Segredos Para A Elaboração De Um Curriculum Eficiente



Você caprichou no seu currículo, colocou tudo o que acha que deveria e vai enviá-lo, digamos, a um headhunter. Ou a um diretor de RH. Ou simplesmente ao departamento de seleção de alguma empresa. Tudo bem, mas, responda uma coisa: você faz idéia do espaço de texto e de tempo que tem para chamar a atenção da pessoa que vai ler o seu currículo? Duas páginas e 40 segundos. Só. Mais nada. Você sabe exatamente o que significa “chamar a atenção” da pessoa que vai ler o seu currículo? Deixá-la com vontade de ler até o fim - e curiosa para conhecê-lo pessoalmente.

Diante disso, antes de começar a descrever os cargos que teve, as coisas que fez e as empresas por onde passou, coloque-se no lugar de quem vai ler o seu currículo. E, quando estiver com ele pronto, coloque-se de novo no lugar de quem vai lê-lo. Está atraente? Objetivo e claro? Bem escrito, com um texto elegante? Tem informações interessantes? Expõe os resultados que você conseguiu para as empresas por onde passou? Mostra um pouco do seu modo de ser? Está, enfim, à altura do profissional que você é?

Não é novidade para ninguém que a concorrência por uma boa colocação no mercado de trabalho não pára de crescer. E é óbvio que, toda vez que a oferta é grande e a demanda nem tanto, só os feras conseguem passar pelo funil. Em outras palavras, só quem realmente tem o que dizer, e ainda por cima for convincente, é que tem alguma chance hoje em dia. Vamos aos números:

No BankBoston, que tem 4 000 funcionários, chegam cerca de 200 currículos por dia pelo correio. “Desses, apenas uns 50 vão para o banco de dados”, diz Denise Asnis, diretora adjunta de recursos humanos do banco. Pela Internet chegam outros 1 000, 1 200 currículos diariamente. Somente uns 300 são arquivados.
A Microsoft recebe semanalmente 1100 currículos online. Pelo correio chegam mais 200. Detalhe: a empresa tem apenas 250 funcionários no Brasil. Em seu banco de dados há, atualmente, perto de 60000 currículos (que uma vez por ano são deletados automaticamente).
No grupo Accor, só no ano passado, chegaram 63 500 currículos, ou seja, o triplo do número de pessoas que trabalham na empresa.
O escritório brasileiro da Korn/Ferry International, uma das maiores empresas de busca de executivos do mundo, recebe todos os dias de 100 a 150 currículo, em média.

  A briga, como se vê, está para gente forte. A questão principal aqui é que poucas pessoas sabem fazer um currículo bem feito. Na verdade, segundo os headhunters, só uma minoria sabe. Eles são unânimes em dizer que é espantosa a quantidade de currículos ruins que lhes chega às mãos todos os dias. E não se trata do escalão de baixo, não. Há centenas e centenas de currículos vergonhosos de diretores de empresas. Não condizem com seu nível social, com a experiência que têm e muito menos com o cargo que ocupam. O pior é que os diretores em geral são os profissionais de marketing. Dá para contratar alguém que tenha por ofício vender a empresa, suas marcas e produtos e que, no entanto, não seja capaz de vender nem a si próprio num pedaço de papel? O resultado é que um número enorme de bons profissionais perde ótimas oportunidades de trabalho pelo simples fato de ter um currículo malfeito.

  Mas será que é assim tão complicado confeccionar um currículo direito? A resposta é sim. Claro que a tarefa não se compara a resolver um teorema de Pitágoras. Mas exige concentração, reflexão, tempo, poder de síntese, bom texto e, sobretudo, uma compreensão verdadeira do que é importante ressaltar. A VOCÊ s.a. fez um levantamento minucioso de tudo o que deve ter - e também o que não pode conter - um currículo para ser considerado muito bem-feito. Merecer nota 10. Ganhar de lavada dos outros. Ouvimos cerca de 20 profissionais e chegamos a 25 itens práticos e indispensáveis. Leia-os com atenção e nunca se desfaça desta revista, pois, se Deus quiser (e seu currículo ficar bom mesmo), você terá que atualizá-lo muitas vezes na vida.

1. Diga quem você é
É exatamente aqui que começam os erros: nos dados pessoais. Escreva no alto da página seu nome completo, endereço (também completo), telefone, celular, e-mail, nacionalidade, idade, estado civil e número de filhos. E mais nada. Em relação aos três últimos itens há uma controvérsia - alguns consultores acham que devem ir no fim do currículo; outros, no começo. Faça como quiser, porque não muda nada. Não se sabe por que algumas pessoas insistem em mencionar o número do RG, do CPF, da carteira profissional, do título de eleitor, do atestado de reservista… Para quê? Antes de escrever qualquer coisa, faça sempre esta pergunta a si mesmo: para que vou pôr isso? O currículo não é um contrato, em que os documentos e mais um monte de outras coisas precisam ser relacionados. O currículo é apenas um papel com o seu histórico profissional, que serve para quem vai lê-lo decidir se vale ou não a pena conhecer você pessoalmente.

2. Como definir seu objetivo
O que você quer tem que estar logo depois dos dados pessoais. É hora de deixar claro seu objetivo, o cargo, ou os cargos, e a área (ou áreas) que você pretende. Como dizer isso sem enrolar? Veja o exemplo: “Posição de diretoria nas áreas de logística, supply chain ou comercial” Ao contrário dos profissionais experientes, quem está entrando no mercado deve explicar como quer direcionar sua carreira e por que escolheu aquela profissão. Segundo Claudio Neszlinger, diretor de recursos humanos da Microsoft, o texto pode seguir mais ou menos este raciocínio: “Quero agregar conceitos de marketing à minha formação técnica porque acho que assim vou me desenvolver profissionalmente”.

3. Não seja um franco-atirador
Antes de mandar seu currículo para qualquer empresa, decida o que gostaria de ser e em que área desejaria atuar. Você pode até querer ser duas coisas, como gerente de marketing ou de recursos humanos. Mas ninguém normal quer ser dez coisas diferentes. Veja o exemplo que NÃO deve ser seguido: “Atuar na área de recursos humanos, em todos os setores de cargos e salários, recrutamento e seleção de pessoal, área financeira (faturamento, agenda de pagamentos, composição bancária…), área de produção (desenvolvimento de projetos, controle de qualidade, controle de estoque…), área de marketing (viabilização de novos projetos, acompanhamento de campanha, estudo de mercado…) etc.” Seja honesto: você daria um emprego para um mentecapto desses???

4. Não embrulhe para presente
Colocar capas ou guardar o currículo dentro de pastas é puro desperdício de dinheiro. “Eliminamos tudo ao inserir o documento no banco de dados. Só aproveitamos o texto”, diz Zoila Mendes Pinto, headhunter da SpencerStuart. O currículo não precisa ser uma obra de arte. Basta ser bom. Até porque a preocupação excessiva com a estética pode dar a impressão de que o candidato está “dourando a pílula” para disfarçar alguma falha. Portanto, basta utilizar folhas brancas (limpas) e grampeadas.

5. Tamanho não é documento
Quer fazer um grande favor para a pessoa que vai ler o seu currículo? Não a canse com páginas e páginas contando todos os pormenores dos seus grandes feitos. Use frases curtas e evite ao máximo passar de duas páginas. Vá lá, três é o limite, mas somente se você for um veterano. Caso seja muuuuito experiente e seus conhecimentos exijam mais espaço, faça um outro currículo com algumas páginas extras e segure-o com você. Mas você deve mostrá-lo apenas se for chamado para uma entrevista. Pessoas com pouca experiência profissional não têm desculpa para passar de uma página. “Mais que isso vira enrolação”, diz Claudio Neszlinger.

6. O seu tipo ideal
Alto, moreno, bonito… Epa, o assunto aqui é trabalho - estamos falando de ti-po-lo-gia. Fique com as mais simples - como a Courier, a Arial ou a Times New Roman. Elas facilitam a leitura. Também não tente aquele truque mais do que conhecido de diminuir o tamanho da letra para reduzir o número de páginas. “Letras miúdas demais dificultam o trabalho do avaliador e tiram a vontade de ler”, diz Yonara Costa, da Simon Franco e Opportunity Consultoria. Qual o corpo ideal? Qualquer um entre 11 e 14. E atenção: não abuse dos negritos, itálicos e palavras sublinhadas. Esses recursos só devem ser usados para organizar os dados.

7. Fale do que é capaz
Podemos dizer que o resumo profissional, o próximo item da lista, é o coração do seu currículo. É aqui que você vai apresentar uma síntese das competências que desenvolveu ao longo da carreira. E precisa entrar antes de citar as empresas em que trabalhou, porque este é o momento em que a pessoa que está lendo vai desistir ou ir em frente. Essa parte é a mais difícil, porque você vai ter que ser breve e, ao mesmo tempo, discorrer sobre as suas habilidades. Para facilitar, faça o texto em itens, como este engenheiro mecânico que está se candidatando a uma vaga gerencial:

Sólida experiência em uma série de funções nas áreas de vendas, manufatura, engenharia, gerência de projetos, relações governamentais, marketing, gerência de produtos, planejamento estratégico e gerência geral de unidades de negócios.
Dez anos de experiência internacional nos Estados Unidos e na América do Sul.
Capacidade de liderança, habilidades de negociação e comunicação, adaptabilidade a novas funções e novos ambientes, coragem e determinação para mudar paradigmas e visão estratégica de diferentes segmentos de negócios tanto no Brasil quanto no exterior.
Se você está começando sua carreira, ainda não tem muito o que contar sobre sua experiência profissional. Então, vá direto para sua formação acadêmica.

8. Por onde você passou?
Mencione somente as últimas cinco empresas em que trabalhou, em ordem cronológica decrescente. Gutemberg Macedo, diretor da Gutemberg Consultores, empresa de recolocação de executivos, aconselha escrever os dados da sua experiência profissional na seguinte seqüência: nome da empresa - se ela não for conhecida, descreva rapidamente seu ramo de atividade, sua posição no mercado, seu faturamento e seu tamanho em número de funcionários (a idéia é mostrar seu porte); cidade e, se for o caso, o país em que ela se localiza; a posição que você ocupava; e, finalmente, o mês e o ano da sua contratação e saída. “É importante mencionar isso para que o empregador saiba se você passou algum período sem trabalhar”, diz Gutemberg. Não se limite a dizer qual era o seu cargo. Muito mais importante que ele é contar o que fez na prática. É isso o que vai fazer a diferença - e é justamente esse um erro que grande parte das pessoas comete. Não adianta escrever: administrador financeiro, responsável pelas finanças da empresa. “É óbvio que um jogador de futebol joga futebol”, diz o headhunter Robert Wong, da Korn/Ferry International. “O que quero saber é se ele foi capitão do time, se nunca recebeu um cartão vermelho e outras coisas desse tipo.” Enumere as responsabilidades que tinha quando ocupou aquele cargo e os resultados que obteve. Sempre que possível, diga quanto a empresa lucrou com as suas ações. Veja como um gerente comercial descreveu as suas atribuições e realizações e siga seu exemplo:

Gerente Comercial Divisão Laminados
Fui o responsável por vendas, marketing, exportação, importação, desenvolvimento de produtos e mercados e serviço de atendimento ao cliente. Vendas em 1999: US$ 84 milhões.
Elevei a participação de mercado no segmento de rodas de alumínio para caminhões de 5% para 95% em cinco anos, qualificando a Roda XYZ como padrão no modelo 1938 pesados Mercedes-Benz. O volume de vendas de 40 000 rodas em 1999 justificou a aprovação de um investimento de US$ 6 milhões para sua fabricação no Brasil.”
Se você fosse um médico, poderia descrever suas realizações desta maneira:
“Implementei, juntamente com minha equipe, um programa de combate à febre amarela que resultou na redução de US$ 5 milhões nas despesas públicas com saúde.
Dirigi o Hospital XYZ durante oito anos e reverti seu delicado quadro financeiro por meio de parcerias com a iniciativa privada.
Operei, nos últimos 12 meses, 80 pacientes com problemas cardiovasculares, obtendo 100% de sucesso nessas intervenções.”
Naturalmente, não há apenas uma maneira de falar sobre a sua carreira. Vicky Bloch, diretora da DBM, outra empresa de outplacement, sugere que você relacione suas competências com os resultados que obteve nas empresas onde trabalhou. O padrão sugerido pela consultora foi adotado por este profissional, que deseja ser o diretor industrial de uma empresa:

Competência
Capacidade de implementação de políticas e procedimentos, evitando processos para a organização.
Principais Realizações
Implementei políticas e procedimentos internos para aprovação pelo departamento jurídico envolvendo contratos, embalagens e rótulos, comerciais em TV, rádio e revistas, procurações e serviço de atendimento ao consumidor. Por causa dessa atuação preventiva, evitamos problemas com o consumidor como, por exemplo, um recall.”

9. Um currículo só não basta
Se há uma coisa que pode adiantar o expediente é fazer um currículo especial para cada empresa que você tenha em vista. É claro que antes você precisa saber em quais empresas gostaria de trabalhar - e não importa se há vagas ou não (qualquer empresa inteligente tem lugar para pessoas talentosas). A partir daí, terá que descobrir tudo o que puder sobre a companhia, sobretudo os problemas para os quais você tem solução. Internet, jornais, revistas e conversas com funcionários são fontes valiosas de informação. Essa é a única maneira de não gastar munição à toa. “Uma vez recebemos o currículo de um físico nuclear”, lembra José Luiz Ferreira Gomes, consultor interno de recursos humanos da Copesul. Detalhe: a Copesul é uma companhia petroquímica e não tem espaço para esse tipo de profissional. Em outras palavras, tempo perdido para o candidato e para a empresa.

10. Seu diploma tem grife?
Não adianta negar: além da experiência profissional, a formação acadêmica pesa muito na hora do empregador se decidir por um candidato. É consenso entre os especialistas em carreira que quem não se graduou em uma universidade conhecida deve “reparar” essa falta fazendo uma pós-graduação numa instituição de renome. Não estamos querendo dizer que sem um diploma de primeira linha a pessoa não tenha chances de entrar e crescer numa boa empresa. Claro que o desenvolvimento depende muito mais dela mesma do que das escolas por onde passou. A questão aqui é: o que você tem a oferecer para a empresa? Ela quer alguém que já tenha provado que deu resultados em outras companhias (e para isso o profissional não poderá ser jovenzinho) ou alguém que tenha estudado numa instituição respeitada - porque, teoricamente, desses lugares saem pessoas com mais potencial. Nunca se iluda quanto ao objetivo das empresas: elas querem gente talentosa, capaz de dar resultados. Isso é o que mais importa para elas. Se a pessoa está entrando no mercado e não tem como provar que é boa, passará pelo funil com muito mais facilidade se tiver um diploma de nome, falar inglês fluentemente, tiver estudado no exterior e coisas assim. Se já tem feitos que fazem os olhos brilhar, basta se manter atualizada. Fale sobre sua formação acadêmica começando sempre pelo curso mais recente, com ano de início e de término. Basta relacionar o curso de graduação e pós-graduação (é ridículo colocar pré-primário, ginásio, primeiro grau etc.). Se você estiver pleiteando um estágio, terá mais uma razão para começar dizendo onde fez, ou está fazendo, a faculdade.

11. Nada de cursos relâmpagos
Só coloque os cursos complementares que fizeram você desenvolver alguma habilidade interessante para a empresa onde quer trabalhar. Aqueles seminários de uma tarde sobre relações humanas no trabalho definitivamente não interessam a ninguém.

12. Qual é sua língua

Em matéria de idiomas não existe meio termo. “Ou você é fluente ou não é”, diz a headhunter Yonara Costa. Para evitar constrangimentos na hora da entrevista (sim, seus conhecimentos serão testados cara a cara), ela aconselha o candidato a subavaliar seu conhecimento de línguas estrangeiras. Ou seja, é melhor dizer que do francês você só sabe o básico do que afirmar que se vira muito bem - ainda que se vire razoavelmente bem. Ao contrário da faculdade, o nome da escola (ou escolas) onde você aprendeu inglês, alemão, espanhol ou seja lá o que for não importa a mínima. A não ser que tenha aprendido morando no exterior - aí, claro que tem que dizer.

13. Conte sua vida lá fora
O relato das suas experiências internacionais pode ser um item à parte ou distribuído ao longo do currículo. Atenção: viagem de férias para Cancún não é sinônimo de experiência internacional. Estamos falando de trabalhar e morar fora do país. Os candidatos a trainee que tiverem feito intercâmbio ganham pontos. Se tiverem trabalhado entregando pizza, limpando piscinas ou servindo em lanchonete, melhor ainda. Todas essas experiências dão à pessoa jogo de cintura e, de qualquer forma, aumentam a rede de relacionamentos.

14. Muito além do trabalho
Não há uma regra quando o assunto é listar, ou não, os seus hobbies e atividades fora do horário comercial (eles entram no item “informações adicionais”). Alguns consultores são de opinião de que escrever que você gosta de jogar tênis, que é um pé-de-valsa e tem prazer em ser o síndico do prédio é bobagem. Essas coisas devem ser deixadas para a entrevista. Mas não dê ouvidos a eles se a sua intuição disser o contrário, porque um determinado detalhe pode acabar sendo o diferencial decisivo. Quer ver? Certa vez, Robert Wong foi contratado para procurar um diretor de recursos humanos para uma empresa em Brasília. Ele selecionou cinco candidatos, todos na faixa dos 45 anos, como queria o cliente. Apenas um tinha mais de 50. “Era um profissional muito competente. Achei que valia a pena tentar”, diz Wong. Adivinhe quem foi o escolhido? Justamente o mais velho. E sabe por quê? “Meu cliente se encantou com o fato de o candidato ter dito em seu currículo que era um exímio preparador de churrasco. Ele também tinha esse hobby”, diz Wong. É claro que ninguém é selecionado por adorar fazer churrasco ou ser campeão de natação. Mas isso pode ser uma pista sobre a personalidade da pessoa. Reunir os amigos para preparar um churrasco não deixa de ser um sinal de liderança, qualidade interessante para um diretor de recursos humanos. Para os meninos e meninas que estão disputando um estágio, o item “informações adicionais” é a grande chance de chamar a atenção do empregador. “Não tenho vontade de entrevistar um jovem que não pratique esportes e nunca tenha feito um trabalho voluntário, diz Luiz Edmundo Prestes Rosa, diretor de recursos humanos do Grupo Accor. “Essas são realizações importantes na vida de um adolescente.”


Autor: Rogerio Santos


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