A Praça
Ao meio-dia, segue uma rotina normal dentro de uma empresa, o sagrado horário
de almoço, as pessoas saem do seu ambiente de trabalho e vão a lugares para
comer e logo em seguida procuram um espaço para poder descansar. Ocorre que
ali em um bairro da cinzenta cidade de São Paulo em um local diferente, próximo ao
corredor principal da região do Jd.Paulista, esquina com a Alameda Santos, um cantinho com uma área de pouco mais de 100 metros quadrados, que tem um banco circular
contendo 3 a 4 árvores que não são frutíferas mas dão sombra e vento fresco a quem
quer descansar. O mais interessante que fica em frente a uma banca de jornal, anexo ao estacionamento de um prédio comercial. Porém existem particularidades pois lá não tem
terra ou gramados, somente o banco circular, mas todos que sentam nele se sentem protegidos e desfrutam da sua paz.
Nela ficam namorados que parecem beija-flor, marcam encontros para depois
do expediente, colegas do mesmo setor que falam sobre a batalha do dia, há fumantes
que tentam se refugiar dos não-fumantes, há os engravatados que comentam de suas reuniões e compromissos, há os engraxates que procuram ganhar o pão, leite e o sus-
tento ficando de olho nos sapatos que possam estar mais empoeirados, há um sorveteiro
que vende seu sorvete sem marca conhecida mas que vende seu marketing pessoal e
sabe que sua qualidade está na simpatia e seu sorvete passa a ser Ki-gostoso, Ki-refrescante e Kibom demais.
Do outro lado a um vendedor de frutas que de tão doce parece que foi tirado de
um pé selecionado, há também o vendedor de tapioca que capricha na sua massa e
recheio para não desapontar sua freguesia. Para os mais exigentes tem O Frans-Café
que vende seu pão de queijo e suas guloseimas além de claro seu tradicional café. Ali parece tudo parar por alguns instantes, todos que ficam nesta praça, carregam suas
baterias cansadas da metade do dia, até os mensageiros que percorrem vários deptos a
todos os momentos, ficam estacionados contemplando aquele pedacinho de chão. Ás 13 hs encerram-se e todo movimento começa no sentido contrário retornando para dentro do prédio, iniciando novo ciclo de quem vai poder desfrutar até as 14 h, mas podemos ficar tranqüilos e com a certeza que o verdadeiro"Xodó da Paulista" está ali, intacto aguardando
o dia seguinte, afinal de contas a PRAÇA É NOSSA.
Autor: laercio Silva
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