Uma reflexão sobre o conceito de favela na visão de seus moradores



 

Autor: José Patrocínio de Souza

Especialista em docência Universitária.

UMA REFLEXÃO, O QUE É FAVELA, NA VISÃO DE SEUS MORADORES?

Atualmente este conceito de favela tem causado muita repercussão em todo o mundo, principalmente nas pessoas que nelas vivem. O termo “FAVELA” é citado como uma construção pessoal e social coerente com os sistemas de valores de determinado grupo social ao quais estes pertencem. O morador da favela externa uma realidade que se formou a partir de certas experiências vividas ou vivenciadas ao longo de sua vida. Assim, a representação do que é favela, é mais que uma imagem parada de um fato, é sempre uma unidade do que as pessoas pensam e do modo como, portanto, uma relação do sujeito com o objeto representado. O sentido atribuído é uma construção do favelado na relação com o outro a partir de sua vivencia e de sua história. Isto é um discurso construído na pratica cotidiana de seu morador e não só os diferentes significados existentes na literatura científica e nos órgãos públicos. Afinal quais os elementos constitutivos da representação social que os favelados construíram sobre o que é favela? Desta forma entende-se que é por demais complexos analisar as representações dos favelados que são originadas “no pensamento e na nação”. É complexo também porque constitui ao mesmo tempo um processo e um produto da construção e interpretação de uma realidade pontuada de contradições, ambiguidades e muitas subjetivações. São formulações intersubjetivas, onde a objetivação é feita pela linguagem enquanto veiculo especifico de compreensão que se encontra o aspecto mais importante, que limita e até abre a possibilidade do conhecimento.

O morador de favela em sua visão se enquadra em três níveis segundo eles RUIM, POBRE E ESQUECIDO.

Ao analisar os discursos dos favelados sobre a visão de seu termo, pude observar que há um grande numero de respostas de seus conteúdos valorativo negativo e positivo. Ou seja, de representações sociais positivas e negativas. Segundo HELLER afirma que “o homem, enquanto ser humano - genérico, não pode conhecer e reconhecer adequadamente o mundo a não ser no espelho dos demais”. Os moradores das favelas dizem que ser favela, é o morador que é esquecido, são todas as pessoas que aqui residem e tem que ser todos iguais. Também é atribuído a um local de muita pobreza, é um local de pobreza,é lugar onde miseráveis moram, lembrando que estes exemplos são os moradores que dizem não sou eu...

No meu ponto de vista vejo que estes moradores vivem desesperados e sem perspectivas de vida, onde perde seu valor, por não ter certo conhecimento e nem vez dentro de uma sociedade tão corrupta que por muitas vezes são eles e nós que colocamos no poder. Quando se pesquisas sobre o que é favela, seu morador vem logo com a resposta na ponta da língua, é lugar de pobreza, é lugar de mendigo, e gente de baixo escalão, mais não esqueçamos que nas favelas residem pessoas pobres, humilde e trabalhadora que em sua maioria serve de exemplo para a nossa sociedade, sem falar que existe gente de bem, embora tenha um do mau, mais não podemos esquecer que estes moradores são pessoas dignas de respeito e, sensibilidade e trabalhadores honestos, que de certa forma contribuem no desenvolvimento do nosso País.

Já para outros moradores e a sociedade o significado de favela aparece associado, em segundo lugar como sendo um lugar, á ideia de “bagunça”, briga mau elemento, violência, vagabundagem, zueira, pessoas flageladas, gente sofredora, marginal. Isto por que na favela tem muita confusão. Neste caso o mundo da vida cotidiana não somente é tomado como uma dura realidade certa pelos membros ordinários  da sociedade na conduta subjetivamente dotada de sentido que imprimem a sua vidas ,mas é um mundo que se origina no pensamente e na ação.

Portanto, constata-se que, em certos momentos, há uma reprodução do preconceito e em outros, uma defesa. “Reproduz os símbolos do preconceito ao dizer que é favela porque “mora marginal”, é lugar de pobre desempregado, ladrão e bagunceiro, etc”. Outras vezes tenta retirar o preconceito quando há uma defesa ao dizer “ que não é favela e sim comunidade unida”, “ o povo de fora é quem domina”, “não sei o que é favela”. Foi importante perceber os preconceitos e sua intensidade para constatar o conteúdo das representações negativas. As narrativas abaixo são mais um exemplo de como o favelado externa o modo como os outros passam a discriminá-lo, em função do local onde ele mora.

A partir d realidade da favela as pessoas expressam e reconstitui um testemunho uma representação do objeto que é a favela.

Contudo estes resultados da pesquisa foram possíveis compreender que é por demais complexos analisara representações de seus moradores das favelas que são originados no “pensamento e na ação”. È complexo também porque constitui ao mesmo tempo um processo e um produto da construção e interpretação de uma realidade pontuada de ambiguidades e muitas subjetivações. Assim sendo, as representações extrapolam categorias básicas e organizam-se como um saber acerca do real.

Constata-se que, através do entendimento do que é favela, o morador constrói a sua representação social e externa a individualidade de um grupo que parece se relacionar de modo precário com a sociedade em geral. Eles entendem que há todo um preconceito por ser pobre e morar na favela. A imagem negativa que a sociedade estabelece é recriada e está sempre presente nas representações.  Assim, ao descrever o seu o seu cotidiano, o morador da favela objetiva representações que caracterizam uma grande exclusão social. Porém, conclui-se que o morador de favela produz uma representação, em que fica imbricada toda uma dimensão pessoal e uma dimensão social na construção do conceito do QUE É FAVELA.

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Autor: José Patrocínio De Souza


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