Delmiro Gouveia: O visionário da economia alagoana
Delmiro Gouveia, homem empreendedor no comércio e na indústria no final do século XIX e início do XX. Se destacou no cenário social da época, nos estados de Pernambuco e Alagoas, através de seus grandiosos empreendimentos, em sua maioria inovadores para a época. Isso trouxe para ele muita riqueza, mas também muitos inimigos, aos quais se sentiam prejudicados com o seu sucesso.
Segundo Correia (1996), No início do século XX, Delmiro já era uma lenda viva entre os recifenses. O empresário jovem, elegante e charmoso que despontava no mundo dos negócios. Recém enriquecido através do comércio de couros, causava furor tanto pelo sucesso do moderno centro de comércio e lazer que criou, o Derby, quanto pela corajosa oposição que fazia ao poderoso grupo político situacionista liderado por Rosa e Silva. Sua tumultuada vida amorosa era alvo de mexericos, escândalos e denúncias na imprensa, não deixava de contribuir para mantê-lo em constante evidência. A retirada para o Sertão de Alagoas longe de ter implicado numa redução do interesse em torno de Delmiro, só veio a reforçar os mitos que já vinham se construindo em torno dele. A construção da usina elétrica no rio São Francisco, da fábrica de linhas de costura, a primeira do Brasil, e do núcleo fabril da Pedra, colocaram-se para seus admiradores como novos indícios dos dotes exemplares que reunia como empresário. Sua morte violenta, assassinado em 1917, aumentaria o interesse pelo personagem, que desde então tem sido tema de numerosos estudos, obras de ficção e homenagens.