A portabilidade do amor



Sabe o que tive pensando? O amor é como o telefone. É, isso mesmo, foi criado há muito tempo e ainda existe até hoje, mas é uma coisa completamente diferente do que era no início. Quer ver? Quando foi criado, o telefone era um aparelho enorme que ficava dentro da casa dos donos que, se estivessem em casa podiam atender, mas se não estivessem não atenderiam, nem tinha como fazê-lo o telefone era fixo, de verdade.

Outro fato curioso é que o amor era regido pelo Estado, controlado pela religião, pelas famílias e por outras facetas da sociedade, ou seja, tinha gente demais interferindo no amor, assim como na maioria dos países o telefone era liberado pelo Estado e as poucas companhias telefônicas eram também de propriedade estatal.

O telefone antigo não aceitava outra ligação quando alguém estava “na linha”, no amor era a mesma coisa, as pessoas não aceitavam se ligar a outra pessoa se ainda mantinha ligação com a primeira. Com o tempo, especialmente com o celular, quando estamos numa ligação o aparelho já avisa que tem outra a caminho e quantas vezes desligamos a primeira por achar a segunda ligação mais importante.

Antigamente existia a segregação da sexualidade, existiam homens ditos heterossexuais, mulheres ditas heterossexuais, homens ditos homossexuais, mulheres ditas homossexuais, e ninguém se misturava, assim como o telefone, que mesmo com o advento do celular éramos obrigados a ter uma escolha quanto à operadora. Hoje é completamente diferente, os celulares aceitam vários chip’s de várias operadoras. Como no sexo também, se vê muito por aí pessoas que aceitam mais de um “chip sexual”, e já foram rotulados como bissexuais, total flex e por aí vai.

Não é incrível a comparação? Mas ela não para por aí, com o aparecimento do chip veio uma coisa chamada “portabilidade” do número, explicando, você é o dono do seu número, não o celular, nem a operadora. Caso resolva trocar de aparelho basta retirar o chip e por em outro, de preferência mais moderno. Se resolver que aquela não é a sua operadora preferida pode trocar à vontade que a outra te aceita com o teu número antigo. Então agora eu sei que você já entendeu, funciona assim: Se não deu certo seu relacionamento com alguém porque esse alguém não tem o perfil que você deseja, é muito simples, o amor é seu e não dele(a), você tem a “Portabilidade do Amor”, retire seu chip do amor dessa pessoa, como se ela fosse um aparelho de celular que não atende mais as suas expectativas e ponha imediatamente em outro(a) que melhor se adeque às suas necessidades.

Isso resolverá problemas homéricos da humanidade. Quando todos já portarem o amor próprio no seu chip particular não haverá mais sofrimento por amor, dor de cotovelos, e todos os nomes dados à tristeza dos que foram abandonados. Só tenho medo que isso ocasione a falta de poesia, falta de canções e que o amor perca o valor dado na época antiga do telefone com fio.


Autor: Levi Beltrão


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