O amor em migalhas
Um dia você acorda e se cansa... Não da noite que teve, mas cansa de ter que mendigar aos outros, o que eles não têm condições emocionais de te dar. Um dia você percebe, aos prantos e com o coração apertado, que não consegue sobreviver por muito tempo de sentimentos pequenos e dados com compaixão, dó, sem qualquer pedaço de sinceridade. Você cansa de receber amor em migalhas. Então, busca nas coisas maiores (ou mais verdadeiras) uma chance de ser feliz. Por isso chega de ficar à sombra dos outros! Não dá mais para ficar à margem das conquistas alheias. Mudança urgente! Mudança é a palavra de ordem. É daqui pra frente! Daqui em diante é assim que vai ser. Aquelas tolices e sentimentalidades não há mais. O que há é vontade, amor, desejo, paixão vertendo dos olhos em querer ser feliz! Mas que ninguém faça confusão, porque está dentro dos olhos... Você vai deixar de lado tudo que te fez sangrar até hoje. É para curar as feridas de um – outrora – frágil coração. Sempre é assim. É o fim de algo e o recomeço em mim. Se dessa vez vai, você não sabe. Mas, esqueça o que ficou pra trás! Chega de migalhas, pois elas não apenas não estão te sustentando como estão te matando aos poucos. Já te fizeram perder um bom tanto do que passou pelo caminho. Se foi mais derrota do que vitória, só você pode dizer. Se conseguiu amar em meio a uma batalha contra você mesmo, pode estar certo, você é um vencedor nesse negócio de amar! E, se mesmo caído aos prantos, machucado pelo tempo, revestido de dores e pancadas da vida, se mesmo assim você não teve um mísero “oi”, se mesmo assim não recebeu nada além de rejeição, indiferença, mentiras, preconceito, e se tudo isso fez você se levar a autoexclusão... Pode estar certo, você não é um perdedor! O fato de não terem correspondido ao teu amor não te torna um perdedor, apenas te torna mais amargo, mais deprimente, e com novas possibilidades de viver. Sem fantasias do equívoco, sem contos de fada, sem achar que há alguém esperando por você... Não existe! O que há sim é a cumplicidade de sentimentos. Pode estar certo que muita gente sofre como você também está sofrendo. Muita gente quer reconstruir o amor dentro de si, mas não confiam mais. Aliás, desconfiam de tudo e de todos. Qualquer mão estendida pode ser sinal de assalto. E o que querem levar de você? As brigas que ganhou, ou as brigas que perdeu? Querem teu coração? Tua alma? Não... Talvez queiram apenas mostrar para você que o amor, embora tenha perdido todo o encanto na tua vida, que ele é possível. Dentro de uma realidade de solidão, dentro de um contexto de decepções e frustrações. Mas dentro de você, essencialmente... É dentro de você que ele vai começar... Sem ilusões, sem perspectivas, sem nada. O amor deve renascer na miséria, no mais completo abando e esquecimento. Na tristeza do fundo do poço que ecoa na tua alma. É a partir desta nova realidade que você terá a percepção de que ainda é possível ou de que deve esquecer finalmente tudo isso que até hoje não frutificou nada na tua história de vida. É olhando o contexto, e não apenas retirando um texto do contexto, transformando, inutilmente, em um pretexto para ser quem você é, estar onde você está, fazer o que você faz e sobrevivendo como você sobrevive...
Com vídeo da música Perdendo Dentes – Pato Fu – http://youtu.be/NLFUUiFAmew
Autor: Johney Laudelino Da Silva
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