Como vencer a depressão (em três passos)



Luciana, meu nome é Sílvia, sou de Capetinga e sou muito amiga da Daniela. Ela me contou que você está doente. A Daniela postou uma foto do centro espírita no facebook e eu vi você. Pude perceber o quanto você está doente. Resolvi te escrever com o objetivo de te contar minha história. Talvez te ajude. Talvez te conforte. Eu tenho 36 anos e sou casada há 17 anos. Tenho dois filhos. Uma menina de 15 anos e um menino de 8 anos. Sou professora desde 1994. Durante muitos anos foram acontecendo algumas coisas que me magoaram. Problemas surgiram. Ao invés de esquecer as mágoas e resolver os problemas, eu preferi guardar tudo dentro do meu coração e da minha memória. Eu fingia que estava tudo bem, mas de fato não estava nada bem. E as mágoas, as decepções, as frustrações e os problemas se transformaram em doenças. Surgiram: o medo, a ansiedade, as dores, a depressão e tantas outras doenças. Nem sei quantos tipos diferentes de fobias eu tive. Tinha medo de tudo: de ficar sozinha, de tomar banho sozinha, de andar de elevador, de andar de escada rolante e por aí vai. Eu tinha crises de ansiedade várias vezes ao dia. E eram terríveis. Só ficava deitada. Parece que tinha cola na cama. Minha filha trazia água e comida para mim na cama. A sensação que eu tinha é que eu estava dentro de um buraco, uma vala profunda. Eu não tinha força se quer para partir um pão. E passar manteiga nele. Quando anoitecia, eu podia sentir o peso da noite sobre minha cabeça. Era um alívio quando eu conseguia dormir e descansar um pouco meu cérebro. Minha casa, meus filhos, meu marido, minha família, enfim, tudo ficou em segundo plano. Eu só pensava em coisas ruins e tristes. Eu estava ali, mas não estava. Era como se eu tivesse fora do ar, como uma TV que está só com a luz vermelha ligada. Eu levantava da cama, ia para a escola, dava as aulas porque não tinha outro jeito, voltava para casa e deitava. Como eu consegui sair disso? Primeiramente busquei Deus. Reze, reze muito. Se apegue a Deus como uma criança pequena se agarra em sua mãe. Quando nos afastamos de Deus, tudo perde o sentido, nos sentimos desamparados, um barco que navega sem farol. Deus está em nós e somos parte Dele. Confie em Deus. Se entregue ao amor de Deus. Eu sempre peço para que a minha vontade coincida com a vontade de Deus, mas se não coincidir, que prevaleça sempre a vontade Dele. Reze para Nossa Senhora. Peça a ela um milagre. Ela é nossa mãe. Tudo o que você pedir, ela lhe dará, basta ter fé. Segundo passo. Confie nos médicos. Eles são instrumentos de Deus aqui na Terra. Faça o tratamento certinho. Tome os remédios. A medicina, os médicos e os remédios são partes de Deus também. Deus age através dos médicos também. Devemos cuidar da alma e do corpo porque este é igreja de Deus. O melhor médico que eu já conheci é o Doutor Elesbão. Ele trabalha em Franca. É realmente ótimo. Um homem enviado por Deus. Terceiro passo: não desista de você. Um dia, eu pensei “Será que a vida é só isso?”. Não, não é. Eu descobri que doença e cura estão dentro de nós. Comecei dizendo tudo o que me angustiava. Faça isso se tiver vontade. Descubra o que te oprime, te entristece e coloque tudo para fora. Chute o pau da barraca se for preciso. Ponha fogo no circo mesmo sabendo que o bombeiro está de folga. Diga tudo o que está preso em seu coração. Depois disso tudo você se sentirá leve. Eu gosto muito de um PowerPoint que se chama “Atitudes Benditas”. Foi a Daniela que me mandou por e-mail. Se você puder, veja o PowerPoint, vai te ajudar muito, assim como me ajudou. Mude o foco. Quando a pessoa está doente, pensa demasiadamente só nela mesma. Saia disso. Visite alguém no hospital, ajude alguém. Se afaste de pessoas tristes e que te puxam para baixo. Quando eu estava doente, pedia para que Deus me permitisse consolar mais do que ser consolada. Não sinta dó ou piedade de você. Reaja. E eu sempre ouvia uma música. Nessa música tinha um trechinho assim “Ponha seu melhor vestido, brilha teu sorriso e vem pra cá”. E eu fazia isso mesmo. Me levantava, tomava um banho, colocava minha melhor roupa, passava batom e perfume. Isso tudo só para mim mesma. E as coisas foram melhorando. Hoje, continuo tomando o remédio, mas estou quase boa. E estou quase boa porque ainda não consegui resolver todos os problemas que me afligem. Quando conseguir resolver todos eles, poderei parar com o remédio. Quando você sair disso, se sentirá dez vezes mais forte. É assim que eu me sinto porque não importa o quanto a vida te bata, o que importa é o quanto você aguenta apanhar. E eu posso dizer a você que nós aguentamos apanhar muito. Descubra e desperte a força e a energia que há dentro de você. Você conseguirá sair disso em breve, muito em breve, eu tenho certeza. Espero que o meu relato possa ter te ajudado de alguma forma. Força, coragem e fé. Não desista de você. Tem muita gente que gosta e torce por você. A vida se desenrola através de etapas, de fases. Esta fase ruim logo irá passar. Feliz Natal, que 2012 traga tudo de bom para todos nós. Abraços, Sílvia.

 


Autor: Sílvia Aparecida De Souza Nascimento


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