Tanatologia reflexão do processo de morte na formação do enfermeiro.



Relatório 

Evento: Tanatologia Reflexão do processo de Morte na formação do Enfermeiro.

Local: Universidade Salgado de Oliveira – Universo

Data: 21/10/2010

Duração: 04 horas

Professora: Maria da Conceição M. Pinheiro. 

COMO A SOCIEDADESECOMPORTA DIANTE DA MORTE

1 SILVA, RENATIELLE MACHADO

2 GUIMARÃES, LEILA PENHA

3 MOURA, RENATA GONÇALVES DE OLIVEIRA

4 SOUZA, DYANNE DA MOTA

5 MENDES, ÉRIKA FRANÇA

6 CONCEIÇÃO ROSANGELA TRINDADE 

A natureza existe e subsiste a partir de um processo de morte/renascimento. Morre o fruto para que haja a semente, assim como o velho para dar lugar ao novo, e isso não é diferente para os aspectos subjetivos da vida: novos valores, saberes, crenças acontecem em detrimento da reformulação (morte) dos antigos. Há um ciclo natural na evolução: surgir, consistir, progredir, decair, não existir, renovar. ² a justificativa deste trabalho procura destacar o processo de morrer diante do comportamento da sociedade, com intuito de que o homem a partir do momento que aceita o fato de que a morte faz parte da vida e não há outra forma de ser, facilita a elaboração do luto. Mas afinal o que é a morte? A morte expressa a dor da separação eterna e traz uma gama de sentimentos e comportamentos é composta por reações normais, adaptativas e saudáveis para a perda de um ente querido. Embora a dor da perda possa ser amenizada como passar do tempo, este é um processo de desenvolvimento contínuo, e o tempo não cura totalmente a perda individual (Silverman, 2002).[5] O objetivo deste trabalho foi destacar o comportamento da sociedade diante do processo de morrer em diferentes religiões, com a finalidade de facilitar a elaboração do luto, uma vez que a aceitação desta fase da vida abre espaço para o diálogo algo hoje evitado. Às pessoas não gostam de falar da morte e evitam tratar de assuntos importante deixando muitas vezes seus familiares “perdidos” no momento em que morre, acredita-se que uma vez que fazemos tudo que se pode fazer pelos nossos entes queridos facilita a aceitação da morte deixando para nós a satisfação do dever cumprido, muitas vezes somos “egoístas” e preferimos ver a pessoa sofrendo em um leito de hospital a aceitar que ela morra. A metodologia do presente trabalho foi realizada através de pesquisa de artigos que tratam do processo morte x morrer voltado para a sociedade através de pesquisas qualitativas realizadas com estudantes de diferentes religiões: as religiões professadas foram católicas, evangélica e espírita. Atualmente o homem passa por um processo de negação da morte, [...] negar a morte por outro lado, nos leva a um problema extremamente sério: a má elaboração do luto. Mas, evidentemente, se negamos a morte, se nos recusamos a entrar em contato com os nossos sentimentos, esse luto será mal elaborado, e teremos uma chance maior de adoecermos, cairmos em melancolia ou em outros processos subjetivos [...].² A morte tornou-se impessoal, ao ser retirada do espaço privado para as instituições de saúde; seu convívio próximo, o homem, devido aos apelos de consumo do capitalismo, não tem tempo para perceber finito, deixando este sentimento surgir quando se depara com o risco iminente a sua integridade física. As imagens da morte e da decomposição do corpo, não significam nem o medo da morte, nem o medo do além. Representam o sinal do amor pelo ter e o fracasso pela consciência da finitude humana.² Segundo o historiador francês Philippe Áries³ a sociedade passou por tais mudanças e, como um marco histórico-social, a revolução industrial, trazendo uma nova ordem social com repercussão nos rituais fúnebres, seguidos do luto.² Até então as pessoas sabiam que iam morrer e protagonizavam todo o ritual, despedindo-se das pessoas, fazendo testamento, resgatando as mágoas pessoais imputadas a si e aos outros, e todo este processo era compartilhado pela família e pela comunidade.² Na época em que as pessoas morriam em casa, com a participação de toda a comunidade, as pessoas ao redor do moribundo vivenciavam esse fenômeno de perto e, por estar ocorrendo com alguém tão próximo, era possível a identificação com o outro. “O conhecimento da morte era uma rotina e nenhuma criança crescia sem ter tido a experiência de ver, pelo menos, uma cena de morte.² O homem das sociedades tradicionais, que era não só da Idade Média mas também o de todas as culturas populares e orais, resignavam-se sem grande dificuldade à idéia de sermos mortais.² Sabemos o quanto a religião tem interferência nas construções de sentimentos e pensamentos sobre a morte e o processo morrer de cada pessoa. Ainda mais, está associada aos momentos de sofrimento e dor, pois a religião oferece acolhida e reflexão na busca da garantia da vida ou do entendimento melhor dela. De uma forma ou de outra, todas as religiões estão relacionadas com o sentido da vida, liberdade, justiça e direcionamento da consciência.¹ Acredita-se que a morte seja um dos grandes mistérios da existência do ser humano, demandando esforços para seu entendimento e aceitação no contexto histórico para a evolução do pensamento. Sendo a morte uma experiência universal, sua compreensão e representação variam de acordo com a cultura, religião e vivência de cada indivíduo.¹ O relacionamento do ser humano com a morte tem sofrido modificações através dos tempos, tendo sido considerada por grande parte das pessoas como um fato natural, não podendo ser evitado e, portanto perfeitamente aceito. No entanto, esta familiaridade e aceitação frente à morte têm assumido, atualmente. Em nossa cultura, outra conotação, pois as pessoas sentem desconforto, medo e preocupação frente a ela. O medo da morte estende-se pelo pavor de se sentir dores ou humilhações, onde o uso de aparelho e de toda a tecnologia do cuidar seja substituído em detrimento da autonomia do indivíduo, e principalmente, que a morte expresse solidão, isto é, que seja distante dos entes queridos.¹ Observa-se, atualmente, que se busca uma nova ética para a humanidade, em um esforço supremo de se evitar ou, ao menos minimizar as diferenças sociais em que o mundo se encontra.² Nunca se ouviu falar tanto em qualidade de vida, solidariedade, na emergência de novos paradigmas. Entretanto, o homem em toda sua evolução histórica, jamais esteve tão necessitado de seu significado para o seu existir. Assim, entendemos que apropriação individual do significado da própria morte contribuiria para o homem, na percepção de sua temporalidade, o que, possivelmente, induziria à qualificação do seu existir, possibilitando também, a identificação com o outro ser que está morrendo. Tal fato, sem dúvida, refletiria nas relações pessoais e profissionais.

Palavras chaves: luto, aceitação, morte.

REFERÊNCIAS

  1. PROCHET, Tereza Cristina. Compartilhando os sentimentos e os pensamentos sobre     a morte e o processo de morrer. Enfermagem Brasil, 2009.
  2. MOREIRA, Almir da Costa; LISBOA, Márcia Tereza Luz. A morte – Entre o Público e o Privado; Reflexões para a prática profissional de enfermagem. R Enferm UERJ, 2006.
  3. ÁRIES, P. História da morte no ocidente. Rio de Janeiro: Ediouro; 2003.
  4. PESSINI, L. Eutanásia e as religiões (judaísmo, cristianismo, budismo, islamismo). Bioética 1999;7 (1): 83-100.
  5. SMELTZER, C. Suzanne; BARE, G. Brenda. Tratado de Enfermagem Médico – Cirúrgica. Guanabara Koogan, 2010.
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