A Realidade Aprisionada



Ao observar tudo sob uma ótica um pouco distanciada, se têm a vaga impressão de se viver preso, sob a influência de diversos fatores alheios a nossa vontade, mas que interferem diretamente nos rumos que o quase inesperado dá aos nossos passos diários.

E assim, imaginamos viver em uma jaula invisível, imposta por condições inacessíveis ao nosso viver, enquanto invejamos mortalmente a simplicidade natural dos animais, que não precisam em nenhum momento de sua existência saber-se, simplesmente são.

Porém, apesar da aparência sufocante com que as vezes o mundo chega até nós, ele, juntamente com sua realidade inventa não aprisionam. Apenas delimitam, marcam fronteiras e dentro de certas limitações, se é totalmente livre.

Pode até parecer estranho e paradoxo uma liberdade limitada. Porém, se por um acaso ou por um desejo intimo se decidir transpassar essas fronteiras e quebrar o marco que delimita até onde vai seu real mundo, até onde toda a sua vivência poderá chegar. Se deparará com um horizonte tão vasto e com tantas possibilidades, que estas perdem seu sentido e o que a primeira vista poderá parecer plenitude, se esvai com o primeiro sopro da incerteza que virá.

Por serem terras tão extensas, o risco de se perder e nunca mais encontrar o caminho de volta é enorme.

E ao ser que ousou ir além de suas próprias limitações, resta somente o indefinido, impessoal e solitário mundo dos loucos.


Autor: Marcelo Cavalcanti


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