Hora de votar



Hoje é um dia que deveria ser especial, afinal, estamos no dia da eleição. Não tenho certeza em quem vou votar. O meu país se arrasta em meio a crises de corrupção na política e isso não parece ter fim. Dentro de mim a pergunta não se cala: Em quem irei votar?

Nós deveríamos ter nossos candidatos cujas propostas beneficiariam classes, setores, áreas das quais fazemos parte e ainda teríamos certeza que uma vez eleitos, cumpririam suas promessas, seus projetos e as diretrizes que tanto defendem, mesmo sem saber.

Meus Deus! Porque temos certeza exatamente do contrário: que não irão cumprir, mudar, melhorar. Chegou à hora, tenho que votar. Nessa hora começo a lembrar que durante essa campanha não tive argumentos para debater sobre alguma ideologia de alguém, nem tive argumentos para tentar convencer alguém a votar em alguém. Impressionante! Ninguém discordou de ninguém. Os discursos parecem tirados de manuais. As pessoas são unânimes nas opiniões pejorativas sobre políticos. Não temos propostas consistentes, políticos de ação. Vejo que todos os “adversários” estão juntos blefando sobre ideais sociais, soluções econômicas e o pior: de alguma forma já trabalharam juntos em algum mandato ou pertenceram a um mesmo partido no passado. Parece uma brincadeira e eu tenho que participar disso? Sim, eu tenho. E o mais incrível é que no fundo eu sei que nenhuma promessa consistente vai se realizar e que nas próximas eleições todos nós estaremos novamente brincando de “candidato e eleitor”, “promessa e crédito”, porque campanha política se tornou pateticamente previsível. Nós eleitores sabemos que é um jogo e desempenhamos muito bem a nossa parte, que é de acreditar em alguma ideologia que às vezes defendemos com fervor.

Bom! Tenho que votar. Um silêncio de doer se espalha ao meu redor. Por eliminação fiz uma opção, claro que eu tive que esquecer alguns fatos do passado desse candidato, aliás, todos fazem parte desse sistema corrompido, falido e agora fatigado. Eu sou mais um que se sente cansado dessa brincadeira. Ah! Sim. Aperto “confirma” e fim.


Autor: Marcelo Marckbreaker


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