Relação Pais E Filhos



Se existe uma questão candente em toda a sociedade, esta questão é a da educação dos filhos, que traz com freqüência debates na mídia e inquietações de todos os lados. Dos pais que vivem a angústia de não saber como educar seus filhos e de como colocar limites, dos educadores que passam a maior parte do tempo convivendo com essas crianças e dos próprios adolescentes que apresentam um conflito vivo entre o desobedecer e o transgredir.

A educação inicial se dá na família, mais também pode ser realizada na comunidade, por isso se torna muito importante essa interação entre os primeiros educadores e a sociedade. Existe uma troca que deve ser bem definida para produzir efeitos. Portanto, este artigo visa criar reflexões que possam colaborar com os problemas de violência doméstica, estimulando uma convivência saudável no ambiente familiar.

Para Levisky(1997), a violência do mundo atual causa um profundo pessimismo nos seres humanos e até um certo ceticismo diante de propostas e soluções. Para tanto, é preciso salientar a importância da educação e das emoções como forma de diminuir a violência que existe no mundo atual e não trabalhá-la como parte fundamental do desenvolvimento da personalidade da criança.

"O processo educativo é que dá os valores da cultura onde cada um vive, e estabelece as normas de conduta básica que vai fornecer um processo adaptativo a cada um e leva a desenvolver sua criatividade para transformar e modificar aquilo que não coincide com seus desejos e que é possível de modificação" (OLIVEIRA,1984, p. 28).

Educar para alguns, é o processo de construção do conhecimento real, por meio da apreensão dos fatos e do desenvolvimento crítico da curiosidade. Para outros, é uma arte, um mistério no qual o homem transforma, dá um significado á natureza.

Levisky (1997), faz uma observação quanto à sociedade brasileira, dizendo que estamos vivendo uma violência passiva, fruto da repressão, da submissão e da castração cujas origens datam de épocas coloniais, caracterizadas por uma mentalidade escravocrata e coronelista. Por outro lado, Zagury(2004,p.111), trabalha a dessensibilização produzida pela exposição excessiva à violência, destacando entre outros fatores desencadeantes, o consumismo exarcebado, a competitividade, o individualismo, a má distribuição de renda, a crise ética, a impunidade e a corrupção, o fácil acesso da população a armas, o interesse da indústria armamentista, o crescente desemprego, e o grave problema das drogas.

Para essa autora, "a criança cresce consumista, individualista, insensível, assistindo diariamente a graves denúncias- raramente punidas com o rigor necessário- ". Alimentando a descrença nas instituições sociais, e certamente tendo como conseqüência o fortalecimento da crise ética e a desvalorização da humanidade.

A negligência ou omissão do responsável é outro tipo de violência freqüente. Boa parte dos acidentes envolvendo crianças resulta da negligencia de um adulto. Considera-se ainda como negligencia: não alimentar adequadamente a criança, descuidado da sua higiene, saúde e educação ou deixar de pagar pensão alimentícia.

Existem, ainda, inúmeros fatores relacionados aos adultos que ajudam a desencadear o comportamento violento dos pais contra os filhos: baixa-auto estima, alcoolismo, uso de drogas, problemas psicológicos, dupla ou até tripla jornada de trabalho, etc. A miséria e o desemprego contribuem para a desestruturação familiar e o aumento da violência contras as crianças. Entretanto, vale ressaltar que os maus-tratos acontecem em todas as classes sociais.

Historicamente, a família sempre foi considerada o melhor ambiente para o desenvolvimento e educação de crianças, no entanto, a cultura de violência, agressões, espancamentos, ameaças, castigos, humilhações, abuso sexual e a diminuição da disponibilidade de tempo que os pais têm para ficar com os filhos, vêm substituindo a versão família de cuidar e proteger. Apesar desta triste contradição, é preciso concordar com Oliveira (2002,p.178), quando diz que"afamília não pode ser destituída de seu papel de importante agencia educativa dos filhos em proveito da creche ou da pré-escola".

Seguindo a linha de raciocínio desses autores, é possível enxergar a família como mola propulsora do indivíduo, suas raízes servirão de base para suas identificações. A participação dos pais no desenvolvimento dessa criança é de fundamental importância, por isso, é preciso que ocorra uma reorientação social, no sentido de que toda família possa acompanhar e compreender o desenvolvimento de suas crianças.


Autor: Sirléia; Natal da Silva;


Artigos Relacionados


A Função Da Escola E Da Educação

Os Diferentes Tempos Da Vida

A Perspectiva Construtivista De Ensino

O Papel Do Professor De Educação Infantil

Papel Da Religião No Poder

Papel Da Religião No Poder

Educação Religiosa