Envelhecimento ativo: uma política de saúde



Recentemente, foi desenvolvido pela Unidade de Envelhecimento e Curso de Vida da Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma contribuição para a Segunda Assembleia Mundial das Nações Unidas sobre Envelhecimento realizada em abril de 2002, em Madri, Espanha: ENVELHECIMENTO ATIVO: UMA POLÍTICA DE SAÚDE (Brasília, 2005), este Projeto de Política de Saúde busca dar informações para a discussão e formulação de planos de ação que promovam um envelhecimento saudável e ativo.

Partindo do ponto de vista do Diretor-Geral da OMS, Gro Harlem Brundtland, ‘O envelhecimento da população é, antes de tudo, uma história de sucesso para as políticas de saúde pública, assim como para o desenvolvimento social e econômico’. O envelhecimento é hoje um fenômeno universal e representa uma das maiores conquistas da humanidade, Proporcionar sentido e dignidade ao envelhecimento constitui um dos maiores desafios da atualidade e para o nossa política de saúde.

O referido trabalho é dividido em cinco partes: Envelhecimento global: triunfo e desafio; Envelhecimento ativo: conceito e fundamento; Os fatores determinantes do envelhecimento ativo: compreenda as evidências; Desafios de uma população em processo de envelhecimento; A resposta desta política de saúde.

A parte primeira deste trabalho descreve o rápido crescimento mundial da população idosa, especialmente nos países em desenvolvimento. No entanto, torna-se imprescindível investir na implementação de políticas públicas que propiciem melhores condições de vida à população de idosos, que cresce progressivamente, garantindo maior qualidade à longevidade conquistada. A intensidade do aumento dos custos da assistência à saúde, por exemplo, em função do envelhecimento da população, necessita ser calculado com responsabilidade e ações rápidas para que este ganho na longevidade do tempo de vido se torne um problema maior e insustentável pelo governo, sendo que os custos com este novo paradigma advém, em parte, da proporção de idosos com problemas crônicos, ou seja, com necessidades permanentes de atenção à saúde e uma qualidade melhor de vida.

Outro momento do texto, o segundo, empreende o conceito e o fundamento do “envelhecimento ativo” como uma meta para a formulação de políticas e programas. Segundo OMS: “Envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas”. E aqui cabe ressaltar que a palavra ‘ativo’ refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não apenas à capacidade de estar fisicamente ativo ou contribuir com a força de trabalho, tal conceito deve ser encarado como sinônimo de uma vida saudável, participativa e com seguridade social. Para promovê-lo, os sistemas de saúde precisam ter uma expectativa do curso de vida que vise à promoção e prevenção da saúde e o ingresso equitativo ao cuidado primário e de longo prazo de qualidade.

Na terceira parte do trabalho compendia as evidências sobre os fatores que determinam se os indivíduos e as populações irão ou não ter uma qualidade de vida positiva à medida que envelhecem, o texto afirma que o envelhecimento ativo depende de uma diversidade de fatores “determinantes” que envolvem indivíduos, famílias e países. A compreensão das evidências que temos sobre esses fatores irá nos auxiliar a elaborar políticas e programas que obtenham êxito nessa área.

Entendemos que para se tenha um envelhecimento ativo é necessário desenvolver atividades que proporcionem prazer e bem-estar, sempre inventando e inovando, no sentido de se manterem autônomos e participativos, estimulando a prática regular da atividade física, assim como de outras atitudes que contribuam para a adoção de um estilo de vida ativo no dia-a-dia do indivíduo são partes essenciais para um envelhecer com saúde e qualidade de vida, precisamos de práticas mais elaboradas se desejamos colocar em pratica o texto do trabalho.

A parte quatro do texto debate sete importantes desafios associados a uma população em processo de envelhecimento, para os governos e setores não-governamental, acadêmico e privado: 1º desafio: A carga dupla de doenças; 2ºdesafio: O maior risco de deficiência; 3º desafio: Provisão de cuidado para populações em processo de envelhecimento; 4º desafio: A feminização do envelhecimento; 5º desafio: Ética e iniquidades; 6º desafio: A economia de uma população em processo de envelhecimento e 7º desafio: A criação de um novo paradigma.

À medida que a individuo envelhece sua aptidão é determinada em grande parte pela conservação de sua autonomia e independência, ou seja, por quanto tempo podem as pessoas esperar viver sem inabilidades. Para que o envelhecimento seja uma experiência positiva, ele deve vir seguido de oportunidades contínuas de saúde, participação na sociedade e seguridade. Os idosos, portanto, devem conhecer seus direitos como cidadãos e exigi-los, a fim de conservar o respeito, a dignidade e a estima que merecem. Além disso, devem participar inteiramente do processo econômico e cultural.

O texto termina em sua quinta parte, fornecendo um plano de ação para o envelhecimento ativo e sugestões concretas para propostas de ação fundamentais. A estrutura política proposta ao envelhecimento baseia-se nos Princípios das Nações Unidas para Idosos, ou seja, independência, participação, assistência, auto realização e dignidade. As decisões fundamentam-se na interpretação de como os fatores determinantes do envelhecimento ativo influenciam o modo como as populações e os indivíduos envelhecem. A composição desta política promove ações em três pilares básicos: saúde, participação e segurança.

Para a execução desta política de saúde é necessário desenvolver políticas que asseguram a obtenção da melhor qualidade de vida possível, no menor tempo e para o maior número de pessoas possível. É necessário o governo promover treinamentos e pesquisas de conhecimento sobre gerontologia e geriatria, destacar o incentivo a iniciativas interdisciplinares e Inter setoriais, especialmente aquelas  que enfrentam os índices rápidos e sem antecedentes da população que está envelhecendo, dentro de um contexto de pobreza predominante e problemas de infraestrutura não solucionados.

No mundo das politicas publicas de saúde, no entanto, parece que finalmente a saga do envelhecimento saudável e garantido ganhou seu ponto de apoio. Será?

http://www.prosaude.org/publicacoes/diversos/envelhecimento_ativo.pdf (Acessado em 30/06/2012)


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