TESE KARDEC-UBALDI: ESPIRITISMO INTEGRAL



 TESE KARDEC-UBALDI: ESPIRITISMO INTEGRAL 

Pode-se dizer que o fulcro central das adversidades experienciadas pelos seres das mais diversas gradações psíquicas, é a Dor. Mas qual, essencialmente, a sua razão? Já vimos no artigo intitulado “Mecanismo Fenomênico Involutivo-Evolutivo” (postado na net pela ‘webartigos’ e posteriormente pelo jornal eletrônico ‘O Rebate’ com o prestigioso amigo Jorge Hessen), que Kardec, em sua sensibilidade apurada, em seus conhecimentos magistrais, viera ele mesmo a reconhecer que os animais passam por duras provações impostas pela natureza, que lhes causa, evidentemente, sofrimentos os mais diversos para o sustento de sua prole e de sua vida quase que exclusivamente de ordem material.                                                                                                         

No entanto, em sua humildade, o Codificador reconhece que a causa da Dor em tais seres lhe é desconhecida, mas, nem por isso, resolve imputa-la à improvidência de Deus ou a uma falta de bondade de sua parte, pelo fato de tal causa escapar à sua momentânea compreensão. Mas Kardec já pressentia algo muito maior: o que ele chamou de ‘Espiritismo Completo’, que daria sua última palavra sobre todos os pontos a ele concernentes. (Vide: “Obras Póstumas” – 2ª. Parte – Considerações Preliminares da Constituição do Espiritismo - Allan Kardec). Seria possível, então, uma tese consorciando Kardec-Ubaldi, numa forma de Espiritismo Integral? 

Antes que tal discussão, o fato é que o Espiritismo avançaria e avança, prosseguiria e prossegue em seu trino aspecto doutrinário, pois que seus ensinos são de caráter essencialmente progressivo. Com Léon Denis, vamos perceber e apurar maiores claridades relativamente ao contínuo sofrimento dos animais. Sua inspiração afiançava-lhe que: as dores vividas, experimentadas por tais seres, atuariam como impulsos evolutivos em sua pequenina “Simplicidade Anímica” (ESI) que, por força das coisas, também ascendem e avançam na senda da determinística Lei que implica na dinâmica mutável de todas as coisas do universo tangível e intangível. 

Confirmando, assim, o postulado do artigo “Filosofia Matemática do Existir” (revista eletrônica ‘O Consolador’ – nro. 267), que preconiza: 

“Tudo Muda na Imutável Presencialidade Divina”. 

Mas, completando nossos raciocínios anteriores, relativos aos avanços e sucessivas incrementações doutrinárias, o fato é que, um pouco mais adiante que Léon Denis, com o iluminado Espírito Emmanuel, encarregado dos trabalhos junto ao renomado Francisco Cândido Xavier, também se teria a confirmação de que: 

“... a Dor é sofrimento educativo de primeira ordem, sem o qual o mais rudimentar aperfeiçoamento das criaturas e das coisas seria claramente impossível”. (Vide: “Janela Para a Vida” – F. Worm – 1979 – Gráfica Metrópole). 

O respeitável confrade e articulista Thiago Bernardes, devassando a obra “Tramas do Destino”, do Espírito Manoel P. de Miranda, psicografia de Divaldo P. Franco, responde à pergunta de sua alínea c: 

“Quais são os efeitos da Dor?”. 

Sua resposta indica que tal imposição da Lei: 

“... submete a rebeldia e alça o Espírito, ...”. (Vide: revista eletrônica ‘O Consolador’ – nro. 262). 

“Alça o Espírito”: promove seus progressos, sua evolução. Mas de um ponto de vista filosófico-científico, nada se compara, sem que se desmereçam os demais, ao texto contido no Capítulo 81 - do notável intuitivo que iniciara seus profundos labores a partir de estudos do importante “O Livro dos Espíritos” - de onde pinçamos que a Dor: 

“..., é irredutível fator substancial, que impõe a evolução”. (Vide: “A Grande Síntese” – Pietro Ubaldi – Fundapu). 

Do que se pode deduzir, do consenso de tantas autoridades atuantes no campo da mais relevante Espiritualidade, que, tal como Equação Sintético-Evolutiva da Natureza, destaca-se a contundente disposição matemática: 

   [( Dor ) = ( Evolução )] 

Que aperfeiçoa e qualifica o que há de mais essencial nas coisas da natureza, cuja disposição interna, em sendo de dinâmica espirítico-imortal, não se destrói e, portanto, não se desfaz, mas prossegue consolidando novas aberturas, e novos avanços do seu campo vibracional, ou, intelectivo-moral, ascendendo rumo às metas superiores do porvir. Mas prossigamos ainda com a sabedoria de “Sua Voz” que, dentre tantos e tão importantes ensinamentos daquele seu preciosíssimo e citado Capítulo, sentencia: 

“Se a Dor faz a evolução, a evolução anula progressivamente a dor”. (Opus Cit.). 

Convencendo-nos a postular, a seguinte expressão técnico-matemática: 

   [( Dor ) ---.> ( Evolução ) ---.> ( N.prog.D ) ---.> ( Dor = 0 )]

Cuja sentença gramatical se expressaria nos seguintes e precisos termos:

Se a Dor conduz (---.>) à Evolução, esta, por sua vez, conduz (---.>) à  Nulificação Progressiva da Dor (N.prog.D), cujo objetivo condutor (---.>) está em zera-la (Dor = 0) por completo com a plenitude do Ser que se alçara à mais alta espiritualidade conforme ditados da Soberana Lei, que é Deus. 

Mas se: Dor é equivalente à Evolução, conforme se presumira da Equação Sintético-Evolutiva da Natureza, então se poderia, num campo hipotético, avançar-se mais e estabelecer uma espécie de: 

Função Matemático-Espirítica da Inicialização Evolucional: 

   [(E) (=c=) (IEvol-1)] (=cc=) [(Ed.asc.)] (=c=) (IEvol-2) ... > até o (oo)

Que se interpretaria, gramaticalmente, nos precisos termos de que:

A energia (E) espirítica inicial, em sua trama disforme da natureza material, tal como tecido amorfo e indistinto no campo primordial das formações planetárias, e, portanto, ainda não individualizada, recebe, em sua extrema Simplicidade Psi, o primeiro impulso evolutivo (IEvol-1) por sua junção conectiva (=c=) ao movimento, às traumáticas mudanças e diretrizes da natureza que implicam em sua evolução, fazendo com que tal Simplicidade se transmude, por conexão conversiva (=cc=), para uma sua nova e distinta caracterização, qual seja, de dinâmica ascensional (Ed.asc.), o que vem diferencia-la de sua disposição psíquica anterior, pois que, agora, trata-se de um nova condição notadamente evolutiva - onde, doravante, se haverá de prosseguir evolucionando sempre (IEvol-2), incessantemente (IEvol-3) – (IEvol-4) ..., ..., , pelas novas veredas ascensionais, alcançando as mais diferenciadas e mais altas expressões psíquicas de si mesma, em sua divina transcendentalidade como Ser que se vai individualizando como Espírito imortal, atingindo, no infinito (oo), a mais alta patente de um Arcanjo a  desfrutar das alegrias e da transcendente serenidade em Deus, nosso Pai e Criador. 

Assim, a evolução se dá no interior da Simplicidade-Psi, modificando-lhe, paulatinamente, o campo organizacional psíquico, e cujos progressos se vão patenteando na forma exterior, que se vai alterando e alcançando novos postos experienciais na escalada das coisas e de todos os seres da natureza biológica e material. A evolução, pois, se dá pelas adversidades no tempo, ou seja, pelas tribulações e pelo choque das coisas que vão exercitando suas ações, bem como suas reações a todas e às mais diversas situações de seu meio, produzindo-lhe, em contrapartida, os mais distintos aparatos de defesa e de atividade em seu “habitat”, tendo como resultado, e conseqüência de tais atividades, a produção de pequeninos impulsos psíquicos, ora denominados evolucionais. 

Assim, a Simplicidade Psi executa os seus tormentosos movimentos de subida, de evolução material, biológica e espiritual, impulsionada pelas muitas dores, pelas tantas adversidades, fatores que se convertem noutros fatores, no caso, psíquico-emocionais, de ordem interior, donde se alavanca o Ser, imprimindo-lhe sucessivos e mais altos padrões de inteligência, de moralidade, de soberania espiritual.

Por tal Modelo, pois, Apenas Evolutivo, constata-se que a Dor, como fulcro das adversidades, é fator de progresso, de superação de si mesmo, de transcendência espiritual; e, mais ainda, pela Dor, amplia-se a sensitividade, desdobra-se os dons da inteligência e atributos outros da organização espiritual, cujo início se daria nas formações atômicas dos minerais, primeiros estágios de progressividade do Espírito Simples e Ignorante (ESI), segundo tal Modelo Evolutivo ora em discussão. 

Mas por que, em suas causas mais fundamentais, essa persistência da adversidade e da Dor por toda parte? Já se disse que é para o aprimoramento de tudo, das criaturas e das coisas. Mas então Deus, que é a Perfeição, criou de forma imperfeita, defeituosa, os Espíritos Simples e Ignorantes, para posteriormente corrigi-los pelas adversidades, pelos constrangimentos do Sofrimento e da Dor?

Então Deus, que é a Consciência, criou seres inconscientes e, portanto, criou de forma grosseira, nem nenhum primor, ao invés de fazê-lo com um grau mais acentuado de virtude, de beleza e de inteligência, numa escala de valores mais sublimada porque excelentemente mais justa e mais correta, ante Sua Perfeição? Segundo tal Modelo, Apenas Evolutivo, pergunta-se mais ainda: Deus não poderia criar conforme Suas Qualidades Mesmas? Qualidades Supremas de Amor, de Justiça e de Perfeição? E se poderia, por que não o fez? Porque Deus não criou criaturas complexas, conscientes e livres, ao invés de criaturas simples, inconscientes e escravas da matéria? 

Todavia, se consideramos um novo e mais amplo Paradigma universal que complete o Apenas Evolutivo, se considerarmos os informes dos escritos já divulgados, de título: “Mecanismo Fenomênico Involutivo-Evolutivo”, onde se destaca que: Se a dor existe, sobretudo nos planos mais baixos da natureza, é porque alguma forma de justiça impera no Mundo, fazendo-nos subir por que um dia descemos, fazendo-nos evoluir e aperfeiçoar por que houve um processo de corrupção moral, de Involução, ou de desobediência a Soberanas Leis, segundo o preconizado pelo Modelo Mais Completo, proposto e denominado Involutivo-Evolutivo, ou, de desmoronamento de mais altas dimensões, porém corrompidas, para a sua necessária reconstrução: nas adversidades, cuja alavanca principal é a Dor.

Ora, pensar que Deus, segundo o injusto e estropiado Modelo Apenas Evolutivo, criou e cria incessantemente Espíritos Simples e Ignorantes (ESI) para submetê-los à Dor; pensar que Deus os constrange a subir dolorosamente, punindo-os a todos e por um mal não cometido, pensar assim, repugna a razão mais esclarecida que não aceita um Criador imperfeito, contraditório e injusto, que tem amor, mas tem ódio também. Um Deus, portanto que é o absurdo, que ao criar impõe a Dor a seus filhos ignorantes, inconscientes, desde o mais simples do reino mineral, condição mais ínfima do princípio inteligente, e sucessivamente, vai martirizando-os pela tortura, pela escravidão da matéria em seus mais diversos estágios de vida e de psiquismo. Mesmo que se cogite de uma recompensa futura, nada justifica que um pai imponha o Sofrimento a seu filho cujo erro, pelo visto, fora unicamente o erro de não pedir para ser criado, que se pode considerar como uma injustiça extrema, sobretudo se alçada ao Cômputo do Criador. 

Mas, com a Involução, ou desqualificação psíquica do EPC, pelos seus erros e pela sua rebeldia; e, com a Evolução, ou requalificação psíquica do EPC que se tornara pequenino tal qual ESI, para a retificação e a cura de sua personalidade que se desvirtuara, apura-se um Deus que é realmente a Perfeição, um Deus que não se contradiz, que, por Supremo Amor, recupera suas criaturas decaídas que, sem dúvida, erraram e, portanto, terão de reparar suas faltas por senso de justiça, de responsabilidade, e que, por tal, justificam sua retificação e sua subida pela Dor que fora escolha sua e não de Deus que não erra, pois que é a Perfeição. 

É preciso se compreenda que Deus não faz sofrer sem justa causa! Pensar diferente implica em imputar-lhe uma anomalia, uma crueldade incompatível com o Seu Estado de Perfeição Suprema, de Misericórdia Infinita para com os seus filhos tão amados, filhos do Seu Imenso Amor. 

Ora, o Princípio de Excelência Cósmica, sentencia que: 

“A Deus não se pode atribuir um defeito sequer, por menor que seja, sem que se desmorone todo o edifício de mais altos conceitos a Ele imputado”.

Articulista: Fernando Rosemberg Patrocínio

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