Inclusão?



Refletir sobre as questões de uma escola de qualidade para todos, sem distinção, incluindo alunos e professores, através da perspectiva sócio-cultural, significa que nós temos de considerar, dentre outros fatores, a visão ideológica de realidade construída sócio e culturalmente por aqueles que são responsáveis pela educação. Julgamentos de problema mental, deficiência, privação, retardamento e desajuste social ou familiar são todos construções culturais elaborados por uma sociedade de educadores que privilegia uma só fôrma para todos os tipos de bolos. E geralmente a forma da fôrma de bolo é determinada pelo grupo social em que a criança se encontra. Se é pobre, é porque não tem acesso a livros e outros bens culturais, se é rica, é hiperativa, TDAH, inúmeros déficits, distúrbios e outras nomeações que essas crianças que não cabem na fôrma construída pelo ideal de escola esperado pelos educadores e administradores recebem.


Estereótipos como esses são resultados da falta de informação e conhecimento que educadores e administradores têm a respeito da realidade social e cultural, como também do processo de desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças atendidas pelas escolas.


A prática de classificar e categorizar crianças baseado no que essas crianças não sabem ou não podem fazer, somente reforça fracasso e perpetua a visão de que o problema está no indivíduo e não em fatores de metodologias educacionais, currículos e organização escolar. Aceitar a diversidade do ser humano, seus variados estilos de aprender, de habilidades, é o primeiro passo para a criação de uma escola de qualidade para todos.


Todas as crianças têm o direito a uma educação de qualidade onde suas necessidades individuais possam ser atendidas e aonde elas possam desenvolver-se em um ambiente enriquecedor e estimulante para seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social.


Belos discursos... estamos  cheios deles....


Embalagens com escolas perfeitas? Estamos saturados disso!


Ilustríssimos colegas diretores, coordenadores, professores, a inclusão deve começar pelo próprio coração. De que adianta ser portador de grandes idéias, grandes estruturas, grandes blá-blá, blá se o que nossas crianças precisam é na verdade, de profissionais que as aceitem com suas habilidades e dificuldades.


Dar aulas para excelentes alunos, é fácil... Difícil mesmo , é trazer aquele aluno ao mundo do conhecimento que , por dificuldade, não consegue aprender no tempo pré determinado  estipulado pelas escolas e sociedade.


O momento é esse!


Chega de vendar os olhos, temos muito trabalho pela frente.


Vamos tentar com o coração aberto?



Cinthia Gonzaga Aguillera-Professora, Psicopedagoga em Londrina


Autor: Cinthia Gonzaga Aguillera


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