Síria: primeiros sinais de fraqueza do regime Al Assad
O sistema de defesa do país é duramente atingido em pleno coração. Um projecto de resolução da ONU contro o conflito, incluindo as sanções prestes a ser votadas.
O povo sírio não pode mais aguentar o mascre do clã Assad, fatos denunciados pelos jornais e redes sociais diante dos protestos nas ruas do capital do país. Agora mesmo, os rebeldes continuam a multiplicar seus ataques, incluindo o ataque de 18 de julho, que é um duro golpe para o regime sírio
A situação no terreno agora mudou. Enquanto o regime sírio massacrava diariamente e incansavelmente desde 16 meses, a população está em situação real de força, o governo agora está enfraquecido pela nova estratégia de luta contra as forças de oposição. "Uma batalha pela liberação" de Damasco iniciado 17 de julho coincide com o ataque que atingiu severamente a capital da Síria, minando assim o aparato de segurança do país. A primeira batalha vencida com folga pela oposição.
Outro acontecimento que pode comprometer gravemente os planos do regime, o Conselho de Segurança da ONU. Preparando para decidir da adopção de uma resolução, destinada a forçar Damasco para parar a violência no país, votando sanções econômicas contra o regime.
Diante desses acontecimentos, o regime sírio parece enfraquecido, somando várias perdas de militares importantes da defesa do país. A Morte do general Shawkat é um duro golpe para o regime, este último assumia o papel de liderança nas operações para esmagar a revolução, conforme o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Esta perda tem um impacto negativo e custa muito caro ao governo Assad e isso pode levar a perca do controle do país, de acordo com Washington.
No entanto, este regime tentou reagir restituindo o seu aparato militar. Na verdade, o general Fahd Al-Freij, que até agora ocupa o posto como Chefe de Gabinete, ele foi nomeado novo Ministro da Defesa. Justificando ao dizer também que o exército sírio ainda está de pé e forte, com capacidade para esmagar a "ameaça terrorista".
Mas, para as forças rebeldes, este é apenas o começo. De fato, aos olhos do Exército sírio Livre (ASL), o ataque é apenas o primeiro de uma grande operação, destinada a derrubar Assad e seus aliados. Os soldados e membros da oposição também têm alertado os aliados de Assad para não envolver no massacre da Síria, lutando para capitular o ditador antes do final do mês de Ramadan.
A comunidade internacional não vê, entretanto, o atentado de Damasco de um bom olho. Assim, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon, tem amplamente condenado o ataque de 18 de julho, contra o edifício da defesa síria. Irã e Rússia, fiéis aliados do regime, também condenaram o ataque em questão.
Enquanto os países estrangeiros obtaram por uma cessação imediata da violência no território e o estabelecimento de um processo de resolução pacífica que orienta o país, rumo a uma transição política. Os protestos e militares desertores continuam preocupar o regime de Assad.
Além disso, Laurent Fabius, o chefe da diplomacia francesa, tem insistido no Senado por uma ação de urgência pela transição política. William Hague, o seu homólogo britânico, entretanto, disse que era vital que a ONU votasse um projecto de resolução no menor tempo possível.
De qualquer forma, o regime de Assad é mais ameaçada do que nunca, e o dirigente se ele não for morto pelos rebeldes, pode conhecer o destino de Ben Ali, que foi condenado a perpetuidade, ou na pior das hipóteses linchamento o mesmo que o coronel Gaddafi.
Lahcen EL MOUTAQI
Pesquisador Universitário
Rabat-Marrocos
Autor: Lahcen El Moutaqi
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