ANÁLISE DO POEMA “AMOR VIVO” DO AUTOR ANTERO DE QUENTAL



“Amor vivo” de Antero de Quental, poeta da geração de 70 apresenta-se na forma de soneto, pertence à segunda fase do realismo português, as rimas desse soneto apresentam o esquema ABBA, ABBA, CDC e ADA. O título pré-anuncia o tema do poema, que é o amor, mas não um amor qualquer, um amor cujo conceito é diferente do conceito já conhecido. É com tom de indignação que a voz poética inicia o poema, definindo a forma que deseja amar, rompendo com a forma convencional de amar, sem atração, só por conveniência, ou supostamente pelo estabelecimento feito pela sociedade da época de amar ignorando o sentimento do indivíduo. O verso: “Não sejam só delírios e desejos”, revela a forma de amar desejada pela voz poética, que almeja um amor intenso, que não seja uma perturbação mórbida, passageira das faculdades mentais; alucinação acompanhada pela vontade de possuir. É esse amor momentâneo que é repudiado ao longo do poema, um conceito de amor é apresentado de forma diferente do já existente, essa ideia é visível nos seguintes versos: “Amor que viva e brilhe! Luz fundida/ Que penetre o meu ser- e não só beijos/ Dados no ar- delírios e desejos-/ Mas amor... dos amores que têm vida...”. O anseio por um amor de verdade, com função de resistir ao tempo está presente no poema em todo instante, um amor transcendente, idealizado pelo eu-lírico. O conceito de amor passageiro, efervescente que é dissipado com a luz do dia, cuja voz poética repudia-nos remonta ao conceito de paixão e não de amor, pelo fato da paixão ser um sentimento passageiro e o amor duradouro, eterno, que transcende no tempo cuja chama nunca se apaga.

 


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