O Freguês
Ronyvaldo Barros dos Santos
O Freguês
Era mais ou menos uma da tarde. De repente chegou ao restaurante um senhor meio perdido. A garçonete se dirigiu a ele e indagou:
— O que vai querer?
Ele sorriu e respondeu:
— Farofa.
— Mais o quê, senhor? — a moça voltou a perguntar.
— Fígado frito.
Após ter terminado a refeição, a moça ofereceu-lhe um café. Ele meneou a cabeça enunciando um "sim". A garçonete então tornou a questioná-lo:
— Como você quer o café?
Ele simplesmente respondeu:
— Forte e fervido.
A mulher então ficou impressionada com a sua forma de se expressar. O achou taciturno. Entretanto, entusiasmada, articulou:
— Desculpe, qual o seu nome?
Ele respondeu:
— Fernando Fagundes Ferreira Filho.
A senhorita, ainda mais entusiasmada, perguntou qual o nome do seu pai.
— Fernando Fagundes Ferreira.
Não deixou de indagar:
— E o nome da sua mãe?
O senhor, tão gentil, tornou a responder:
— Filindalva Fernandes Fagundes Ferreira.
A garçonete, querendo saber o porquê do seu jeito desengonçado e sabido, continuou a inquiri-lo.
— Onde moras?
— Florianópolis — a excitou mais uma vez.
A moça, querendo ouvir mais, propôs:
— Se você falar mais seis palavras com F, poderá pedir qualquer coisa que ficará de graça.
O homem olhou para ambos os lados e consentiu dizendo:
— Farofa,
Fígado
Frito ...
Francamente,
Fico
Freguês!
Autor: Ronyvaldo Barros dos Santos
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