MANIFESTO POLÍTICO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA



Em tempos de lutas, a emancipação da classe trabalhadora em educação deverá ser conquistada através dos ideais políticos. Existe uma luta pela emancipação política não só dos trabalhadores em educação, mas, de toda a classe trabalhadora, isto significa que não é um luta por direitos, privilégios e monopólios de classe, e sim uma luta por emancipação política, diante da degradação que os gestores estão impondo como domínio de classes.

Só ocorrerá a emancipação da classe trabalhadora em educação através da consciência política como forma de deliberar condições políticas para a reestruturação da carreira profissional, criando autonomia na carreira docente e técnica (visto que a alienação está se tornado uma praga que ainda persiste na educação como um todo). Será través da democratização política e de valores (pela conscientização) que enfrentaremos a alienação capitalista. Alienação que tivera origem nas condições impostas como materialidade de uma classe aristocrata sobre a classe trabalhadora, exprimindo ao último a existência humana.

Em dias de exploração, a classe dominante politicamente está provocando o fim da dignidade das pessoas, através de suas forças políticas que produzem dezenas de alienados e analfabetos políticos, através do capital corruptor. A sociedade passa a se sentir injustiçada, mas, não tem força para lutar contra o poder constituído, por que é amplamente dependente dele.

O poder político aí constituído, não reparte de forma igual os bens materiais, diminuindo ainda mais a ação cidadã, a partir disso, o pobre passa a ser explorados pelos ricos, alimentando um ciclo vicioso interminável.

Diante das evidencias políticas dos últimos dias, proclamo novamente o velho Marx, no qual em seu “Manifesto do Partido Comunista” afirmava que “a história de todas as sociedades que existiram até hoje é a história de lutas de classes”.

No Brasil, um velho fantasma ronda a classe trabalhadora, porque atualmente existe uma classe detentora do poder político e das formas e meios de exploração das demais, esta mesma classe, foi constituída por nós através do voto popular. Uma classe que teima em escravizar os homens e mulheres trabalhadores. É uma luta aberta e declarada, luta árdua entre opressores e oprimidos, entre patrão e empregados, que sempre estiveram em constante oposição uns aos outros.

Agora mais do que nunca, em épocas de farturas econômicas, propagada aos quatros cantos, essa luta é necessária, para que não haja mais exploração, que atinge diretamente o próprio crescimento do país, porque sem educação não existe uma nação forte e preparada para o crescimento. Não é uma guerra, muito menos luta armada, mas, se trata da sobrevivência de toda uma sociedade.

O modo de governar burguês está destruindo a dignidade das pessoas, porque o poder político do Estado (legitimado por nós, através do voto) se transformou em uma gerencia de negócios que está a serviço da própria burguesia. O governo está colocando de forma arbitrária e contraditória os interesses dos ricos e poderosos na frente das necessidades da sociedade civil, acima de tudo e todos, com isso, estar levando a educação à falência.

O ato de legitimar ordens e controles em favor dos ricos e poderosos está se revelando uma marca brutal e maquiavélica desta forma social-democrática de governar, legitimando os mandos e desmandos burgueses através de atos políticos, aliás, os governantes há tempos são burgueses, abandonando a luta de classe e o próprio proletariado entregue a própria sorte.

Através da exploração da mão-de-obra dos trabalhadores o governo começou a estender seu caráter cosmopolita para toda sociedade política, através da degradação da ética, se aliou a escoria política que há anos domina a política brasileira.

Esta nefasta burguesia está explorando o povo brasileiro antes mesmo do militarismo. E durante o militarismo apoiou abertamente as distorções violentas dos generais, inclusive com sua mídia se calando diante de mortes e torturas de estudantes, professores e lideres de movimentos sociais. Digamos que a burguesia surgiu depois do fim do Brasil Império, logo após, a decadência da Família Real, mas, tinha o mesmo propósito que seu antecessor, só que, com uma fome incontrolável, diante de uma nação rica e prospera. Essa classe dominante detinha e ainda é detentora do poder político, comprado as custa de seu capital corruptor, comprando proteção do próprio Estado, que é em sua essência corrupto e tem o seu preço (a governabilidade).

Mesmo com a superação do regime feudal para o totalitarismo capitalista, com sua política intransigente, que age à surdina, o sistema de trocas não foi abolido por completo, pois, alguns políticos ainda continuam trocando favores econômicos por manobras político-administrativas, como forma de manter a podridão econômica (burgueses aliados a classe política) mandando no país, com seu modo predatório de produzir desigualdades através do comércio e do domínio das forças políticas (capital político).

O governo está a serviço das forças produtivas da burguesia, tirando dos trabalhadores a mais-valia, diminuindo o valor do trabalho de forma drástica. Outra forma de imprimir uma exploração é a precarização da classe trabalhadora, através desvalorização da categoria profissional, e com isso, a classe trabalhadora passa a não ser mais importante para o processo produtivo. Em tempos de tecnologia e desvalorização da classe educacional (o professor), logo, veremos profissionais docentes sendo substituídos por máquinas, que desempenharão a mesma função, só que por um preço bem mais barato.

Mais uma vez, o governo investe na construção de escolas, na modernização da educação e adota novas tecnologias, mas, se esquiva na hora de valorizar a profissão docente.

O que devemos combater é a supervalorização da mercadoria em detrimento do trabalhador (produto fundamental para o processo produtivo). Portanto, o valor do produto depende da proporção da mão-de-obra empregada na confecção de um determinado produto ou desempenho de uma função importantíssima e não de interesses e exploração de uma classe sobre a outra.

Portanto, a grande crítica ao modelo de produção política brasileira é referente aos instrumentos de expressão legislativo e executivo que estão a serviço da exploração burguesa, e geram desumanidade e desigualdade.


Autor: Leonildo Dutras De Oliveira


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