO HISTÓRIA ANGLO - de Cláudio Vicentino e José Carlos Pires de Moura) – prefiro, ainda, saber que o profissional/educador/historiador que o manuseia saiba trabalhar com as imagens ali colocadas, pois apesar de uma imagem não dizer mil palavras, a imagem também é um documento discursivo.

No último capítulo do livro de Maria Lígia, encontramos vários momentos em que a imagem é usada para construção de identidades, a própria Escola do Rio Hudson, dedicava total esmero e dedicação à construção da identidade do Norte Americano em suas pinturas; Sarmiento, na Argentina vai usar o mesmo recurso para formular a sua tese de civilização e barbárie mesmo sem nunca ter visitado os pampas argentinos, mas fundamentado nas imagens do pampa, do gaúcho e dos indígenas, Sarmiento dirá que, “este espaço vazio que contradiz a movimentação das cidades é propício à barbárie”.

Resta reiterar que, mais importante que qualquer manual didático é o olhar perscrutador do educador/historiador, mais importante que o discurso contido nos manuais didáticos é a maneira como vou me apropriar do mesmo; se eu quero ser um bom educador/historiador, não posso me pautar apenas pelos manuais didáticos, afinal para ser um educador são necessários quatro anos para que a graduação possa ser completada e supostamente nestes quatro anos, vários autores foram lidos, apresentados, fichados, resenhados etc., este educador já tem uma utensilagem mental e, suponho eu, que este educador depois que saiu da universidade, continuou lendo, estudando, escrevendo, enfim, produzindo a diferença; apesar da distancia teórica entre os autores que uso na escrita deste texto e Jaime Pinski, gosto de um “alerta” explícito em sua obra “O ensino de história e a criação do fato” dizendo que apesar das dificuldades encontradas pelo educador, não justifica a mediocridade, o educador deve sempre ter uma boa bibliografia para trabalhar com os seus educando.

Ao pautar-se apenas pelos manuais didáticos o educador se transforma em algo amedrontador, ou seja, um homem de “um livro só”, fundamentado e em caso extremo, “fundamentalista intelectual”, arborescente, nunca múltiplo e/ou rizomático[x].


[i] Acadêmico do 7º Semestre do curso de HISTÓRIA/UNEMAT/CAMPÚS JANE VANINI.

[ii] Questão colocada pelo Profº. Rubens G. Lacerda, em sua aula, na disciplina de América II.

[iii] Conceitos sobre História social, História cultural e documento, melhor analisado por Durval Muniz no texto intitulado “Da terceira margem”.

[iv] Manual didático usado atualmente pela escola particular Q.I. em Cáceres – MT.

[v] (JENKINS, Keith. A História repensada. São Paulo: Contexto, 2001.

[vi] […] a ideia por trás dessa forma de crítica e desse modo de análise é que não se podem separar forma e conteúdo, pois essa é uma separação equivocada, inexistente. A forma sempre carrega um significado, e o significado mais profundo, ou mais importante, está sempre no nível da forma, não no nível do referente ou do conteúdo iconológico. BOIS, Yve-Alain. Ideologias da forma. Novos estud. - CEBRAP,  São Paulo,  n. 76, Nov.  2006. Available from . access on  05  Apr.  2012.  http://dx.doi.org/10.1590/S0101 33002006000300013.

[vii] O ENADE é feito com base nas notas de língua portuguesa e matemática

[viii] Os limites discursivos da história: imposição de sentidos/estudos feminista janeiro/ junho 2006

[ix] Animal da família dos muares, de grande resistência física, ideal para longas e exaustivas caminhadas por terrenos inóspitos e condições climáticas variáveis.

[x] Conceito da Biologia, agenciado por Deleuze e Guattari na coletânea “Mil Platôs”, no texto Rizoma, em que os autores dão um novo sentido à palavra rizoma, levando a discussão para o campo da Filosofia.


Autor: Natanael Vieira De Souza


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