Idealizar O Ideal



Idealizar o ideal

(Ano novo!)

Nossa, eu adoro escrever ou digitar (como queiram)! Porém, as idéias chegam como um vendaval arrasando as inspirações que chegam, levando longe as intenções poéticas e trazendo outras, como consolo. Que bom!

Que bom mesmo foi este ano... Trouxe-nos surpresas, desafios, lágrimas e pesares, lembranças do amor realizado e do frustrado, as parcerias dos amigos, a presença real da família, momentos sozinhos de escuro provocado e soluços contidos, suor da labuta riscando o rosto... É, trouxe-nos novas experiências!

Tenho olhado fotos, emoldurado momentos de minha vida. É aquele saudosismo maluco que costuma assaltar-me vez por outra, aí eu dou uma choradinha, uma morridinha básica, durmo e acordo outro menos deprimido. Mas, este não é o memento de falarmos de tristezas. Na realidade, deveria existir uma lei que proibisse a tristeza, exceto aquela que consome os poetas e românticos, pois neste dueto somos presenteados por obras deliciosas... Tá eu sei (!) isso é egoísmo sádico.

Estamos dando passos para futuro, para o mistério, o escondido, o enigmático, o não sabido, por fim, o desconhecido. Adoro os clichês, então vai um: o desconhecido nos assusta. Verdade... Os últimos dias de todos os anos que já vivi sempre me reservaram a sensação de impotência com respeito ao amanhã, ao novo dia, ao início do ano novo. Penso... O que nos trará os ventos do vindouro? Mas, como saber se não viver!

Tolos são aqueles que se prendem a besteiras efêmeras, se ancorando a bobagens fugazes perdendo o 'bom do amor', como dizia o poeta. Todo o esforço é pouco para esgotarmos o anseio de amar. Por detrás de todas as atrocidades, brutalidades, violências assistidas por uns, vividas por outros está à falta, a ausência da gentileza. Desaprendemos como cuidar do outro. Não temos mais tempo pro nosso próximo, nem mesmo aqueles que por obrigação devemos zelar. Temos pressa, corremos contra o tempo do qual somos vitimas. Abarrotamos nossos lares de tecnologia e esvaziamos de dialogo e gestos de carinho. Compramos afetos e descobrimos como somos vazios na alma. Conhecemos línguas, dominamos a informática, viajamos na internet procurando outras vidas. Eu pergunto: que vida? Somos a geração que criou 'coisas' para ganharmos tempo, no entanto, perdemos tempo, vida, consciência, delicadeza. Uma grande maioria fez a opção pelo mundo cinza.

É utópico um ano novo perfeito cheio de luzes, onde as crianças possam brincar nas estradas sem correr o risco de serem atropeladas por um lunático beberão. É sonho querer materializar uma sociedade franca, honesta e respeitosa, capaz de não estigmatizar as várias formas de amar, as diferenças na cor da pele, nas diversas formas de ritualizar a Deus. Sim é ilusão desejar uma religião única, irmanada no mesmo propósito da benevolência realizada por tantas pessoas que por aqui passaram nos dando à bênção do bem fazer, sem olhar a quem. É uma pena constatar que as trincheiras vão existir entre país, fabricando morte de criaturas e da natureza feitas para outro propósito: a vida em abundância!

Não pensem que sou pessimista, foi só um desabafo. Uma partilha do que vejo no mundo, porém anseio com a força de minha esperança um mundo ideal, um ano ideal, uma família ideal, uma religião ideal, educação ideal, política ideal, saúde ideal, sociedade ideal, moradias idéias, amores ideais, amizades ideais, canção ideal, acordes ideais, vida ideal, relações ideais, caminhos ideais... Desejo que no próximo ano eu, você e todos nós sejamos ideais para este mundo ideal que queremos!

Melhores cumprimentos!

Domingo, 30 de dezembro de 2007.


Autor: ANTÔNIO SOUZA


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