Avaliação Das Condições Higiênico-Sanitárias Dos Alimentos Comercializados Na Feira Livre Do Município Cametá - Pará



INTRODUÇÃO: Na maioria das feiras livres, as condições higiênicas de comercialização dos produtos alimentícios são inadequadas, caracterizando-se um importante vetor no processo de proliferação de doenças transmitidas por alimentos (DTA's). Na feira livre de Cametá se faz a comercialização de diversos alimentos in natura (carnes bovina, suína, de aves, pescados, hortifrutigranjeiros). Os grupos de produtos considerados de maior risco de contaminação durante a manipulação, exposição e transporte são: carnes e pescados. Este estudo tem por objetivo avaliar as condições higiênico-sanitárias de feira livre de Cametá, a fim de analisar a qualidade dos alimentos comercializados, por grupo de alimentos, identificando possíveis risco a saúde pública local.

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada no mês de setembro de 2008, no município de Cametá (PA), na feira livre local localizada no centro da cidade, classificados por critérios, o número de feirantes, a conformidade dos estabelecimentos. Foi utilizado um questionário (check-list) das condições sanitárias da feira, onde foram avaliados ,higiene pessoal, conservação da matéria-prima e produtos colocados à venda, higiene ambiental e das instalações. Este questionário foi adaptado ao estudo e baseado nas recomendações da Resolução RDC nº216/04 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). As observações foram dividas em 3 etapas: etapa 1 – Manipuladores; etapa 2 – Matéria-prima e produtos expostos à venda; etapa 3 – Higiene Ambiental e instalações. Os pontos de venda foram classificados de acordo com o tipo de alimento comercializado: hortifrutigranjeiros (1); carnes e pescados (2).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As principais problemáticas encontradas em todas as classes de venda de alimentos foram relacionadas à higiene pessoal dos manipuladores e às condições de higiene ambiental, destacando-se a comercialização carnes e pescados em contato com madeira e animais, presença de equipamentos para pesagem enferrujados e a comercialização de hortifrutigranjeiros sem a menor qualidade. Quanto à categoria 2, somente alguns pontos de venda possuíam equipamento de refrigeração para o armazenamento de peixes e carnes. A conservação das carnes demonstrou-se insatisfatória em 85% dos estabelecimentos, onde alguns pontos de venda apresentavam balcão refrigerado porém com uma higiene inadequada. Outras não conformidades detectadas: comércio de carne suína e de aves sem manipulação correta.

CONCLUSÕES: Inúmeras irregularidades foram detectadas na feira analisada: más condições de higiene dos equipamentos; falta de higiene pessoal dos manipuladores; estrutura precária e falta de padronização das barracas; comercialização de produtos não autorizados; temperatura de conservação inadequada dos alimentos que necessitam de refrigeração como carnes, pescados resíduos de lixo dentro das barracas. Diante disto, há a necessidade de reestruturação da infra-estrutura da feira livre local e capacitação e conscientização dos feirantes por meio da ação da vigilância sanitária
Autor: Silvana ALMEIDA


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