“Rio+ 20 e Cúpula dos povos: Há lugar para as crianças?
“Rio+ 20 e Cúpula dos povos: Há lugar para as crianças? [1]
Vânia R. Pascoal Maia.[2]
Às vésperas da Conferência Rio + 20 muito há que se pensar e discutir referente às questões ambientais. “Sustentabilidade”, “desenvolvimento”, “futuro das novas gerações”, “preservação do meio ambiente”, entre outros temas, se apresentam amarrados a uma ideia de “economia verde”. No discurso hegemônico, estes são colocados como servindo a todos e todas, na ênfase de que os problemas ambientais poderão ser resolvidos pela tecnologia e/ou soluções de mercado. De que todos e todas estariam ou deveriam estar unidos na defesa e proteção do meio ambiente, num único projeto.
Ao entendermos que são diferentes as responsabilidades pela degradação ambiental, são desiguais as apropriações da riqueza produzida, dos territórios, e também são distintos os projetos e interesses dos grupos e classes na sociedade, entendemos que não é possível haver uma única posição ou ponto de vista sobre os mesmos.
Dessa forma, e nesse entendimento, tem se organizado uma contraposição àquele que é composto por governos, empresas e ONGs “amigas do mercado”, é o evento paralelo denominado de Cúpula dos Povos, cujo tem entre seus idealizadores Movimentos Sociais, ONG’s populares, Juventude, Indígenas, e outros/as interessados em debater e construir alternativas políticas às desigualdades, às injustiças ambientais, à mercadorização da natureza, da vida, e etc.
Neste contexto, compreendemos como válido localizar o lugar das Infâncias e de seus sujeitos (as crianças) nas discussões e proposições apresentadas, levando em consideração os dois eventos anunciados:
Em suas resoluções foram feitas referências à situação das crianças? Houve espaço para participação e manifestação efetiva das mesmas? O que foi proposto ou discutido e deliberado?
Pretendemos, a partir da Sociologia da Infância, analisar criticamente dados e informações, investigando ainda se as crianças foram entendidas enquanto meros seres passivos, incapazes de expressão, ou ao contrário, reconhecidas como produtoras de cultura, conhecimento e capacidade de colaborar na intervenção e construção de uma nova utopia societária.
Esperamos, por fim, poder contribuir através de tal análise para a compreensão dos sentidos e lugares da(s) infância(s) e das crianças no que se referem aos contextos e espaços aqui citados.
[1] Esse texto foi publicado anteriormente no Jornal Eco, durante a Semana do Meio Ambiente e a Cúpula dos povos daqui, em Junho de 2012- Org. pelo Observatório dos Conflitos/FURG.
[2] Mestranda no Programa de Pós Graduação em Educação Ambiental (PPGEA)- [email protected]
Autor: Vânia Roseane Pascoal Maia
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