Competências Gerenciais Priorizadas Pela Direção De Uma Siderúrgica De Grande Porte



Constatou-se com o estudo de caso que a empresa objeto desta pesquisa está atenta à importância que as pessoas têm para a organização. Uma das áreas que mais tem sofrido mudanças e transformação nestes últimos anos é a de Gestão de Pessoas, com uma visão totalmente diferente da tradicional, pois é a grande responsável pela excelência das organizações.
Na prática, observou-se que a empresa em estudo também vê no seu capital humano o grande diferencial competitivo no mundo dos negócios. Decidiu investir na gestão por meio das competências, buscando antecipar as necessidades dos clientes pela inovação e qualidade dos seus produtos e serviços.
Quanto à prática das competências priorizadas pela Direção, percebem-se a sua aplicação e a utilização, com ênfase nas competências alinhamento do comportamento pessoal aos valores da organização e visão estratégica. A competência menos utilizada pelos gestores no cotidiano de seu trabalho é empreendedorismo.
Como forma de investir no crescimento profissional dos seus empregados, a empresa vem adotando várias ações para o desenvolvimento de líderes., as quais são realizadas em parceria com as melhores Universidades do Brasil e do exterior, envolvendo lideranças em programas focados na gestão de resultados, gestão de pessoas e desenvolvimento de líderes.
A nota dada ao gestor por seu chefe (superior hierárquico) corresponde a uma media equivalente a 84,2 pontos em relação à percepção da aplicação das competências no cotidiano. A nota recebida de seu par/cliente corresponde a 90,0 pontos em relação à percepção da aplicação das competências no cotidiano. Conclui-se que, de modo geral, houve um bom nível de desenvolvimento das competências individuais analisadas, bem como condições favoráveis à sua aplicação. A excelência operacional dos gestores confirma da pontuação recebida por seus pares.
Levando-se em conta todos os 19 itens avaliados pelos subordinados extraídos dos 58 itens da pesquisa de clima, o resultado final apresenta uma média de 74 pontos em relação à percepção da aplicação dos gerentes das competências priorizadas pela empresa em seu cotidiano. Tal conclusão remete à conclusão que, de modo geral, existe espaço para a evolução e o desenvolvimento das competências requeridas dos gestores.
Na comparação das notas referentes à aplicação das competências por tipo nas respectivas diretorias, nota-se que a melhor atuação dos gestores está refletida na aplicação da competência alinhamento do comportamento pessoal aos valores da organização, com uma média de 89,5 pontos. Com uma média de 84,7 pontos aparece a competência empreendedorismo, item de menor pontuação na percepção dos avaliadores (chefe e de pares).
A diretoria de melhor desempenho e aplicação das competências priorizadas pela Direção, na percepção dos pares e chefia, é a Comercial, com 90,7 pontos, seguindo-se a Administrativa, com 88,9 pontos, e a Industrial, com 86,1 pontos. Isso vem confirmar que a Diretoria Comercial tem uma visão muito mais abrangente e externa, ou seja, a visão do cliente final.
É interessante observar a existência de um sentimento de satisfação com a tarefa realizada, ambiente motivador e exigente. Quando a empresa demonstra ter responsabilidade social e cidadania, surge uma importante união de forças para o sucesso do negócio.
Alguns itens apresentados pelos empregados evoluir em termos de competências gerenciais: coerência nos estilos de gestão dentro da empresa; coerência entre o discurso e a prática; capacidade de comunicação clara e transparente (informar sobre os assuntos importantes); aplicação de um processo decisório mais participativo, principalmente nas decisões que afetam sua área.
Quanto à evidência dos comportamentos aplicados e percebidos pelos pares, chefes e subordinados quanto às cinco competências requeridas pela Diretoria no cotidiano dos gestores, destacam-se as seguintes conclusões:

• Comportamentos visíveis como aplicação positiva: o gerente atua de maneira ética e coerente com os valores e as normas institucionais; explica a visão, a missão, a política e os valores da empresa; está disponível para as pessoas quando elas se dirigem a ele necessitando de seu apoio; assume riscos; implementa soluções para os problemas que afetam o cliente; e são competentes para conduzir o negócio.
• Comportamentos indicados que necessitam evoluir e existem espaços para desenvolvimento: o gerente realiza ações que promovem a motivação e a liberação de energia das equipes; percebe as oportunidades para o negócio e propõe soluções a partir do ambiente empresarial; entende e antecipa as expectativas dos clientes; descreve o negócio, sua interação com o ambiente interno e externo; promove recursos para possibilitar a real aplicação da política de qualidade, segurança, saúde e meio ambiente; evita o favoritismo; e promove uma comunicação clara e eficaz.

As percepções dos pares e chefes vêm confirmar os esforços da empresa em trabalhar competências e comportamentos observáveis que possam produzir bons gestores, com características de líderes capazes de dar a direção e significado, de buscar bons resultados e de gerar um ambiente de otimismo e confiança.
O reconhecimento da importância do desenvolvimento das habilidades interpessoais dos executivos está intimamente relacionado à necessidade das organizações de conseguir configurar funcionários com alto nível de desempenho. Ter gestores com essas habilidades é o mesmo que garantir um desenvolvimento individual das pessoas, como também a eficácia coletiva e a capacidade de aprendizado organizacional.
Hoje em dia, num mundo de trabalho cada vez mais competitivo e demandante, os executivos não podem depender apenas de suas habilidades técnicas, pois é necessário construir um contexto organizacional que estruture e suporte um conjunto de motivações e comportamentos humanos. A filosofia emergente da gerência baseia-se em enfatizar os propósitos, os processos e as pessoas que constituem a organização.


Autor: Maria Eunice Barros


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