As homenagens ao centenário de Jorge Amado



Jorge Leal Amado de Faria, ou simplesmente Jorge Amado, é um dos baianos mais ilustres. Nascido e criado na fazenda Auricídia, em Ferradas, distrito de Itabuna, quando jovem mudou-se para Ilhéus. A pacata e litorânea cidade do sul da Bahia serviu de inspiração para diversas obras do escritor. Seus livros foram traduzidos em 55 países, para 49 idiomas, além de ter exemplares em braile e audio books. Jorge Amado foi superado em vendas apenas por Paulo Coelho, mas em seu estilo, o romance ficcional, não há outro autor tão popular quanto ele. Em 1994, sua obra foi reconhecida com um dos prêmios mais importantes da literatura portuguesa, o Prêmio Camões. O baiano foi eleito em 1961 para a Academia Brasileira de Letras. De sua experiência na Academia, escreveu “Farda, Fardão, Camisola de Dormir”.

No ano de 2012 já foram feitas diversas homenagens a Jorge. Em 10 de agosto, Amado completaria 100 anos. A reverência ao mais famoso e traduzido escritor brasileiro foi completa: cinema, literatura, artes plásticas, televisão, dentre outros meios, prestaram suas homenagens.  

Não foi somente neste ano do centenário do autor que suas obras passaram por adaptações. Na teledramaturgia brasileira figuram verdadeiros sucessos inspirados nos romances de Jorge, como “Tieta do Agreste”, “Gabriela Cravo e Canela”, “Tenda dos Milagres”, além de “Dona Flor e Seus Dois Maridos” e “Teresa Batista Cansada de Guerra”. A obra literária de Jorge Amado também sofreu inúmeras adaptações para o cinema, teatro e já foi até tema de desfile de escola de samba.

Exibida pela Globo no horário das onze horas, "Gabriela" é a mais recente referência ao escritor. A novela é sucesso de audiência, revelando a popularidade que Amado ainda possui nos dias de hoje. O romance, publicado em 1958, voltou a chamar a atenção dos leitores. A obra retrata o chamado ciclo do cacau, ao citar o universo de coronéis, jagunços, prostitutas e trambiqueiros que faziam parte dessa sociedade cacaueira. A obra se passa na década de 1920, quando Ilhéus era um cidade rica e pacata, com intensa vida noturna, bares e bordéis. Um desfile de folia, luz, cores, músicas, sexo e risos.

A próxima novela das nove, escrita por Glória Perez, ganhou o título de “Salve Jorge”, mas não se engane, não é mais uma adaptação ou referência a Jorge Amado e sua obra. A trama vai abordar outro Jorge, o São Jorge, santo guerreiro. A partir do simbolismo do santo, Perez vai desenrolar um folhetim que se passa entre o Brasil e a Turquia e envolve temas bastante atuais, como a pacificação das favelas cariocas e o tráfico internacional de mulheres.


Autor: Telma Gomes Souza


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