4 virtudes cardinais
A intrusão do religioso na campanha electoral tem causado polémica em torno do alegado apoio do Islã a, François Hollande. Em contraste, o Cristianismo não é muito visível.
Evidentemente, algumas trocas de idéias sobre o secularismo foram debatidos, mas sem ir muito longe. Sabe-se, contudo, que a maioria dos católicos praticantes ofereceram seus votos para a direita. Pertencendo a esses crentes, mas não seguem o movimento da maioria. Como cristão, apoiando a preferência dos pobres pelo programa da esquerda. Esta preferência é cristã, mesmo para aqueles que afirmam promover o secularismo. No entanto, deve lembrar que isso é apenas a separação entre os domínios, temporal e espiritual, que resulta da mensagem mesma de Jesus Cristo.
Existe outra coisa a revelar pela escolha de François Hollande. Distinguindo nele os quatro virtudes cardinais, parecendo necessários para um homem ambicioso com vista uma magistratura suprema. No cristianismo, essas virtudes são ditas cardinais, por causa de seu papel capital – cardo em latin singifica pivô, ponto capital, sobre o qual tudo se transforma - na ação humana. Esses valores envolvem a prudência, a justiça, a força, a temperança.
A prudência leva o homem a discernir em todas as circonstâncias o verdadeiro bem e a escolha dos certos meios para realizá-la. Em pelo menos três grandes questões, François Hollande demonstrou essa virtude.
A primeira questão é a educação. Absoluta prioridade, esta deve atrair o maior investimento de uma nação, porque, graças a educação os cidadãos são responsáveis com base na dignidade e na liberdade. Além disso, na concorrência globalizada entre os países, o nível cultural e científico de um povo que faz e fará a diferença. As instituições mais liberais, como OCDE, não são os últimos a apontar, dizendo que as políticas orçamentais devem salvar a educação. François Hollande, em seu programa educacional, e entre outros, inclui a re-criação de 60.000 postos de trabalho de ensino durante seus cinco anos, anotando de maneira significativa esta sábia prioridade.
A segunda questão concerne a energia nuclear. A França não pode se disfazer do projeto hoje, porque essa energia não é a resposta definitiva. Ela envolve riscos reais para a natureza e o homem. Ao afirmar seu objetivo de trazer a sua quota de metade da electricidade produzida em França, François Hollande explicou de maneira razoável esta realidade, abrindo o caminho para a pesquisa, o desenvolvimento industrial, o investimento e a criação do emprego em novos campos de atividade, sem prejudicar as transições necessárias.
A terceira relaciona-se com o crescimento. A França precisa restabelecer, como outros países europeus, os equilíbrios e saldos financeiros. François Hollande mostrou seu engajamento neste sentido. Frisando o caso externo como a política na Grécia, Portugal, Espanha, bem como em outros países - embora isso não pode ser suficiente. Porque a política de crescimento necessita de um acompanhamento. François Hollande foi o primeiro a discernir esta política para França. Hoje, as vozes aclamam essa visão para Europa, embora ainda o debate continua sobre o conteúdo desta política de crescimento.
A justiça consiste, em primeiro lugar, na constante e firme vontade de definir adequadamente o que é devido a cada um por parte de todos, por outro, revendo a estatégia de implementando esse compromisso. Entre as proposições de François Hollande existe um desejo de definir a justa contribuição e equitativa para cada em relação aos recursos da Nação. Dependendo de um esforço suplementar por parte dos mais ricos, dos quais o atual presidente tem dado tanta atenção, e um maior engajamento, especialmente nas áreas de saúde social e da seguridade social, bem como em termos do fisco e da renda. Pois o cidadão pode perceber que François Hollande detém uma profunda convicção moral, o que o levou a defender esta vontade com justiça.
A Força é possuir a virtude da coragem, superando a fraqueza humana e, especialmente, o medo. Ela permite nas dificuldades a firmeza e a constância na busca do bem. No calor do debate presidencial, François Hollande, demonstrou mais uma vez essa virtude diante dos ataques os mais virulentos, tomando posição firme nas suas convicções e proposições. Os franceses anotaram isso particularmente durante o debate na televisão, apreciando a firmeza e a clareza de expressão e dos planos, sem ceder a facilidade ou demagogia. Ao encontro das ofensas expressas em termos de mentiras, o que mostra mais uma vez ser ciente da força e da determinação.
A Temperança finalmente exige o controle da vontade sobre os instintos. Quém possui esta virtude é aquele que tem controle sobre si mesmo, sem permitir que suas paixões prevaleçam sobre a razão. Não se pode ser realmente cuidadoso, nem realmente justo, nem forte, sem que se observe a temperança condicionada indiretamente diante de outras virtudes, representando a orientação, a rectidão e confiança. Ser homem é respeitar sua própria dignidade e, portanto, ser guiado por temperança. Pois aqueles que encontraram François Hollande identificaram estes valores, cujos mais indulgentes deles acharam no adversário a falta ou a ausência desta virtude.
Acrescentando que a temperança não significa a falta ou ausência de espontaneidade ou da incapacidade de expressar sentimentos. Porque o comportamento de François Hollande parece natural transparente.Mostrando um humor expressado a imagem de um sorriso inteligente, traduzindo o valor desta virtude. Pois os franceses não foram enganados pela escolha dos melhores candidatos do primeiro turno, dos quais se pode distinguir esta força e esta serenidade, necessárias para o exercício do mais alto cargo da República.
Os cristãos podem criticar esta abordagem por não evocar as virtudes teologais mas têm como origem, motivo e objecto imediato as impressões e leituras. Isso não foi tratado, como se poderia facilmente mostrar em que os dois ou pelo menos essas virtudes se repercutem em François Hollande ou noutro candidato, sem crítica a fé do candidato esquerdista. Mas queria simplesmente evocar como um cristão podia, sem dificuldade, entre outras razões, pode se apoiar seu voto para confiar nos próximos anos os destinos da França para um homem, que defende as quatro virtudes cardinais, virtudes essenciais para o sábio governante desta República
.Lahcen EL MOUTAQI
Autor: Lahcen El Moutaqi
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