Graça (Parte II)



Continuação de Graça (Parte I)

*obs. Queridos, não foi realizada a correção do texto. Se alguém se habilitar, eu agradeço.

Reinaldo. 

Santificação por meio de Cristo 

Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.. (Romanos 8.3,4)

 Embora a justificação exclusivamente pela graça seja maravilhosa (Romanos 3.24) alguns desapontamentos ainda são realidade. Há aqueles que carregam certa dificuldade em admitir tal justiça desprovida de algum sacrifício de nossa parte, nem que seja aquela pontinha de orgulho em declarar: “...mas eu fiz por merecer!”

No entanto, podemos esperar desapontamento e desânimo muito maior, se não aprendemos (desde já) que Deus quer nos santificar gratuita e exclusivamente pela sua graça também. O plano de salvação (plena) que Deus tem para nós, depende unicamente da obra de Jesus Cristo, e não de homem algum. Digo salvação plena, pois este plano envolve a justificação, a santificação e a glorificação do que crê.

 Em matéria de santificação, assim como na justificação, a lei tem uma fraqueza. Por causa desta fraqueza é que o homem, por recursos naturais (a carne), não pode viver segundo os padrões de Deus. Assim, para realizar o que a lei nunca poderia realizar, o Pai enviou o Seu Filho, como lemos: “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho."

 Jesus cumpriu a lei erradicando as conseqüências do pecado em nossa vida. Sua morte certamente forneceu justificação para todos os que nele crêem. Mas espere! Não é só isto: o versículo seguinte revela que sua morte também disponibilizou recursos para nossa santificação, também por meio da fé no Senhor: a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.”

 A palavra "andamos" indica que Romanos 8.4 é um verso sobre a santificação progressiva, não justificação. O mesmo princípio nos é apresentado Gálatas 5.16: “andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.” Justificação acontece no momento que depositamos féem Cristo. Santificação continua passo a passo, dia após dia, durante toda a vida de um crente. Ambas são obras do Espírito em nossas vidas.

 Enquanto alimentarmos a idéia de que precisamos da lei para a nossa santificação pessoal, estaremos agindo de maneira orgulhosa (como quem diz: depende de mim, e não de Deus) além de nos mantermos debaixo de maldição:

 Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. (Gálatas 3.10)

 A graça de Deus fornece uma maneira para que o preceito da lei se cumpra cumpra em nós. 

Lembre-se que o preceito da lei é a justiça, a misericórdia e a fé (Mt 23.23). Esta transformação da vida acontece diariamente na vida de todos aqueles que “não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”.

 Medite: Precisamos renunciar a orgulhosa tendência natural do homem de confiar somente naquilo que pode produzir, e aprender a confiar no Espírito Santo para realizar sua obra santificadora em nós pela graça de Deus.

 Ore: Senhor, tu ofereces a nós a graça que justifica e graça que santifica. Quão tolas e desnecessárias são minhas tentativas fúteis de cumprir os requisitos elevados de tua santa lei pelos meus próprios esforços. Pai, é encorajador ver que tu forneceste uma forma eficaz para nosso crescimentoem Cristo. Ajuda-me a colocar minha esperança para o crescimento espiritual somente na obra insubstituível do teu Espírito Santo em mim, em nome de Jesus. Amém.

 

 

O que é ser santo?

“...porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.” (Leia 1 Pedro 1.13 a 23) 

 O que é santidade? Para entendermos melhor precisamos saber um pouco sobre a santidade de Deus. Sua santidade tem a ver com a Sua pessoa e diz respeito ao que lhe é inerente. Santidade é inerente ao Seu caráter e ao mesmo tempo contrasta com o que é estranho ao seu ser. Considere a pureza moral constante e inalterável de Deus. Nele não há sequer um traço de mal moral. No Senhor nenhuma injustiça habita, e fora dele não há justiça perfeita. O Senhor é o sumo-bem, e tudo nele é espiritualmente e moralmente puro e sem um mínimo vestígio de algo que possa poluir o seu ser.

 Este caráter santo do Senhor é o padrão que a lei traz consigo, exposta para humanidade pela sua Palavra. À nação escolhida por Deus, Israel, foi dada esta norma por escrito. A todos os outros povos (os gentios) essa norma fora estampada em sua consciência:

 "...estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se..." (Romanos 2.15, 16)

 Todos os que nascem neste mundo são medidos pela lei, que exige que o caráter santo de Deus seja demonstrado em suas vidas. Isto inclui como se relacionam com Deus e com o próximo. A excelência da lei é: "ser santo". Pedro, citando Levítico 11.44,45, diz: “...porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.”

 Como devemos interpretar este “mandamento”? Os escribas e fariseus interpretavam como uma intimação divina para que fossemos “impecáveis”. Para isto, eles desdobraram a lei em centenas de mandamentos e procuravam (diariamente) observar cada minúcia de suas interpretações, com o objetivo de mostrarem-se piedosos. Isto tem um nome: legalismo.

 Sobre este mesmo assunto, Pauloafirma em Colossenses 2.23 que “...tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade”.

 David Edwards disse que o verdadeiro perigo do legalismo é que ele produz uma sensação de realização que dá “curtos” em nosso chamado para viver através de Cristo. Auto-realização traz uma falsa sensação de garantia de que de alguma forma nós podemos viver uma vida pura baseado em nossa própria capacidade. Esta atitude, em última análise, leva-nos a nos desligamos do coração de Deus e, por sua vez, negar a nossa verdadeira identidade em Cristo.

 O que devemos entender, então, quando Deus diz: “Sede santos, porque eu sou santo?” Bem, creio que a chave está no sentido da palavra santo na língua hebraica: “separado para um propósito”.  

 Medite no que o profeta Miquéias escreveu: Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus. (Miquéias 6.8)

 Ore: Santo Pai, quão maravilhosas são as tuas palavras. Tua bondade e santidade não têm fim. Ajuda-nos a desvencilhar do fermento dos fariseus que naturalmente brota do zelo ardente em cumprir a tua Palavra, segundo as minhas próprias forças. Que o zelo pela tua obra seja crescente, porem com igual entendimento e dependência do teu Espírito. Transforma-me. Muda o meu coração. Dá-me humildade para aprender a ser dependente de ti, e sabedoria para cumprir com a tua vontade aqui na terra. Que a tua vontade seja feita aqui na terra, em minha vida, como é no céu.  Peço e m nome de Jesus. Amém.

 

 Santificação pela lei ou pela graça?

Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?

Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais agora vos aperfeiçoando na carne? (Gálatas 3.2-3)

 A Igreja não é um prédio. É um agrupamento de duas ou mais pessoas salvas por Cristo. Aos grupos menores, que se reúnem em determinada região, damos o nome de igreja local. Já a união de todos os crentes de todas as épocas de todas as partes do mundo, designamos de igreja católica ou universal. Sem espantos! Infelizmente as denominações humanas mancharam o sentido destas palavras. As cartas escritas porPaulo revelavam muito sobre o perfil das igrejas destinatárias. Como sabemos que igrejas são formadas por pessoas, podemos concluir que tanto as alegrias quanto as tristezas relatadas nas epístolas eram causadas por elas. São as pessoas que definem o perfil da igreja local que congregam.  

 Vemos através das epístolas neotestamentárias que Corinto é a igreja que acumula maior número de problemas. Numa rápida examinada, podemos perceber que os crentes daquela cidade eram imaturos, soberbos, idólatras e libertinos. Mas, apesar de toda bronca, quando Pauloredige sua primeira carta àqueles irmãos, chama-os de santificados e diz que foram chamados para serem santos (1 Coríntios 1.2). Isto é, o mínimo, intrigante. Uma igreja cujos pecados escandalizariam até a nossa sociedade liberal, e mesmo assim Paulo os chama de santos! Faz sentido quando nos lembramos que a definição de santo é “separado para um propósito”.

 Porém, muito mais intrigante, é saber que, apesar dePauloter sido duro com os irmãos de Corinto, foi muito mais duro quando escreveu aos gálatas. Mas qual foi o problema da igreja da Galácia? Apenas um: estavam se deixando influenciar pela doutrina dos judaizantes.

 Sabemos, pela carta, que Paulolhes expôs a palavra com tamanha clareza, que eles podiam contemplar o Evangelho como se fosse uma pintura (Gálatas 3.1, a palavra grega para exposto tem a conotação de retratar diante dos olhos, como um quadro). Assim,Paulo tinha plena certeza de que os gálatas haviam compreendido claramente o Evangelho que ouviram e creram. Porém, após sua partida, alguns judeus chegaram com a pregação de que não bastava apenas crer em Jesus, mas que os novos cristãos precisariam, a partir de então, passar a observar a lei de Moisés (a começar pela circuncisão, depois guardar o sábado, observar leis dietéticas, cerimoniais, etc.).

Se eles apenas ouvissem e recusassem aquela heresia, tudo bem. O problema é que os crentes da Galácia estavam se deixando “enfeitiçar” por esta nova doutrina. O apóstolo os chama de “insensatos” (dic. aquele que não está em seu juízo, cujos atos são contrários ao bom senso; insano, doido, delirante, que não pensa). E ainda na mesma carta, o apóstolo declara que esta mensagem não é o Evangelho, diz que aquele que se submete à antiga lei está debaixo de maldição e amaldiçoa aquele que a prega! (Gálatas 1.6-10; 3.1-3,10)

 Por que Paulofoi tão duro ao tratar com os gálatas e nem tanto com os coríntios? Vemos que ambas as igrejas estavam doentes e necessitavam de cuidados urgentes. Só que, enquanto a libertinagem (igual dos coríntios) abusa da graça de Deus, o legalismo que se infiltrava na Galácia anula esta graça!

 A pergunta que o apostolo faz é extremamente pertinente: Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?  A resposta pode ser uma somente. Esclarecido este primeiro ponto, ele solta a segunda pergunta: Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais agora vos aperfeiçoando na carne?

 Medite: Que resposta você daria a estas perguntas?

 Ore: Senhor, como é difícil abrir mão de velhos conceitos! A observação da tua lei é atrativa porque estimula nosso orgulho. Muda o meu coração e nunca me deixe esquecer que faço parte de uma Nova Aliança com Cristo, e que a antiga não deve mais dominar. Ajuda-me a amar o próximo como Cristo nos amou. Sei que esta é a tua vontade para mim. Em nome de Jesus. Amém.

 

Aliança da Lei e Aliança da Graça

O SENHOR me deu as duas tábuas de pedra, as tábuas da aliança... A lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós. (Deuteronômio 9.11; João 1.17; Lucas 22.20)

 Quando pensamos em lei e graça, precisamos considerar também as principais características entre a Antiga Aliança e a Nova Aliança. Quando o Senhor escreveu a mensagem da lei sobre tábuas de pedra e entregou a Moisés, Ele estava prescrevendo os termos da Antiga Aliança: “O Senhor me deu as duas tábuas de pedra, as tábuas da aliança”, disse Moisés ao povo. Cerca de mil e quinhentos anos depois, o Senhor estabelece uma Nova Aliança, enviando seu Filho ao mundo para morrer na cruz: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós”, disse Jesus.

 Esses dois pactos, um baseado na lei e um na graça, formam temas contrastantes na palavra de Deus:

“A lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”, nos esclareceu João em seu evangelho. A superioridade da Nova Aliança é notória, e dos escritos do novo testamento, a epístola aos hebreus é o livro que trata com maior profundidade este assunto. Preste atenção ao que diz estes versos de Hebreus:

 Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus... Por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança. (7.18,19,22)

Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas. Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda. (8.6,7)

  O escritor desta epístola revela com clareza as discrepâncias contrastantes entre estas duas alianças. Vale a pena estudar este livro, pois entender as diferenças entre esses dois concertos é de extrema importância para podermos viver a vida cristã como Deus quer.

 

 A lei de Deus expressa seu desejo para nós: sermos santos. Só a graça de Deus pode fornecer tal piedade em nossas vidas. A lei de Deus nos diz que o amor deve permear todas as nossas atitudes e relacionamentos. Só a graça de Deus pode desenvolver tal amorem nós. Alei de Deus nos diz que a perfeição do Pai deve ser crescenteem nós. Sóa graça de Deus é suficiente para realizar tal processo de transformação. A lei de Deus é o "o quê", a graça de Deus é o "como". A lei revela o pecado, a graça perdoa o pecado. A lei indica o problema do homem, a graça fornece o remédio de Deus. A lei exige desempenho humano, a graça oferece provisão de Deus. A lei é o padrão, a graça é o meio. A lei é a vara de medir que avalia nossa vida, a graça é o recurso que falta para atingirmos estatura de Cristo. A lei diz respeito ao caráter de Deus, a graça reproduz esse caráterem nós. Alei é o efeito que Deus quer ver, a graça é o que produz esse efeito.

 Medite: A Antiga Aliança era imperfeita porque dependia de nossa capacidade para ser cumprida. Cristo é o mediador de uma Nova e Superior Aliança. Estamos debaixo de qual Aliança? Que implicações isto pode ter na minha vida espiritual?

 Ore: Senhor Deus da verdade, ajuda-me a manejar bem a tua palavra. Ilumina o meu entendimento para que eu possa cada vez mais compreender as diferenças fundamentais entre a lei e a graça. Mostre-me todas as implicações da Antiga Aliança e da Nova Aliança, mostre-me a enorme importância de ponderar estas questões. Obrigado por tua paciência perante minha negligência ou confusão sobre estas questões. Desejo sinceramente viver uma vida justa e santa. Ensina-me o caminho da dependência humilde através da tua gloriosa graça, por meio de Jesus, meu Senhor e minha vida. Amém.

 

 

A promessa de uma Nova Aliança

 Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá... Pois perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei. (Leia Jeremias 31.31-34)

Há muito tempo atrás, Deus prometeu fazer uma Nova Aliança com seu povo. "... firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá”. Algum dia, os israelitas se voltarão para o Messias como uma nação e entrarão nesta aliança prometida, baseada exclusivamente na graça: "E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados." (Rm 11.26-27).

Isso acontecerá quando o Senhor Jesus retornar a esta terra: "E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito." (Zacarias 12.10)

 Enquanto isso, a igreja do Senhor Jesus, composta por todos os crentes judeus e gentios em Cristo, pode, desde já, desfrutar o privilégio desta nova aliança por ele instituída: "Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós." (Lucas 22.20).

Hoje, pela fé, podemos gozar das bênçãos previstas naquela Nova Aliança que Deus anunciara em Zacarias. Podemosdesfrutar da graça de ter nossos pecados perdoados: “Pois perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.” Infelizmente ainda hoje no meio cristão, há os que pensam que ainda falta algum pecado a ser expiado. Há também aqueles que não conseguem se desvencilhar do peso da culpa de seus pecados, pois, dizem, o que fizeram (e fazem) é terrível demais. Com isso, estamos comunicando, no mínimo, que a Palavra de Deus não tem poder.

Outro privilégio que podemos desfrutar, é a oportunidade de ter um relacionamento íntimo com Deus: ”...porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR.” É possível conhecer o Senhor, desfrutar de rica intimidade com Ele, conversar com o Pai, ouvir e aprender a sua vontade para nossa vida. A Palavra de Deus é a sua vontade para nós. Ouça-a e pare de correr atrás de “revelações especiais”. Agindo assim, estamos comunicando, no mínimo, que a Palavra de Deus não é suficiente.

 Um terceiro privilégio é saber que a lei do Senhor não é mais um padrão exterior, mas que ela foi interiorizada em nós: “Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” Deus, através do seu Santo Espírito, coloca em nossa mente e coração sua vontade, juntamente com o desejo de fazê-la e realizá-la (Filipenses 2.13). O prazer em fazer a vontade de Deus não reside mais na tentativa de cumprir estatutos e mandamentos externos, mas é resultado do Fruto que o Espírito produz em nós. Pela árvore se conhecem os frutos (Mateus 7.15-20). Aliás, para aqueles que são pressionados a “dar frutos” ou se cobram mais do que o próprio Senhor o faz, eis aqui o único fruto que a Palavra diz que devemos demonstrar: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gálatas 5.22,23). Um único fruto com nove maravilhosos gomos, capaz de transformar completamente a vida de qualquer um! Aqui está o verdadeiro medidor de espiritualidade.

Medite: Não é curioso perceber que até este magnífico fruto não é produzido por nós, mas pelo Espírito da graça “em nós”? Há alguma coisa que você possa fazer? Decore Romanos 12.1-3.

Ore: Senhor Deus, as propostas da tua Nova Aliança são surpreendentes em sua riqueza e graça! O perdão dos pecados, a intimidade com o Senhor e a nossa transformação interior revela a graça abundante que o Senhor disponibiliza para nós em Cristo! Estou plenamente convicto que carecemos desta maravilhosa obra que só tu podes oferecer. Por meio do meu Senhor Jesus Cristo. Amém.

 

 

A Nova Aliança, Aliança da Graça

Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas... E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto, após ter dito: Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei... Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne                            (Hebreus 8.6 ; 10.15-16 , 19-20)

 Esta nova aliança da graça (prometido a Israel anteriormente) já foi inaugurada, e tanto judeus quanto gentios podem desfrutar livremente dela.  O livro de Hebreus documenta claramente este fato:  “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas”

 É interessante notar que quando o escritor de Hebreus cita a Nova Aliança, ele se refere ao tempo presente e a descreve como uma aliança superior. Porém, quanto ao seu estabelecimento, o escritor diz que fora estabelecida em tempos passados. Ou seja, ela já havia sido colocada em operação para e por meio da igreja.

 Em Hebreus 10.16 , para citar a promessa da nova aliança, é citado Jeremias 31: “Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei”, e no versículo anterior, somos informados de que esta citação de Jeremias inclui uma mensagem do Espírito Santo para nós, a Igreja de Jesus Cristo: “E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo...”

 Um pouco mais além, em Hebreus 10.19-20, nos é revelado que a Nova Aliança é plenamente proveitosa para o livre acesso dos "irmãos" (a igreja, os filhos de Deus) ao Santo dos Santos. Este era recinto mais sagrado do Tabernáculo e (posteriormente) do Templo. Era onde ficava a Arca da Aliança e onde apenas o sumo sacerdote podia entrar, apenas uma vez por ano, para aspergir sangue sobre a tampa da Arca, o Propiciatório.  Este recinto simbolizava a presença de Deus, e ninguém mais além do que o sumo sacerdote poderia entrar, pois estaria sob o risco de morte (por que, como um pecador poderia se colocar diante de Deus sem que morresse?).

 Porém, graças à Nova Aliança instituída pelo Pai, inaugurada pelo Filho e mediada pelo Espírito Santo, podemos ter livre acesso a Deus. Através de sua morte na cruz, Jesus consagrou (isto é, inaugurou, estabeleceu, colocou em operação), a nova aliança para nós hoje! A aspersão de seu sangue supriu, de uma vez para sempre, os sacrifícios pelos pecados.

 “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura.”

 Medite: Se o governo lançasse a cartilha do “Novo código de defesa do consumidor” com muito mais vantagens e segurança para o cidadão, será que alguém insistiria em andar de acordo com a antiga cartilha? Se a Nova Aliança é descrita como melhor, superior e excelente, por que muitos ainda insistem em se apegar à antiga aliança baseada na lei?

 Ore: Senhor da Glória, alegro-me com o fato de ser convidado a me relacionar contigo através da tua Nova Aliança da graça. Neste concerto rico, Tu nos proporcionaste o perdão de todos os nossos pecados. Louvado seja Seu nome! Neste concerto generoso, posso me achegar à tua presença e crescer na intimidade com o Senhor. Bendito seja o teu nome! Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém. 

 

O novo e vivo caminho

“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne.” (Hebreus 10.19-20)

 Gostaria de examinar mais alguns aspectos contrastantes entre a Nova e a Antiga Aliança expostas na carta aos Hebreus. Podemos ver nestes versos acima, que a vida sob a nova aliança da graça é descrita como o “novo e vivo caminho”. Isso significa que pode ser contrastado com o caminho velho e perecível da Antiga Aliança. Na Nova, a graça parece surgir como uma “novidade”. Porém não se trata de uma questão temporal, pois a graça de Deus precede a lei na história do homem. A árvore da vida no jardim do Éden, por exemplo, foi provisão da graça de Deus para Adão e Eva. As promessas de Deus a Abraão (dado centenas de anos antes da lei) dependia da graça fiel de Deus, não o desempenho legal de Abraão.

 A “novidade” graça vem pelo fato dela ser tão exaltada e abundante em nossas vidas (ainda que não a percebamos). Vem pelo seu refrigério e vigor diário. Dia após dia, Deus, pela graça, nos acrescenta aquilo que faltava para nos relacionarmos com Ele, por causa da fraqueza da carne. Dia após dia Deus, através de seu Espírito, acrescenta em nossa vida novos valores, disponíveis em abundância para aqueles que confiam no Senhor para abastecê-lo. Isto torna a vida com Deus nova e agradável todos os dias.

 Sob a Antiga Aliança, apenas uma pessoa, o sumo sacerdote, poderia entrar na “presença de Deus” (figurada pelo local santíssimo, ou Santo dos Santos). Além disso, só lhe era permitido entrar um dia por ano. Este acesso limitado, certamente trazia muitos anseios aos corações de todos aqueles que desejavam por um relacionamento mais profundo com o Deus vivo. Agora, sob a Nova Aliança da graça, cada crente em Jesus (nosso grande Sumo Sacerdote) pode se aproximar com confiança do Senhor, a qualquer momento de cada dia, conforme lemos em Hebreus:  “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus”

 Através do sangue derramado de Jesus Cristo, que cobriu todos os pecados – de uma vez por todas, podemos falar com o Senhor e desfrutar de Sua presença em nossas vidas continuamente. Jeremias, discorrendo a respeito deste relacionamento pela graça, deu sinais de grande esperança ainda quando o homem vivia debaixo da antiga aliança:

 “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.” (Lamentações 3.22-24)

 Posteriormente, o Apóstolo Paulo, escrevendo sobre este mesmo relacionamento, descreve-o como novidade: “Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra” (Romanos 7.6).

 Medite: É pelo “novo e vivo caminho” que me aproximo de Deus, ou ainda dependo de um sacerdote humano para me representar.

 Ore: Senhor da vida, sou grato por este novo e vivo caminho que me coloca dia-a-dia em tua presença! Confesso que toda tentativa de me aproximar de ti baseado no meu desempenho foi sempre um fracasso sem vida. Ensina-me, Senhor, a confiar e andar diariamente por este caminho novo e vivo que o Senhor abriu para nós, por meio de Jesus, nosso grande SumoSacerdote. Amém.

 

 

 Ministros da Nova Aliança

Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. (2 Coríntios 3.5-6)

 Em Cristo fomos habilitados para sermos "ministros da nova aliança". Mas o que vem a ser isto? O termo ministro (diakonos) significa servo, ou alguém que executa os pedidos de outro, especialmente de um mestre. A frase nova aliança fala deste relacionamento que podemos cultivar com Deus somente pela graça (e todas as suas implicações). Assim, ser um ministro da nova aliança significa literalmente que somo habilitados para servir a Deus pelos recursos de Sua graça. Nossa vida deve ser marcada por dedicação no serviço ao Senhor e ao próximo.

 Esta verdadeira marca de “cristão autêntico” deve desenvolver-se dia a dia pela graça de Deus agindoem nós. Porém, para que este privilégio, que também é uma responsabilidade, seja completo, precisamos considerar algumas questões: 

A primeira questão diz respeito a nossa insuficiência: "Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós". Muitas vezes negamos nossa insuficiência pessoal ou tentamos nos convencer de que podemos nos tornar auto-suficientes com um pouco mais de tempo, esforço ou preparo, mas esta abordagem está em total desalinho com a graça do Senhor, e Deus espera que concordemos com Ele.

 Ademais, mesmo quando começamos a encarar nossa incapacidade de produzir o tipo de vida ideal para Deus, facilmente subestimamos a extensão da nossa carência. Podemos apenas pensar que não somos capazes de produzir tanto quanto Deus deseja ver em nossas vidas, mas o Senhor tem um ponto de vista mais radical. Ele diz que não somos capazes de fornecer "qualquer coisa" que ele desejaria verem nós. E, de novo, temos que concordar com Ele.

 A segunda questão tem a ver com a adequação de Deus: “... pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus”.  Os recursos suficientes para vivermos a vida cristã encontram-se somenteem Deus. Somos apenas os destinatários da graça de Deus. Isto é a Sua dádiva se adequando totalmente a nós. Não devemos pensar que somos os fabricantes da graça. Deus é nossa fonte de tudo que é necessário para uma vida piedosa. Mais uma vez, precisamos concordar com Deus.

 A diferença entre viver pela oferta de Deus ou nossos próprios recursos é um assunto de vida e morte: “... porque a letra mata, mas o espírito vivifica”. A tentativa de viver a vida cristã por nossas capacidades acabará por nos deixar exaustos, desanimados e, por fim, condenados. Em contrapartida,  depender do Espírito de Deus nos fortalece, encoraja, conforta e dá vida.

 Medite: Quem nos deu vida, não é o mesmo que nos mantém vivos? Quem nos ensinou a andar não é o mesmo que nos mantém em pé? Do mesmo modo, se Deus nos justificou, é Ele quem nos habilita ao ministério por Ele proposto.

 Ore: Senhor Deus de toda graça, admito que eu muitas vezes sustento uma perspectiva tão diferente da sua sobre minha auto-suficiência. Várias vezes me comporto como se a vida cristã dependesse do que eu posso fazer com meus próprios recursos. Faça com que eu perceba, Senhor, que isso sempre resulta em morte espiritual. Ensina-me a confiarem teu Santo Espírito para adicionar à minha vida a plena suficiência de sua imensurável graça, em nome de Jesus. Amém.

 

 

 A Nova Aliança e a nova vida

 

Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.  Enchei-vos do Espírito...  Eu vim para que tenhais vida, e vida em abundância. (Lucas 9.23 ; Efésios 5.18 e João 10.10)

 Viver como ministros da nova aliança não é uma exclusividade. Não se destina apenas para uns poucos iniciados, ou uma elite religiosa. Por outro lado, muitos afirmam que esta nova vida em Cristo deve necessariamente envolver línguas estranhas ou alguma outra manifestação sobrenatural, atribuídas (dizem) ao Espírito Santo, disponível apenas àqueles que buscam de maneira persistente ou que se ajuntam a determinada denominação. Pelo contrário, ser servo é apenas uma maneira de descrever a vida que é para ser vivida por todos aqueles que colocam sua fé no Senhor Jesus Cristo. 

 Uma maneira de descrever a mesma novidade de vida em Cristo seria "ser discípulo de Cristo". Um discípulo é um seguidor, no caso, de Jesus Cristo. Em Lucas 9.23 , Jesus explicou o que envolvia este segui-Lo como discípulo:  "Então disse a todos: ‘ Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me'".  A fim de seguir o Senhor, uma pessoa deve estar disposta a renunciar à sua própria vida, movida por sua auto-suficiência. Ela deve concordar que uma vida auto-suficiente merece ser julgada e separada de Deus. Finalmente, tudo que é necessário para uma nova vida em Cristo deve ser encontrada através de uma relação crescente com o Senhor.

 Outra terminologia que retrata a essência da vida dentro desta nova aliança seria "uma vida cheia do Espírito". É o que o apóstolo indica quando escreve: "E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito". O Senhor chama o Seu povo para longe de influências terrenas que possam nos dominar e enfraquecer nossa nova vida em Cristo e exorta-nos a viver a plenitude do Seu Espírito. Quando os cristãos respondem a esta chamada, precisam estar dispostos a viver exclusivamente pelo poder de Deus – com seus recursos ilimitados, ao invés de continuar confiando em nossa fragilidade e demonstrações débeis de uma falsa espiritualidade.

 A terceira terminologia que encontramos na Bíblia para compreender a mesma realidade desta vida na nova aliança é "vida abundante". Foi o próprio Jesus quem afirmou:  "Eu vim para que tenhais vida, e vida em abundância". Quando Cristo veio ao mundo, sua missão não era apenas nos resgatar da maldição da lei e das conseqüências de nossos pecados, mas também para nos proporcionar esta "vida abundante", uma vida espiritual riquíssima, que somente Ele pode produzir em nós.

 Portanto, o ministério da nova aliança, gerado pela nova vida em Cristo nos faz, necessariamente, discípulos de Cristo, cheios do Espírito e com uma vida abundante.

 Medite: Quais evidências você traz em sua vida do novo nascimentoem Cristo Jesus? Quem as produz?

 Ore: Senhor Jesus, eu Te agradeço pela nova vida que o Senhor proporcionou a nós. Quero ser seu discípulo verdadeiro. Quero ser cheio do Espírito Santo. Quero viver uma vida abundante. Cada faceta desta nova vida oferece brilhos diferentes, reflexos da tua luz! Senhor, me ajude também a compreender e abraçar uma mentalidade regeneradora que vem pela sua nova aliança. De graça. Meu Senhor e Salvador, que eu assimile as tuas verdades contidas na Palavra e interiorize estas realidades em minha vida! Amém.

 

 O Sangue de Cristo

Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós... Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo

(Lucas 22.20 e 1 Pedro 1.18-19)

 As palavras de Jesus na ocasião de sua última ceia, registradas Lucas 22.20, têm sido repetidas inúmeras vezes ao longo destes  dois mil anos de Igreja, por todo o mundo. Elas nos fazem lembrar que as gloriosas riquezas da graça encontradas na Nova Aliança são fornecidas pelo sangue derramado de Jesus Cristo ao morrer na cruz por nós: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós”. Quando ouvimos estas palavras, automaticamente pensamos em perdão de pecados. Certamente o perdão é incluído nas bênçãos decorrentes da morte de nosso Senhor. Observe, entretanto, que Jesus não disse: "Este é o cálice do perdão dos pecados no meu sangue..." Ele disse: "Este é o cálice da nova aliança no meu sangue..."

 A nova aliança é muito mais do que perdão de pecados. Conforme comentado anteriormente, as Escrituras revelam que a Nova Aliança abrange três áreas básicas de bênçãos. A primeira é o perdão dos pecados: “Pois, para com as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Hebreus 8.12). A segunda é a abertura para um relacionamento íntimo com o Senhor: "Todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior” (Hebreus 8.11). A terceira é um trabalho interno de Deus produzido em nós e através de nós. “... na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei" (Hebreus 8.10).

 A palavra de Deus confirma ainda que todas essas bênçãos dependem da provisão de Deus, não do nosso desempenho: "... não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus" (2 Coríntios 3.5).

 Você consegue compreender como esta abundante e incomensurável graça da Nova Aliança chegou até nós e tornou-se acessível a nós?  Consegue entender o inestimável preço pago para estabelecer essa Nova Aliança?  Pedrodiz que " não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo”.  Esta Nova Aliança não foi estabelecida com riquezas terrenas e limitadas como prata e ouro. Pelo contrário, foi comprada por meio de um tesouro infinito, o sangue de Cristo. Portanto, não é de se admirar que a Nova Aliança fornece recursos tão surpreendentes e eficazes para todos os que dependem dAquele que morreu por nós.

 Isso se encaixa perfeitamente com o exercício memorial praticado pela igreja quando celebra a Ceia do Senhor. “Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.” (1 Coríntios 11.25).

 Medite: Faça uma reflexão sobre tudo o que o “cálice da nova aliança” representa e você descobrirá que a Ceia do Senhor não é apenas um mero "ritualismo religioso", mas sim um "banquete espiritual"!

 Ore: Querido Pai Celestial, tu nos dá a certeza de que esta a tua graça nos traz o perdão, abre caminho para um relacionamento íntimo e nos capacita para toda boa obra! Pai, por favor, traga diariamente à minha lembrança as riquezas maravilhosas da nova aliança que tu nos proporciona pela fé. Sou grato por tão grande salvação através do sangue de Cristo Jesus. Ajuda-me a entender como tão grande preço foi despendido em nosso favor. Em nome de Cristo, meu Senhor, eu oro. Amém.

 

A Graça de Deus Inicial

Pois perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei... Porque pela graça sois salvos mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus, não de obras, para que ninguém se glorie (Jeremias 31.34 e Efésios 2.8-9)

 Vamos comparar novamente, justificação pela graça e santificação pela graça, a graça inicial e graça contínua. Este é sempre um exercício edificante e valioso, uma vez que tendemos a esquecer que nós somos santificados através dos mesmos meios que fomos justificados.

 A graça inicial que impactou nossas vidas para sempre foi a graça justificadora, perdoadora de Deus. Os profetas antigos proclamaram esta esperança e os escritores do Novo Testamento a confirmaram: “Pois perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Jeremias 31.34 ; também em Hebreus 8.12). Quando nos arrependemos de nossos pecados e invocamos o nome do Senhor, somos perdoados e justificados, declarados justos e inculpáveis diante dele, conforme a Sua Palavra.

 Esta obra salvífica de Deus em nosso favor foi todo realizado pela graça de Deus. "Porque pela graça sois salvos." A graça salvadora de Deus é derramada sobre todos os que confiam em Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador: "Pela graça sois salvos mediante a fé."

 Nenhum destes processos origina no homem. Tudo isso vem de Deus: "E isso não vem de vós, é dom de Deus". Nenhum aspecto da salvação deriva dos esforços humanos, para que ninguém jamais seja capaz de vangloriar-se sobre a sua contribuição na salvação: "Não de obras, para que ninguém se glorie." Toda a glória, agora e para sempre, vai para o Senhor. "Aquele que glórias, glorie no Senhor" (1 Coríntios 1.31).

 Até mesmo a fé não tem sua fonte no homem. Jesus é "o autor e consumador da nossa fé" (Hebreus 12.2). Quando cremos no Senhor Jesus, o fazemos em resposta à Sua obra, revelando o trabalho que Ele fez por nós. Jesus manifesta-Se a nós por meio do evangelho como Aquele que foi capaz de nos salvar. O Espírito Santo nos convence de nossa necessidade. Nós confiamos em Sua obra para nossa salvação. Assim, Ele é o autor da nossa fé. "Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, e riqueza e sabedoria, e força, e honra e glória, e louvor" (Apocalipse 5.12).

 Medite: Como vimos anteriormente, a graça de Deus que nos regenerou e justificou, é exatamente a mesma graça que deve estar continuamente operando em nós para o nosso crescimento e santificação.

 Ore: Ó Senhor, Deus da minha salvação, posso ver nitidamente o quanto minha salvação dependia de tua graça salvadora! Obrigado por este inestimável dom. Quão glorioso é ter sido justificado aos teus olhos. Agora que eu possa crescer diariamente em uma vida de constante santificação dependente apenas de tua imensa graça. Por meio de Jesus, Amém.

 

A Graça de Deus em contínua operação

“Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei... É bom que o coração se fortifique pela graça.” (Jeremias 31:33 e Hebreus 13:09)

 Nosso primeiro contato com a graça de Deus foi na ocasião de nossa justificação, que envolve o perdão de nossos pecados. Pauloescreve sobre isto em Efésios 1.7: "Nele temos a redenção pelo seu sangue, o perdão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça". Os ricos recursos da graça de Deus proporcionaram uma nova vida em Cristo a partir da purificação dos nossos pecados. E ela não para por aí: a obra inicial da justificação não esgota sua abundante graça. Pelo contrário, a justificação aconteceu "de acordo com as riquezas da sua graça." Ainda há recursos ilimitados disponíveis para a nossa santificação diária, nosso contínuo crescimento em Cristo Jesus.

 Hebreus 13.9 é uma das muitas passagens nas Escrituras que indicam que nossa santificação progressiva (o crescimento em santidade), é pela graça. "É bom que o coração se fortifique pela graça." Esta passagem refere-se claramente à santificação e ao crescimento, não justificação e novo nascimento. Na regeneração, nos é dado um novo coração, conforme o Senhor promete em Ezequiel "Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne". (Ezequiel 36.26). Então, depois de receber um novo coração, necessitamos estabilidade equilíbrio espiritual por onde este novo coração deva prosseguir.

 É a partir de dentro do coração que o desenvolvimento de uma nova justiça (baseada na justiça de Deus, e não na humana) deve se desenvolver: Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida”, nos exorta Salomão em Provérbios 4.23. O Senhor quer trabalhar a partir do nosso interior: "Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei..."

 Se uma vida instável, inconsistente está sendo expressa exteriormente, é sinal que um coração desestabilizado seja a causa. Jesus ensinou que " a boca fala do que está cheio o coração " (Mt 12.34). Tudo o que acrescentamos e enchemos o nosso homem interior acabará por se exteriorizar para ser visto e ouvido por todos.

 A fim de desenvolver em nós uma caminhada cada vez mais madura, Cristo deve ser estabelecido em nosso coração. A lei de Deus não foi projetada para mudar os corações dos homens. Somente a graça de Deus suficiente para realizar esta desejada transformação, conforme Hebreus: "É bom que o coração se fortifique pela graça."

 Medite: A graça não é apenas a provisão de Deus para perdoar e ocasionar um novo nascimento na família de Deus. A graça é também o Seu recurso para o trabalho de amadurecimento em Seus filhos.

 Ore: Senhor, tu és a minha força. Opere uma poderosa obra de graça dentro do meu coração. Eu não quero te desagradar ou desonrar por uma vida imatura e instável. Senhor, perdoa todas as tentativas fúteis para mudar meu coração por esforço próprio. Sua obra da graça na minha vida é minha única esperança!

 

 Crescendo na Graça de Deus

“...antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.” (2 Pedro 3.18)

 

 A graça não se destina apenas para o novo nascimento em Cristo. A graça que atuou em nossa justificação é a mesma que opera em nosso crescimento espiritual: "Mas crescei na graça ... de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." Crescimento em Cristo é sempre resultado da graça de Deus trabalhando em nós.

 Às vezes, podemos ficar intrigados com tal idéia – de que crescimento espiritual é pela graça e não por obras, por achar que isto pode gerar preguiça, irresponsabilidade ou comodismo de nossa parte. Podemos ter a certeza (baseado nas promessas e propósitos de Deus) que a verdadeira graça não produz tais conseqüências. A falta de confiança na Palavra é obra da carne, e pode pender tanto à licenciosidade quanto ao legalismo.

 Licenciosidade procura transformar a graça em um meio pelo qual o pecado é aceitável: "Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação... homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo." (Judas v.4).

Já o legalismo aspira adicionar desempenho religioso sobre a graça, assim, apelando para a justiça própria humana. "Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?" (Gálatas 3.2,3).

 Quando uma pessoa realmente vive pela graça de Deus, colhe os frutos da justiça, não da impiedade; cada vez mais aprende a contar com a graça de Deus em sua vida diária, à semelhança de Cristo, não do mundo. Quando a graça se torna o recurso mais preciso para nossa vida, o pecado diminui, e não aumenta:  "Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça" (Romanos 6.14 ).

 Há uma forte tentação de invocar a lei de Deus a fim de gerar uma aparência de piedade. Ativar a lei para demonstrar santidade e perfeição gera uma falsa segurança para a nossa carne. Pensamos que ao nos esforçar para cumpri-la poderemos, assim, nos aperfeiçoar. Não nos esqueçamos de que "...a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma, e, por outro lado, foi introduzida esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus" (Hebreus 7.18-19). A graça de Deus é a "esperança superior" que nos permite levar adiante o que Deus deseja.

 Medite: O Senhor preparou para nós um programa de crescimento ao longo da vida baseado puramente na Sua graça. Ele deseja trabalhar "graça sobre graça" (João 1.16) para o resto de nossos dias. Este é o " novo e vivo caminho " (Hebreus 10.20).

 Ore: Pai Misericordioso, quão abundante são os recursos que o Senhor proporciona para o meu crescimento espiritual. Quão tolo somos de pensar que precisamos de mais alguma coisa para o desenvolvimento da nossa santidade além daquilo a Tua graça oferece. Senhor, desejo crescer rumo à imagem e estatura de Cristo. Que o Senhor me lembre constantemente de que Sua graça é a única esperança suficiente. Em nome de Jesus, eu oro. Amém.

 

 

A Nova Aliança: a graça, não a Lei

 

"Farei uma nova aliança... não será segundo a aliança que fiz com seus antepassados" (Jeremias 31.31-32)

 A velha aliança da lei foi a aliança que Deus fez com Israel na ocasião em que Ele os tirou da terra do Egito (Jeremias 31.32 b). A promessa foi através de Jeremias que o Senhor iria fazer um tipo diferente de pacto algum dia, não de acordo com aquela aliança. Esta nova aliança seria um pacto de graça, mediada pelo Senhor Jesus Cristo: "Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo" (João 1.17).

 Era impossível ao homem relacionar-se com Deus através da rigorosidade da lei. Para que isto fosse possível, seria necessária perfeição de nossa parte, porém a lei não oferecia nenhum recurso para o nosso aperfeiçoamento.  No entanto, ela era capaz de convencer as pessoas de sua imperfeição e necessidade de perdão e salvação, encontrados somente na graça da Nova Aliança. Conforme Paulodiz: "A lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo" (Gálatas 3.24).

 Estamos aptos, agora, a viver e anunciar essa nova aliança da graça, o "novo e vivo caminho que ele nos consagrou" (Hebreus 10.20 ). Essa é a missão e a mensagem que o apóstolo Paulo se referiu em Atos 20.24: "...em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus"

O Evangelho diz respeito a graça de Deus, não é sobre a lei.

 Evangelho significa "boas novas", ou "boas notícias". A boa notícia da graça de Deus fornecida através de Jesus Cristo é a mensagem suprema para o homem em toda a criação. Na verdade, o evangelho da graça é uma notícia tão boa que muitos a rejeitam como "muito boa para ser verdade." Na verdade, não entra na mente e nem toca no coração orgulhoso que o perdão, a justificação e um novo e vivo relacionamento com Deus estão disponíveis "pela graça somente, mediante a fé, como um presente de Deus e não por obras ou esforços humanos" (Efésios 2.8,9).

 Por outro lado, não devemos nos surpreender que tantos outros, por vezes, reagem de forma igualmente soberba, ao considerar a mensagem da graça para crescimento e santificação. Aceitar que toda a vida cristã deve ser baseada em "graça sobre graça" (João 1.16) pode parecer à primeira vista "bom demais para ser verdade."

 Podemos questionar: "Não há qualquer responsabilidade humana no plano de salvação de Deus?" Sim, há. Todos os seres humanos (crentes ou não) devem igualmente estar sempre dispostos a responder à oferta da graça de Deus em Cristo. Por isso da importância de nos relacionarmos adequadamente com o Senhor Jesus, "pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo." (2 Coríntios 8.9).

 Medite: Em toda e qualquer situação devemos buscar a Deus e somente n'Ele confiar. Você faz isto?

 Ore: Senhor Deus da nova aliança, quão glorioso é o Evangelho, a boa notícia de sua graça! Graças te dou pela sua paciência de me tolerar mesmo quando ajo como se a tua graça fosse “boa demais para ser verdade”. Ensina-me a buscar no Senhor Jesus toda a confiança que preciso para viver e crescer na fé. Com todo meu coração, oro amém.

 

 A capacidade da Graça de Deus

Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados. (Atos 20.32)

 A graça de Deus tem capacidades que lhe são peculiares: a aptidão de proporcionar herança eterna de Deus para Seus filhos e também a capacidade de edificar nossas vidas aqui na terra para melhor servirmos com maior produtividade.

 É pela graça do Senhor que podemos antecipar, pela fé, o conhecimento de que somos destinatários de uma herança celestial: "...à palavra da sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança". Algumas pessoas são herdeiros naturais por terem nascido em determinada família; outros se tornam herdeiros ao serem adotados por outra família, desfrutando de todos os direitos e privilégios dos filhos naturais: 

 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus." (João 1.12-13).

 De acordo com o que o apóstolo João descreve, todos os que crêem em Jesus são feitos filhos de Deus, passando a fazer parte de Sua família, e "...se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (conf. Romanos 8.17). Perceba como somos abençoados além da medida: serviço, comunhão e adoração são os tesouros celestiais que aguardam os filhos de Deus na glória por vir. Todas estas riquezas eternas estão reservadas a todos os que crêem, pela graça de Deus.

 Mas a maravilhosa graça de Deus também tem a aptidão de nos auxiliar no processo de edificação espiritual enquanto aguardamos a consumação da nossa herança: "à palavra da sua graça, que tem poder para vos edificar". Este processo de edificação requer de nós desenvolvermos um desejo por crescimento pessoal além de crescente confiança no Senhor.

 Cristo deseja que dediquemos nossas vidas à uma submissão transformadora e contínuo desenvolvimento espiritual. Ele quer ver nossas vidas tornarem-se cada vez mais consolidadas  na fé, conforme revelou em Sua Palavra"Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados na fé" (Colossenses 2.6-7).

 É vontade de Deus que busquemos nossa edificação: "...tudo seja feito para edificação" (1 Coríntios 14.26).  Durante todo o percurso, do novo nascimento em sua família até que a nossa herança completa no céu, Deus deseja que Seus filhos sejam espiritualmente fortalecidos e cada vez mais empenhados em crescer espiritualmente em nossa jornada cristã.

 “Por isso, esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua... Cada um de nós deve agradar ao seu próximo para o bem dele, a fim de edificá-lo.” (Romanos 14.19 ; 15.02).

 Medite: O nosso ministério pode ser instrumento no processo edificação “uns aos outros”. É essencial lembrar, no entanto, que a graça de Deus é o que permeia todo este processo: É a palavra da sua graça, que tem poder para nos edificar e dar herança entre todos os que são santificados.

 Ore: Meu Deus e Pai, alegro-me muito pela herança que tu estás preparando para mim por Sua graça. Senhor, eu preciso da tua poderosa obra de graça para que eu possa ser edificado e ser edificador para os outros. Por favor, purifique minha vida de quaisquer assuntos que não sejam edificantes, tudo pela graça de Jesus, meu Senhor. Amém.

 

 Vivenciando a graça de Deus

Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. (Tito 2.11-13)

 Vez ou outra, temos considerado a conexão entre graça e justificação. Note o que o apóstoloPaulonos revela neste dois textos (Romanos 3.24 e Efésios 1.7):

 “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” e “Nele temos a redenção pelo seu sangue, o perdão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça.”

 Aqui, vamos refletir um pouco mais sobre graça e santificação. Tito afirma que “a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”, ou seja, é a graça de Deus que traz a salvação para a humanidade. Por quase 2.000 anos esta graça salvadora do Senhor tem sido oferecida à humanidade por meio da pregação do evangelho. Mas Tito vai além. Vemos no verso acima outra função espetacular desta graça. Além de nos salvar, ela é nossa instrutora: é a graça de Deus que nos ensina.

 A graça de Deus não só salva as almas de todos os que crêem, como também funciona na vida dos crentes para ensiná-los e instruí-los. A graça de Deus, trabalhando através de Sua palavra (A palavra de Sua graça, em Atos 20.32 ), instrui e molda nossos pensamentos e vida: “Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente”.

 É a vontade de nosso Pai Celestial que Seus filhos se afastem do que é mundano e espiritualmente comprometedor. Seu desejo é que andemos em santidade, à semelhança de Cristo. Deus trabalha isso em nossos corações pela Sua graça.

 A graça de Deus também desenvolve em nós uma expectativa e uma ansiedade pela volta do Senhor Jesus para seu povo: “...aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”.

 A graça de Deus deve transformar nossos corações através da Palavra, e o Espírito Santo é o agente divino para causar essa mudança em nós. Pensar em santificação como algo que pode ser produzida por meio de nosso desempenho pessoal é como pensar na graça de Deus subestimando a obra de Cristo na cruz. 

 Medite nesta afirmação de Paulo: "Eu não anulo a graça de Deus. Se a justiça vem através da lei, então Cristo morreu em vão." (Gálatas 2.21).

 Ore: Querido Jesus, meu grande Deus e Salvador, quero viver consciente de seu retorno. Enquanto isso, meu desejo é te agradar crescendo em santidade e justiça. Obrigado por seu amor e longanimidade, pacientemente me ensinando sobre a graça, através da tua graça. Perdoe se eu às vezes tenho sido negligente, tentando produzir vida cristã pelo esforço da minha carne. Livra-me da vaidade. Desejo crescer somente em Ti, Senhor Jesus. Amém.

 

 

Vivendo entre o céu e a terra

E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte. (Leia 2 Coríntios 12.1-10)

 Ainda que tenha existido na igreja primitiva pessoas que tenham compreendido tão plenamente a graça de Deus em nossas vidas, é através do quePaulodeixou registrado em suas epístolas que tomamos conhecimento da sua percepção sobre este assunto tão importante e ainda, de quebra, podemos aprender com ele. 

 Paulosabia da magnificência gloriosa da graça de Deus e todos os benefícios que ela representa para nós. Ele tinha noção da graça presente em sua vida terrena e consciência  da que o aguardava na vida por vir. Aqui em 2 Coríntios 12 ele relata ter sido arrebatado até o terceiro céu e teve o privilégio de “dar uma espiadinha no lado de lá”. Vemos esta experiência refletida em outros escritos seus. Por exemplo, em Romanos ele diz que os sofrimentos do presente nem se comparam com a glória do porvir; em 1 Coríntios declara que “nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”; e aos Filipenses ele declara que estar com Cristo na glória é infinitamente, incomparavelmente melhor. Podemos afirmar, como costumamos falar, que ele sabia o que estava dizendo e comunicou com autoridade que lhe fora outorgada. Mas é interessante a visão que ele tem de si mesmo:

 Nesse homem me gloriarei, mas não em mim mesmo, a não ser em minhas fraquezas. Mesmo que eu preferisse gloriar-me não seria insensato, porque estaria falando a verdade. Evito fazer isso para que ninguém pense a meu respeito mais do que em mim vê ou de mim ouve. (2 Co 12.5-6)

 Pauloestá dizendo o seguinte: se fosse para me gloriar (ou seja, lançar luzes sobre mim), eu me gloriaria na experiência que o Senhor permitiu que eu vivesse, e não estaria mentindo. Mas era sobre suas fraquezas que preferia chamar atenção. Ele sabia que sua experiência fora espetacular, tremenda, fantástica, etc., mas também sabia que Deus havia permitido que um tormento lhe infligisse (v. 7,8) e sabia o porquê: para não se ensoberbecer.

 O apóstolo não nos revela que tormento é este e muita especulação tem se levantado a este respeito. Alguns sugeriram que “espinho na carne” poderia ser malária, epilepsia ou um problema com sua vista (Gal 4:13-15). Outros afirmam que este “mensageiro de Satanás” se tratava de um problema espiritual, não físico. Seja o que for, este aguilhão era um impedimento em seu ministério. Por três vezesPaulo pediu que fora removido, mas Deus se negou a fazê-lo, dando-lhe a seguinte resposta:

 A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. (v.9)

 Por ser  uma pessoa extremamente autônoma, determinado e (porque não dizer?) auto-suficiente, este espinho deve ter sido bastante penoso para ele.Talvez isto o tenha humilhado, trazendo sempre à memória a necessidade de manter-se afinado com Deus. Outro benefício que este espinho trazia era o de abençoar a todos os que estivessem a seu redor, por meio do testemunho visível daquilo que Deus fazia em sua vida.

 Embora Deus não tenha lhe tirado a aflição física, prometeu demonstrar seu poder nele. O fato de que o poder de Deus se mostra em nossa fraqueza deve nos levar a valorizar as experiências não tão agradáveis em nossas vidas. Se reconhecermos nossas limitações, e que a vida não é feita apenas de sucessos, mas também de fracassos, dores, perdas e problemas, não nos sentiremos orgulhosos de nós mesmos. Ao contrário, voltaremo-nos para Deus, procurando nEle o caminho para a sublimidade do conhecimento do amor e de Sua soberana graça. É nEle que devemos confiar, e não em nossas experiências subjetivas, esforços ou talentos. A consciência de nossas debilidades não só nos ajuda a desenvolver nosso caráter cristão, como também aprofunda nossa adoração, porque ao aceitar nossas limitações só nos resta confiarmos na força e na soberania de Deus.

 O apóstolo Paulofaz um paralelo sobre uma bela experiência seguida de enorme tormento. Talvez muitos de nós já tenhamos vivido momentos assim, mas nem todos entendem o porque de Deus agir assim, ou permitir que o mal nos aflija desta maneira. Alguns, desiludidos, abandonam a fé. Outros, inconformados, praguejam e revoltam-se contra Deus. Ainda outros, decepcionados, guardam e remoem pelo resto de suas vidas um amargo rancor pelo que Deus permitiu que eles passassem. Mas qual deve ser a nossa atitude correta, a que Deus espera de nós? Em 1 Tessalonicenses 5.18 o Espírito diz: Em tudo dai graças.

 Ai, então, você pode questionar: dar graças a Deus por tudo? Deus espera mesmo que Lhe agradeçamos por tudo - mesmo que nos sobrevenham infortúnios? Aparentemente, Jó pensava assim. Quando sua esposa recomendou que ele amaldiçoasse a Deus e morresse, Jó respondeu:

 "Temos recebido o bem de Deus, não receberíamos também o mal?" (Jó 2.10)

 Jó cria que, se Deus é soberano (como afirmamos ser), então tanto o bem como o mal vêm de Deus. E, sendo que era apropriado agradecer-Lhe o bem que Ele concede, devia ser igualmente apropriado agradecer o mal que Ele envia. Embora a atitude de Jó esteja correta, provavelmente ele desconhecia o que acontecia nos bastidores desta história. Aprendemos no livro de Jó que Satanás, e não Deus, era a causa de suas aflições. Por ser Satanás, o originador do pecado (e responsável último por todo sofrimento), não faz sentido algum agradecermos por suas desventuras. Por outro lado, aprendemos também que, por ser soberano, o Senhor permite que o mal possa nos tocar em certa medida para nossa provação. É o quePaulonos ensina em 1 Coríntios 10.13:

  Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar

Pessoas diferentes podem passar pelos mesmos problemas. Algumas crescem com a experiência, outras não.  É interessante observar que Paulonão diz: "Por tudo dai graças", mas: "Em tudo dai graças" - e isso faz toda a diferença do mundo. Significa que devemos manter uma atitude constante de gratidão, tanto na prosperidade como na adversidade. Na prosperidade, porque sabemos que todas as bênçãos vêm de Deus; na adversidade, porque sabemos que Deus pode tirar algo bom de algo mau - uma bênção a partir de algo que parece maldição. Isto também é graça.

 Medite: Leia Tiago 1.2 e responda: Como você tem reagido mediante as tribulações da vida? Age com resignação e murmuração ou encara com humildade e sabedoria? Pense sobre os caminhos que estas diferentes reações podem levar.

 Ore: Senhor Deus de toda graça, quero te agradecer pelas experiências que o Senhor tem proporcionado na minha vida. Sou grato porque o Senhor disponibiliza ajuda para suportar as adversidades. Perdoa-me se muitas vezes me queixo e não reconheço que estas situações são oportunidades para crescer. Ensina-me a ser mais confiante. Quero aprender a viver na suficiência da tua graça . Em nome de Jesus, eu oro.  Amém.


Autor: Reinaldo Bui


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