Fatores que predispõe o desenvolvimento de neoplasia de colo de útero em portadoras de HPV



 

Fatores que predispõe o desenvolvimento de neoplasia de colo de útero em portadoras de HPV.

 

Jessyca Brandão1, Letícia Figueiredo2, Marcela Ferraz3, Nara Zanely4, Tamires Rios5.

Professor(a) orientador(a) Juliane Vilela Salomão

 

RESUMO: O HPV é abreviatura utilizada para identificar o Papilomavírus humano, causador do condiloma acuminado. Classicamente, a infecção pelo HPV é dividida em três formas distintas: clínica, subclínica e latente. No Brasil, o HPV 16 é o tipo predominante nos cânceres cervicais invasivos que é subdividido nas regiões sul, centro oeste, nordeste, norte e sudeste. Alguns dos fatores que levam a pré-disposição do câncer de colo uterino é caracterizado pelo início precoce de atividade sexual, multiplicidade de parceiros sexuais, tabagismo e fatores imunológicos. Outros fatores relacionados ao aumento do risco para o desenvolvimento deste câncer é o uso de contraceptivos orais em longo prazo, as baixas condições socioeconômicas, o uso irregular de preservativo, multiparidade (partos não cirúrgicos), deficiências nutricionais e outras infecções genitais causadas por agentes sexualmente transmissíveis. Estima-se que o câncer de colo do útero é o sexto tipo mais freqüente na população em geral, e são registrados cerca de 470 mil novos casos por ano, caracterizando-se como a segunda neoplasia mais comum entre as mulheres. Ao ano no Brasil, calcula-se 20 mil novos casos, sendo que a cada 100 mil mulheres 20 podem manifestar o câncer uterino.

PALAVRAS-CHAVE: HPV; Papillomavírus; Câncer de Colo Uterino.

 

 

 

 

 

Factors that predispose the development of cancer of the uterine cervix in women with HPV

ABSTRACT: HPV is the abbreviation used to identify the human papillomavirus, which causes condyloma acuminata. Classically, the HPV infection is divided into three distinct forms: clinical, subclinical and latent. In Brazil, HPV 16 is the predominant type in invasive cervical cancers which is subdivided in the south, midwest, northeast, north and southeast. Some of the factors that lead to predisposition to cervical cancer is characterized by early onset of sexual activity, multiple sexual partners, smoking and immunologic factors. Other factors associated with increased risk for developing this cancer is the use of oral contraceptives in the long term, low socioeconomic conditions, the irregular use of condoms, multiparity (non-surgical births), nutritional deficiencies and other genital infections caused by agents of sexually transferable. It is estimated that cervical cancer is the sixth most common in the general population, are registered and about 470 000 new cases per year, characterizing herself as the second most common malignancy among women. A year in Brazil, an estimated 20 000 new cases, and for every 100 000 women 20 may show uterine cancer.

Key words: HPV, Papillomavirus, Cervical Cancer.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. 1.   INTRODUÇÃO

 

O HPV é abreviatura utilizada para identificar o Papilomavírus humano, causador do condiloma acuminado (do grego kondilus = tumor redondo, e do latim acuminare = tornar pontudo), também conhecido como crista de galo ou verruga venérea. Está classificado atualmente na família Papillomaviridae (antiga papovaviridae). Seu genoma é composto por uma dupla hélice de DNA circular, com aproximadamente 8.000 pares de bases. O genoma é pequeno e contêm apenas alguns genes, todos codificados na mesma cadeia. (ROSA, M. I; MEDEIROS, L. R.; ROSA, D. D.; BOZZTI, M. C.; SILVA, F.R.; SILVA, B. R.)

A infecção por papilomavírus humano (HPV) é transmitida sexualmente; é, portanto, a DST mais comum entre pessoas jovens sexualmente ativas. Estima-se que 5,5 milhões de pessoas contraiam a infecção por HPV por ano nos Estados Unidos. (BRUNNER e SUDDARTH.)

Mais de 200 tipos de papiloma vírus tem sido descritos e se distingue entre si na seqüência do DNA. Dentre os que acometem o ser humano, cerca de 100 tipos já foram descritos e cerca de 50 tipos que acometem a mucosa do aparelho genital já foram identificados e seqüenciados. (NAKAGAWA, J. T. T.; SCHIRMER, J. ; BARBIERI, M.)

As cepas mais comuns 6 e 11, comumente causam condilomas ( crescimentos verrucosos) na vulva, mas estão associados a um baixo risco de câncer de colo. Algumas cepas podem não provocar os condilomas, porém afetam o colo, fornecendo resultados anormais dos esfregaços de papanicolau. Por exemplo, as cepas 16,18,31,33,35 e 45 afetam o colo. Seus efeitos geralmente são invisíveis no exame, mas podem ser percebidos na colposcopia. Elas podem provocar alterações cervicais que podem aparecer como coilocitose (cavidade ou arredondamento na célula) no esfregaço de papanicolau ou resultados de esfregaços anormais. Essas cepas estão associadas a um risco elevado de câncer cervical. (BRUNNER e SUDDARTH)

Estima-se que o câncer de colo do útero é o sexto tipo mais freqüente na população em geral, e são registrados cerca de 470 mil novos casos por ano, caracterizando-se como a segunda neoplasia mais comum entre as mulheres. Ao ano no Brasil, calcula-se 20 mil novos casos, sendo que a cada 100 mil mulheres 20 podem manifestar o câncer uterino. Alguns dos fatores que levam a pré-disposição do câncer de colo uterino é caracterizado pelo inicio precoce de atividade sexual, multiplicidade de parceiros sexuais, tabagismo e fatores imunológicos. Outro fator relacionado ao aumento do risco para o desenvolvimento deste câncer é o uso de contraceptivos orais em longo prazo, as baixas condições socioeconômicas, o uso irregular de preservativo, multiparidade (partos não cirúrgicos), deficiências nutricionais e outras infecções genitais causadas por agentes sexualmente transmissíveis. (CIRINO, F. M. S. B.; NICHIATA, L. Y. I; BORGES, A. L. V.; NONNENMACHERA, B.; BREITENBACHA, V.; VILLAB, L. L.; PROLLAC, J. C.; BOZZETTIC, M. C.; AYRES, A. R. G. SILVA,G. A.; ANJOS, S. J. S. B.; VASCONCELOS, C. T. M.; FRANCO, E. S.; ALMEIDA, P. C.; PINHEIRO, A. K. B)

Os profissionais de saúde realizam o tratamento das verrugas genitais externas com uso tópico de ácido tricloroacético, podofilína (Podofin, Podocon) e agentes quimioterápicos, podem-se usar também injeções de interferons. Os agentes tópicos que são aplicados pela paciente nas lesões externas incluem Podofilox (Condylox) Eimiquinod (Aldara). Sendo que o uso dos medicamentos: Podofilina, Imiquimod e Podofilox; ainda não são seguros para mulheres gestantes. Mulheres que possuem um grande número ou aérea com verrugas genitais, podem realizar tratamento com eletrocautério e terapia a laser. A eliminação de verrugas perineais ou condilomas pode-se dar pelo tratamento ou de forma espontânea, onde a reincidência é um fator comum mesmo com o uso de ácidos. As pacientes com HPV devem fazer o exame de Papanicolau regulares ou possivelmente a cada 6 meses, em vários anos devido a pré-disposição para a neoplasia cervical. (BRUNNER e SUDDARTH)

 

 

 

Métodos

O presente artigo trata-se de um estudo realizado de revisão de literatura e composto por pesquisas onde os temas variavam entre HPV (Papillomavírus), Neoplasia de Colo Uterino, fatores casaudores e índices regionais publicados em sites de pesquisa científica desde o ano de 2005 até o ano de 2010. Que contribuíram para a discussão e relevância do objetivo e problema questionado no presente artigo apresentado.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

  1. 2.   Características do HPV

                       

Ainda é preciso obter mais informações sobre a patologia HPV e suas fases subclínica e a latente. Na maioria das vezes, as mulheres são expostas a esse vírus por um parceiro que não sabe ser portador. Através dos preservativos pode-se evitar a transmissão, sendo que esta também pode ocorrer durante o contato pele a pele nas áreas não cobertas pelo preservativo. É comum na maioria dos casos, as pacientes não aceitarem o fato de ter verrugas ou HPV e não saber quem as infectou, pois o período de incubação pode ser longo e os parceiros podem ser assintomáticos. A enfermagem tem grande importância no momento de relatar o diagnostico, oferecendo a paciente não só o apoio profissional como também o emocional, durante o seu período de tratamento. (BRUNNER e SUDDARTH)

Classicamente, a infecção pelo HPV é dividida em três formas distintas: clínica, subclínica e latente. A infecção clínica é de fácil detectação à vista desarmada, como uma verruga. A forma subclínica é a de maior incidência no colo do útero, correspondendo a 80% dos casos, é diagnosticada através do  colposcópio, após o uso de ácido acético a 5%. A forma latente é identificada apenas através de biologia molecular. (. CASTRO, T. M.; PEIXOTO, P. G.; BUSSOLOTI, F. I; NASCIMENTO, V. X; XAVIER, S. D.)

Em algumas pesquisas foi observado, que as mulheres que são infectadas pelo HIV apresentam uma pré-disposição devido à imunossupressão levando a infecção por genótipos ou oncogenicos de HPV aumentando de forma significativa para a progressão em neoplasia intra-epitelial cervical em mulheres soro positivas. (. ENTIAUSPE, L. G.; TEIXEIRA, L. O.; MENDONZA, S. R. A.; GONÇALVES,  C. V.; GONÇALVES, P.; MARTINEZ, A. M. B.)

  1. 3.   Fatores e incidência que predispõe o surgimento de neoplasia de colo do útero.

Em estudos realizados os adultos jovens sexualmente ativos, principalmente no inicio da vida sexual são os mais expostos ao risco de aquisição do HPV. A prevalência de infecção neste grupo é de 3-4 vezes mais do que mulheres de 35 a 55 anos, e uma tendência de declínio da curva, em faixa etária mais velha. O risco cumulativo de infecção diminui de 43% em mulheres entre 15-19 anos de idade 12%, em mulheres de 45 anos de idade. Um segundo pico na taxa foi registrado em mulheres com 45 anos e também 65 anos de idade. (NAKAGAWA, J. T. T.; SCHIRMER, J; BARBIERI, M.)

È comum a infecção por HPV acometer principalmente jovens no início da atividade sexual, é um fenômeno que atinge cerca de 80% dos casos. Entretanto, uma pequena fração de mulheres apresenta uma persistência da infecção, provavelmente por falha imunológica, o que pode causar uma alteração no epitélio cervical e progredir para uma neoplasia maligna, pois é um grupo de alto risco por apresentar infecção persistente de alto nível de HPV. Quanto aos fatores de risco relacionados à infecção por HPV, entre um dos mais importantes é o número de parceiros sexuais durante a vida ,além de: hábitos dos parceiros e a idade do parceiro masculino em relação à da mulher, com elevação do risco quanto maior a idade do parceiro. (RAMA, C. H.; ROTELI, M. C. M.; DERCHAIN, S. F. M.; LONGATTO, F.A.; GONTIJO, R. C.; SARIAN, L. O. Z. )

As características sexuais apresentadas nas populações de baixo nível socioeconômico, relacionadas com o câncer do colo uterino levam a grande importância de fatores como a promiscuidade sexual, o grande número de filhos, o inicio precoce da atividade sexual e infecções ginecológicas repetidas, foi levada a descoberta do HPV como agente causal das alterações que levam ao carcinoma do colo do útero. Em países desenvolvidos, mesmo com grande prevalência deste vírus, é baixa a incidência desta neoplasia. Por tanto mesmo que este vírus seja o agente final da relação causal, existem outros fatores, como os relacionados ao estilo de vida, importantes na permissão da ação da HPV, que não acontece nas regiões mais desenvolvidas. (LIMA, C. A.; PALMEIRA, J. A. V.; CIPOLOTTI, R.)

As características do grupo de mulheres com câncer da cérvice uterina, principalmente com baixo nível socioeconômico e a grande desinformação sobre as formas de prevenção e detectação precoce, proporcionam que o câncer só seja diagnosticado tardiamente. (LIMA, C. A.; PALMEIRA, J. A. V.; CIPOLOTTI, R.)

No Brasil, o HPV 16 é o tipo predominante nos cânceres cervicais invasivos nas regiões sul, centro oeste, nordeste, norte e sudeste, com prevalência de 52 %, 57%, 59%, 43,5% e 52%, respectivamente. Em relação a outros tipos de HPV (18, 31 e 33), observam-se variações regionais, sendo que na maioria das regiões o segundo mais prevalente é o HPV 18, com exceção da região centro oeste, em que predomina o HPV 33 e na região nordeste, onde o HPV 31 é o segundo em prevalência. (ROSA, M. I.; MEDEIROS, L. R.; ROSA, D. D.; BOZZTI, M. C.; SILVA, F. R.; SILVA, B. R.)

A associação entre o Papilomavirus humano (HPV) e as lesões pré-invasoras e invasoras do colo de útero tem sido tema para muitos estudos. Assim, hoje se sabe que o mais prevalente no mundo é o tipo 16, independentemente da gravidade da lesão escamosa, e, de maneira geral, os HPV identificados como de alto risco estão presentes em mulheres imunocompetentes em cerca de 20% dos quadros histológicos negativos. (ELEUTÉRIO, J. J. ; GIRALDO, P. C.; CAVALCANTE, D. I. M.; GONÇALVES, A. K. ; ELEUTÉRIO, R. M. N.)

A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) é altamente prevalente, sendo detectada em aproximadamente 10% a 20% da população sexualmente ativa entre 15 e 49 anos de idade.  A realização de testes mais específicos para a detecção do HPV em investigações epidemiológicas permitiu confirmar a infecção pelo HPV, principalmente pelas cepas de alto risco, como o principal fator para o desenvolvimento de neoplasia do câncer de colo do útero. Os fatores de risco clássicos para essa neoplasia são basicamente os mesmos relacionados à infecção pelo HPV. (NONNENMACHERA, B.; BREITENBACHA, V.; VILLAB, L. L.; PROLLAC, J. C.; BOZZETTIC, M. C.)

Hoje já está sendo comercializada a vacina contra o papilomavirus para as cepas 6,11,16 e 18; responsáveis pela manifestação de condilomatose genital e a evolução para a neoplasia do colo uterino. Sendo que a vacina está disponível apenas de forma particular apresentando um alto custo para a maioria da população brasileira. (ANJOS, S. J. S. B.; VASCONCELOS, C. T. M.; FRANCO, E. S.; ALMEIDA, P. C.; PINHEIRO, A. K. B.)

 

 

 

  1. 4.   CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

De acordo com as pesquisas realizadas e com a grande quantidade de literatura disponível, chegou-se a conclusão que os fatores que predispõem a HPV são os mesmos que podem levar a ocorrência de neoplasia de colo do útero. Segundo a pesquisa, entre eles estão: Vida sexual ativa e menstruação precoce, múltiplos parceiros, faixa etária entre (15 à 49 anos  de idade), fatores socioeconômicos, uso  relativo de preservativo,  uso de  anticoncepcionais a longo prazo, baixo nível  de escolaridade, entre outros.

Evidenciou-se que a cepa 16 do HPV é a predominante nos cânceres cervicais invasivos no Brasil, que são encontrados nas cinco regiões geográficas. Ao profissional de enfermagem cabe atenção no exame clínico através do Papanicolau, onde a prevenção e os cuidados no tratamento devem ser rigorosos na tentativa de erradicar ou impossibilitar o surgimento da neoplasia de colo do útero. Onde a educação em saúde tem o papel prioritário no repasse de informações para a população incluída ao risco, levando como ponto de diálogo a prevenção, as causas, e a importância do tratamento.

Apesar da semelhança dos fatores que levam ao HPV e a neoplasia cervical, nãos e pode afirmar quê o HPV nem sempre tem como consequência o câncer uterino, e nem que este é levado somente através do papilomavirus. Desta forma concluímos quê a profilaxia e a realização do exame de Papanicolau pelo menos de 6 em 6 meses é a base para evitar a predisposição do HPV em câncer de colo de útero.


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