A EDUCAÇÃO SUPERIOR COMO FORMAÇÃO CIENTÍFICA



A deficiência no processo de ensino/aprendizagem nas bases educacionais interfere negativamente na qualidade intelectual do universitário. Desde suas bases, o ensino deveria atender as expectativas e objetivos de fornecer ao estudante uma formação de qualidade, consciência cidadã e oportunidades de crescimento intelectual.

Mas o que se percebe em geral no ensino público é a necessidade da construção de estatísticas, educação baseada na quantidade e não na qualidade. A disseminação de programas educacionais passa a falsa impressão de crescimento na educação, quando na verdade visa cumprir metas de número e inviabilizar o aumento da formação de cabeças pensantes.

Como resultado desse processo ineficaz da educação básica, diplomam-se constantemente no Ensino Médio, estudantes inaptos, despreparados, dotados de imaturidade psicológica, cultural e lógica. Inconscientes quanto ao seu futuro na formação universitária, começam uma busca desenfreada por acúmulo de diplomas, atitude muitas vezes incentivada pela família que vê no ensino universitário um meio de ascensão social e não intelectual.

Os objetivos vinculados ao ato de ensino/aprendizagem se estendem desde a educação básica até o ensino superior, onde não se pode mais desconsiderar sua função de efetividade prática, assumindo fielmente o seu compromisso de atingir os objetivos propostos.

É no âmbito universitário que o estudante compreende que o conhecimento deve ser construído por experiência e não simplesmente assimilado como no ensino de base. A produção do conhecimento, pesquisa e extensão apresentam-se como imprescindíveis para formação científica.

Visando atender aos interesses do mercado, implantaram-se no país escolas superiores que deslegitimam o caráter de imprescindibilidade da pesquisa e extensão no ensino superior, dando ênfase ao ensino técnico que limitado a repassar informações e conferir certificados, não transmite conhecimento, não forma, nem profissionaliza. Conduzido de forma errônea o ensino superior destina-se ao fracasso.

 Mesmo não se tratando de um Instituto de Pesquisa, a Universidade precisa desenvolver seus estudos adotando uma postura investigativa exigente em sua execução.

Na Universidade, assim como o ensino, a pesquisa necessita de uma organização sistemática e interação num projeto articulado para se concretizar qualitativamente. Cumprindo seu papel social na formação continuada de seus docentes como futuros pesquisadores, cabe-lhe a função de elaborar e desenvolver planos, programas e projetos de pesquisa.

É importante atentar-se para o fato de que uma pesquisa científica precisar ser relevante, sendo a mesma produzida para os fins de atender as necessidades da comunidade próxima, cujos resultados venham trazer benefícios, objetivo este que será alcançado por meio das atividades de extensão.

Compreende-se, contudo a articulação e implicação mútuas das funções da Universidade quanto ao desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão como relevantes para produção do conhecimento e formação científica.



Erika Regina B. Santos

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