Medo, Ousadia, Risco E Felicidade



Penso no tanto que já nos arrependemos de não termos tomado atitudes que melhorassem nossas vidas, de alguma forma. Quando fazemos exame de consciência, lembramo-nos de vários "AGORAS" que foram perdidos e que sabemos, não voltarão jamais.

Quantos arrependimentos, teremos ainda, de não termos tido, não termos sido, não termos feito, não termos aceito, de não termos nos dado a chance, de não termos ido, de não termos buscado, de não termos encarado a situação de frente e com o peito aberto?

Quantos arrependimentos ainda nos assolarão, mesmo sabendo que o resultado de nossa inércia costuma ser doloroso e profundo. Quantos?

Na realidade, o que nos impede, na maioria das vezes, de ter o que queremos ou ser o que sonhamos ou fazer o que pensamos é o medo de aceitarmos as oportunidades que nos são oferecidas pela vida e, principalmente, por nosso coração, tudo por falta da ousadia que não cultivamos.

A ousadia, geralmente, é a filha bastarda do medo. Quantas vezes perdemos oportunidades de sermos felizes, pelo medo de termos a ousadia de amar?

Temos medo de ousar amar porque nos deixamos levar por opiniões dos outros, como marionetes ou por modelos que não deram certos.

Temos a tendência a pensar no mal, no errado, no que não dá certo. Temos medo de ousar porque o objeto do amor era, aos olhos dos outros, mais bonito ou mais feio, mais rico ou mais pobre, mais jovem ou mais velho, mais culto ou menos culto, mais aceito ou menos aceito, mais isso e aquilo e aí, quando pararmos para fazer um balanço de nossas miseráveis vidas, veremos com nossos próprios olhos que o tempo passou; o AGORA também e tudo se perdeu.

O pior de tudo será nos perguntarmos, quando tudo estiver perdido: - Onde estão os outros que não os vejo?

Muitos já terão partido "dessa pra melhor", terão morrido. Outros nem farão mais parte do rol de nossas amizades, portanto nem se importarão com as nossas vidas. Outros sumirão de tal forma que nem saudade nos deixarão. Resumindo: Àqueles outros que demos tantos ouvidos, nem teremos como culpá-los por nosso infortúnio, pois a idéia foi deles, mas as escolhas que fizemos, veremos que foi nossa. Escolhemos as escolhas dos outros.

Algumas pessoas irão fazer tudo o que lhes for possível para desencorajar-nos e levar-nos a desistir dos nossos sonhos, ainda mais quando se tratar de amor, de felicidade, de estarmos bem com outra pessoa. Fazem isso por que preferem nos ver numa vida comum e chata, na mesma vida comum e chata que todos eles vivem. Este é um fato inquestionável. Querem que sigamos os seus modelos pra poderem nos nivelar nas reclamações de mulheres reclamando de filhos e maridos, da vizinha, do colega de trabalho e vice-versa.

Quando éramos casados, eles eram contra que nos separássemos, mesmo sabendo que nossas vidas era um inferno, igual à vida deles. Tentaram, de todas as maneiras, desencorajar-nos elencando um rol interminável de desvantagens (filhos, unidade das famílias, situação financeira, trabalho, etc.), mas nós os desafiamos e nos separamos.

Agora, que encontramos o verdadeiro amor, eles são contra também, mas nós não os desafiamos. E por que não os desafiamos? Parece incoerência, mas essa incoerência só tem um nome: - Medo de ousar, de arriscar ser feliz novamente. É o medo do novo, pois o novo implica em assumir novas e desconhecidas responsabilidades. Implica em enfrentar aqueles que são contra e sempre o serão, em qualquer situação de mudanças pra melhor em nossas vidas se comparadas às deles.

No mesmo compasso, muitas pessoas não gostam de assumir responsabilidades, não gostam de se comprometer. Não tem coragem!

Quantas vezes perdemos e ainda vamos perder a oportunidade de realizar um grande sonho, por não termos a coragem de ousar, de arriscar, dando um tempo ou pedindo um tempo, esperando isso ou aquilo, deixando para depois ou para mais tarde o que deveria ser AGORA?

Quantas vezes ainda vamos deixar de pronunciar as palavras que gostaríamos de dizer AGORA, verdades que gostaríamos de revelar AGORA, tudo por medo de parecermos ridículos e imaturos?

Quantas vezes ainda iremos ficar, porque temos medo de partir e quantas vezes ainda iremos partir, porque temos medo de ficar?

Quantas vezes ainda calaremos a voz do nosso coração ou diremos baixinho pra ninguém nos ouvir, até mesmo suspeitarem de nossos reais desejos, coisas que, na realidade, gostaríamos de gritar ao mundo pra que todos ouvissem?

Quantos "AGORAS" ficarão perdidos no tempo e pra sempre, martelando nossa consciência pela eternidade, por esquecermos que correr riscos pode ser a salvação de muitas alegrias de nossas vidas AGORA?

Problemas, obstáculos para alcançar o que desejamos, todos nós os temos. Alguns terão mais dificuldades, outros menos, e isso depende de como cada um enfrenta as mesmas dificuldades.

Problemas são obstáculos que passamos a ter quando, ao invés de focarmos a solução dos mesmos com nossos próprios olhos, passamos a enxergá-los com os olhos dos outros. Isso não é viver! Isso é dependência! [Grifo meu]

Problemas surgem quando, além de deixarmos que os outros enxerguem e praticamente resolvam por nós, esquecemo-nos que a persistência supera todas as outras possíveis vantagens que podímaos imaginar se não ousássemos.

Problemas surgem porque esquecemos que, quanto mais persistirmos, mais perto estaremos da vitória. Esquecemos que, mesmo quando a estrada à nossa frente estiver cheia de gigantescos obstáculos, não devemos desviar o nosso caminho.

Devemos sempre seguir em frente, pois a recompensa na realização do nosso sonho virá tão grandiosa quanto foi a nossa luta para conquistá-lo. Quanto mais difícil, mais gostosa a conquista. Ninguém nos disse que seria fácil!

Não devemos esquecer que, esse medo que nos impede de sermos ousados, de correr riscos para sermos felizes no AGORA, também está nos impedindo, AGORA, de conseguirmos enxergar as pessoas maravilhosas que realmente somos.

Este medo só nos tornará mais uma das incontáveis pessoas tristes, insatisfeitas e frustradas que perambulam pela face da Terra. Esse medo nos tornará pessoas que morreram antes do tempo.

Luiz Antonio Schimanski
20/09/2008
Autor: Luiz Antonio Schimanski


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