Uma análise do consumo de alimentos orgânicos no Brasil



A revista Dutch News publicou na semana passada uma matéria dizendo que os consumidores holandeses gastaram 881 milhões de euros (aproximadamente 1,1 bilhão de dólares) em alimentos orgânicos no ano passado. Isto representou um aumento de 17% em relação a 2010, segundo dados Ministério de Assuntos Econômicos.

Paremos, então, para comparar alguns dados entre Brasil e Holanda

 

Holanda

Brasil

Número de Habitantes

16,5 milhões

193 milhões

Área

41.528 Km2

8.514.876 Km2

Consumo de orgânicos em 2011

1,1 bilhão de dólares

250 milhões de dórales

 

É realmente um assunto a se pensar: como pode um país menor que o estado do Rio de Janeiro e que possui uma população quase 12 vezes menor que a do Brasil, consumir 4,4 vezes mais orgânicos que aqui?

A produção no Brasil vem aumentando, com incentivos do governo e do SEBRAE. Estão começando a surgir incentivos para que agricultores convertam suas produções em orgânicas, o que é bom para eles e para o desenvolvimento sustentável, tão falado hoje. A chegada da Copa do Mundo e Olimpíadas por aqui também é um motivador para tais ações, já que o país receberá muitos estrangeiros dos Estados Unidos e Europa que vão querer manter seus hábitos saudáveis de alimentação durante este tempo.

No entanto a produção não é o maior problema para o baixo consumo no país. Basta olhar que o Brasil exporta 70% de sua produção de orgânicos! O maior empecilho parece ser realmente a cultura do brasileiro e o preço, que ainda é alto para a maioria da população. Sobre este último fator, o cenário começa a se tornar melhor, pois, com a maior produção e resistência da população aos excessos praticados, os preços abusivos estão perdendo espaço para os alimentos orgânicos com preços justos, o que é mais sustentável para toda a cadeia. Além disso, serviços diferenciados, como assinatura de cestas semanais e entrega de orgânicos em domicílios e empresas, que já são populares em muitos países da Europa, começam a surgir por aqui.

Vamos torcer para que o brasileiro se conscientize que a alimentação saudável é a melhor maneira de prevenir doenças e proteger as futuras gerações. 


Autor: Marcelo Seabra Pinto


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