O Encantamento.



O encantamento.

 

Tem coisa que por natureza encanta.

Tenho que dizer isso.

Certa vez estava em  um lugar lindo.

Perto de um regato.

No interior de Minas Gerais.

Sentei-me  na grama.

Olhava profundamente.

A cor da água.

Emocionei-me com tanta  beleza.

Naquele momento chorava.

Naturalmente por não entender.

Tudo que estava sendo revelado.

O encantamento era tamanho.

Que o choro misturava com o sorriso.

Perguntei-me  porque a natureza.

Produzia coisas tão belas.

Para levar aos corações sensíveis.

Ao fascínio.

Ao olhar profundamente para o regato.

Descobri.

Que  tinha a mesma origem daquele encanto.

Foi um instante muito descritivo para minha pessoa.

 

Voltei muitas vezes naquele mesmo lugar.

Porque estava entendendo que tínhamos.

A mesma significação.

Todas as vezes que ia ao regato.

Adorava  e silenciosamente contemplava.

Como se aquele lugar  representasse.

Os sinais do paraiso.

Num determinado momento.

Cheguei imaginar que o regato.

Também pensava e tinha imaginação.

Que suas águas límpidas escrevia poesia.

O regato sempre teve inteligência.

Voltei tantas vezes a esse lugar.

 Tudo  era exatamente igual.

Algumas tardes olhava para o sol.

Sentia que o  mesmo brilhava.

Com maior intensidade.

Com objetivo de homenagiar.

As lindas águas do regato.

Fui algumas vezes a noite.

O brilho das estrelas eram semelhantes.

Ao brilho do sol.

Definitivamente estava apaixonado.

Por aquele lugar límpido e fascinante.

 

Fui várias vezes encontrar o regato.

Num certo momento  as águas.

 Falaram  comigo.

Jamais imaginaria que aquelas águas.

Pudessem desenvolver a fala.

O que o regato me disse.

Contemplando também o meu silêncio.

 

 O que me foi dito.

Que eu era tão importante.

Quanto o núcleo das partículas.

Que constituiam o oxigênio da água.

Disse mais somos a mesma coisa.

A natureza do vosso sangue.

É a natureza da nossa vida.

Naquele momento de emocionalidade.

A constituiçao da nossa matéria.

É a mesma da vossa matéria.

A água disse então  eu e você.

Somos a mesma coisa.

Fiquei muito feliz por ser também.

O regato.

O princípio da mesma substância.

Nós somos irmãos.

Tivemos a mesma origem.

No princípio do nascimento do universo.

A nossa existência, a minha e a sua.

Tem um único objetivo.

Servir como base a reconstituição.

Da nossa mãe natureza.

Estou aqui com a mesma finalidade.

Voce está onde está com esse fim.

Você é a minha matéria.

Eu sou a sua matéria.

Todos os tipos de ingredientes.

Sais minérios  e outras substâncias.

Que  estão na natureza.

Está também em mim.

Do mesmo modo em você.

Entao disse me a água.

A vossa contemplação a meu respeito.

É a mesma que você deve desenvolver.

Para a vossa pessoa.

Do mesmo modo para todas as coisas.

Que existem na natureza.

Antes  da minha despedida.

A água sorrindo disse me.

Venha e me tome.

 Porque  sou o vosso sangue.

Naquele instante passei a compreender.

 Que tudo que existe.

Das árvores ao concreto de pedra.

Dos leitos dos rios aos túmulos.

Todas as coisas tem o mesmo princípio.

Cuja a origem vem de um só fundamento.

Mas quem me ensinou essa lição.

Foram as águas límpidas daquele regato.

Que fica numa cidade do triangulo mineiro.

Proxima a uma fazenda.

Cujo o nome é serra da moeda.

Em Itapagipe Minas Gerais.

 

Edjar Dias de Vasconcelos.

 

 

 

 


Autor: Edjar Dias De Vasconcelos


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